Varíola-dos-macacos: tudo sobre esta doença vírica
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Como se contagia?
- 3. Quais os sintomas?
- 4. Como prevenir?
- 5. Qual o tratamento?
Foram recentemente reportados casos de varíola-dos-macacos em Portugal, Espanha e Reino Unido. Embora semelhante à varíola, erradicada em Portugal desde 1980, é menos transmissível e menos mortal.
De acordo com informação da Direção-Geral da Saúde, é a primeira vez que esta doença vírica surge em território nacional. Foi detetada em homens com idades entre os 20 e os 40 anos, na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A sua transmissibilidade é baixa, no entanto, é importante estar atento a sinais como, por exemplo, febre e dores de cabeça quando acompanhadas por lesões na pele e mucosas. Caso verifiquem esta situação, as pessoas devem recorrer aos serviços de saúde.
A recuperação pode ir de duas a quatro semanas e a fase contagiosa termina quando as crostas começam a cair, devendo os infetados evitar o contacto com outras pessoas neste período.
Varíola-dos-macacos: em que consiste e quais os sintomas
Detetada recentemente em Portugal pela primeira vez, importa saber o que é esta doença e quais os sintomas a que deve estar atento.
Em que consiste esta doença?
Trata-se de uma doença rara causada pela infeção com o vírus monkeypox. É semelhante à varíola, mas é menos grave. Esta doença tem, normalmente, a duração de duas a quatro semanas e não se dissemina facilmente entre humanos.
O vírus foi detetado pela primeira vez em 1958, em duas colónias de macacos e daí foi dado o nome à doença/vírus. O primeiro caso em humanos foi registado na República Democrática do Congo em 1970.
Mais frequente no continente africano, macacos e roedores podem ser portadores e transmitir este vírus a humanos.
Forma de contágio em humanos
O contágio de humanos pode ocorrer através do contacto com um animal infetado ou pessoa infetada. A transmissão entre pessoas acontece, normalmente, através de grandes gotículas respiratórias, fluidos corporais, contacto com lesões cutâneas infetadas ou contacto com materiais contaminados pelas lesões.
A transmissão através de gotícula implica um contacto frente-a-frente prolongado (a menos de dois metros, mais de três horas e na ausência de equipamento individual de proteção).
Foram relatados, desde 2018, sete casos no Reino Unido, em pessoas com ligação a países endémicos. No entanto, esta é a primeira vez que são identificadas cadeias de transmissão na Europa sem ligações conhecidas a África Ocidental e Central.
Estudos realizados em países africanos apontam para uma taxa de letalidade de 3,6%, sendo maior entre crianças e adultos jovens.
A manifestação clínica da varíola-dos-macacos é, normalmente, ligeira, mas os indivíduos imunodeprimidos têm um risco acrescido de desenvolver doença grave.
Quais os sintomas?
Os sintomas da varíola-dos-macacos incluem sintomas gerais como:
- febre;
- dor de cabeça;
- dores musculares;
- dores nas costas;
- gânglios linfáticos inchados;
- calafrios;
- cansaço.
A acompanhar estes sintomas, surgem erupções - bolhas com líquido - na pele que começam, normalmente, no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais.
Estas erupções ou lesões, antes de a sua crosta cair, passam pelas seguintes fases:
- Máculas;
- Pápulas;
- Vesículas;
- Pústulas;
- Escaras.
Varíola-dos-macacos: prevenção e tratamento
A probabilidade de transmissão entre indivíduos sem contacto próximo é considerada baixa, no entanto, há algumas recomendações que pode seguir.
Como prevenir?
Podem ser tomadas algumas medidas para prevenir a infeção, nomeadamente:
- Evitar o contacto com doentes infetados;
- Evitar o contacto com qualquer material, como roupas de cama, que tenha estado em contacto com um doente;
- Uma boa higiene das mãos é fundamental.
Tendo em conta os casos registados na Europa, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças alertou para a potencial disseminação da varíola entre indivíduos que se envolvem com múltiplos parceiros sexuais ou fazem sexo casual, aconselhando a uma maior vigilância de possíveis sintomas a estas pessoas.
Qual o tratamento?
A maioria das pessoas infetadas tem sintomas ligeiros e recupera sem qualquer intervenção médica em 14 a 21 dias. Nas formas mais graves, está indicado tratamento de suporte para alívio dos sintomas.
Os antivíricos aprovados no tratamento da varíola nos EUA parecem ser também eficazes na varíola dos macacos, mas apenas foram testados em modelos animais.
Os contactos próximos devem ser isolados e monitorizados e a Direção-Geral da Saúde aconselha, a quem verificar sintomas suspeitos, recorrer aos serviços de saúde e abster-se de contactos físicos diretos.