Dentes do siso: o que são e para que servem?
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Os dentes do siso foram necessários para os nossos antepassados mastigarem alimentos mais duros e não cozinhados. No entanto, com a evolução natural e do estilo de vida, acontece também uma evolução da dentição. Acredita-se que, tendo perdido essa função, os dentes do siso tenderão a deixar de se formar com o passar das gerações.
O que são dos dentes do siso
Os dentes do siso ou terceiros molares são os últimos dentes a nascer ou a irromper. Isto acontece entre os 17 e os 21 anos, o que levou a que fossem popularmente associados ao “juízo ou à maturidade”. São frequentes os casos em que a erupção destes dentes só acontece numa fase mais tardia da vida.
São quatro os dentes do siso, dois superiores e dois inferiores, e ficam situados no final das arcadas dentárias. Em condições normais os dentes do siso vão crescendo progressivamente sem apresentar qualquer tipo de sintomas.
O tempo que levam a nascer irá depender também do espaço existente na arcada dentária. Em alguns casos, o dente não chega a romper a gengiva, ou fá-lo apenas parcialmente.
Em algumas pessoas simplesmente não nascem dentes do siso, por se verificar uma agenesia dos sisos, isto é, uma não formação do gérmen que dá origem ao dente.
Quando o dente do siso não “rompe”
Frequentemente, o dente do siso não erupciona, ou seja, não rompe a gengiva, ficando totalmente incluso ou semi-incluso, mostrando apenas uma pequena parte acima da gengiva, podendo causar inchaço ou dor.
Desta forma, o dente fica impactado e torto, podendo mesmo ficar retido dentro do osso do maxilar. Por norma, esta situação acontece quando não existe espaço suficiente para o dente se posicionar na arcada dentária, ou quando fica numa posição horizontal no osso.
Nestes casos, pode ocorrer a reabsorção das raízes do dente vizinho nas zonas onde estes entram em contacto intraósseo. É também mais comum a ocorrência de cáries num dente semi-incluso, devido à acumulação de alimentos e à maior dificuldade de higienização.
Mais raramente, a inclusão do siso pode dar origem ao aparecimento de quistos ou tumores no osso circundante.
É “obrigatório” extrair os dentes do siso?
Quando se fala em dentes do siso, há sempre quem diga que devem ser extraídos, até para não entortarem o resto dos dentes, o que não é verdade. De facto, os dentes do siso só devem ser extraídos se apresentarem problemas ou se estiverem, de facto, a contribuir para entortar os outros dentes. Não havendo consequências negativas para a restante arcádia dentária, esta medida torna-se desnecessária.
Os dentes inclusos ou semi-inclusos podem dar origem a uma infeção pericoronária, ou seja, uma inflamação dos tecidos moles circundantes, que poderá obrigar à extração do dente.
Quando o “rompimento” dos dentes do siso causa dor forte, inflamação da gengiva ou abcesso ou quando, por dificuldades na higienização, leva ao surgimento de problemas frequentes, como cáries, por exemplo, é também indicada a extração, sendo que extrair um dente do siso não obriga a extrair os restantes.
A extração do dente do siso poderá ser mais ou menos difícil consoante o posicionamento do dente e se está ou não incluso, podendo mesmo ser necessária a realização de uma cirurgia.
Cuidados a ter
Os cuidados a ter com os dentes do siso são idênticos aos que se devem ter com a restante dentição: consultas regulares no dentista e cuidados com a higiene e saúde oral diária.
Como se trata de dentes localizados numa zona de acesso mais difícil, é normal que haja acumulação de alimentos, o que provoca mais problemas de higienização. Logo, é importante que a escovagem seja ainda mais cuidadosa e que haja uma avaliação frequente pelo seu médico dentista.