Vírus do papiloma humano (HPV): causas e prevenção
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Como se transmite
- 3. Sintomas
- 4. Grupos de Risco
- 5. Prevenção e tratamento
O vírus do papiloma humano (HPV) é uma das Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) mais comuns, a nível mundial.
Estima-se que entre 75 a 80% das mulheres e homens sexualmente ativos sejam infetados pelo vírus em alguma altura das suas vidas.
No nosso país, e de acordo com dados divulgados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), 20% das mulheres com idades entre os 18 e os 64 anos estão infetadas pelo HPV.
Fique a saber o que causa esta infeção e como prevenir.
O que é o vírus do papiloma humano?
O vírus do papiloma humano é muito frequente e altamente contagioso.
Ao todo, existem mais de 150 tipos diferentes de vírus do papiloma humano, sendo que 40 afetam sobretudo os órgãos da região genital, como a vagina, a vulva, o colo do útero e o pénis.
Dividem-se em tipos de alto e baixo risco, conforme as doenças que causam.
Entre os vírus do papiloma humano de baixo risco estão os tipos 6 e 11, os responsáveis pela maioria das doenças benignas provocadas pelo HPV, como é o caso dos condilomas (verrugas genitais).
Quanto aos vírus do papiloma humano de alto risco, estão identificados 15 serotipos do vírus. Os tipos 16 e 18 são os mais frequentes, sendo os responsáveis por 70% dos problemas mais graves.
Apesar de 90% das lesões provocadas pelo HPV regredirem espontaneamente ao fim de dois anos, por via das defesas do sistema imunitário, a infeção pode provocar várias doenças cancerígenas, nomeadamente:
- Cancro vaginal;
- Cancro anal;
- Cancro da vulva;
- Cancro orofaríngeo (que afeta a parte da garganta logo atrás da boca);
- Cancro peniano (que pode surgir no pénis ou apenas na pele que o cobre).
De realçar, ainda, que o HPV constitui o principal fator de risco para o cancro do colo do útero, já que, em todos os casos notificados, existiu uma infeção prévia por este vírus.
Como se transmite
Geralmente, a infeção pelo HPV é transmitida por via sexual, seja sexo vaginal, anal ou oral, e também através do contacto com a pele ou com as mucosas.
Embora menos frequente, este vírus também pode ser transmitido durante o parto, ou através do líquido amniótico.
Não é totalmente conhecido o tempo de incubação, mas estima-se que possa ocorrer entre um a seis meses após o contacto com a pessoa infetada.
Sintomas
A infeção por HPV é silenciosa. Por norma, não evolui para doença sintomática.
Nos casos em que há sintomas, podem manifestar-se sob a forma de:
- Prurido na zona genital;
- Ardor ou dores durante as relações sexuais;
- Surgimento de verrugas, nomeadamente, na região genital ou anal;
- Corrimento anormal;
- Hemorragias fora do período normal da menstruação.
Grupos de risco
O risco de infeção por HPV é maior nos primeiros 10 anos após início da atividade sexual e nos seguintes grupos:
- Jovens entre os 15 aos 25 anos (a infeção de transmissão sexual é mais frequente nestas idades);
- Pessoas com vários parceiros sexuais e que não utilizam proteção;
- Pessoas com imunidade baixa;
- Grávidas.
Prevenção e tratamento
Prevenir o HPV passa, desde logo, pela utilização correta e consistente do preservativo.
Quem souber ser portador deste vírus deve igualmente ter o cuidado de informar o seu parceiro.
Outro importante método de prevenção é a vacina, que está integrada no Programa Nacional de Vacinação.
A sua administração pode ser feita gratuitamente, estando recomendada às raparigas aos 10 anos. Os rapazes nascidos a partir de 2009 também podem tomar a vacina com a mesma idade.
As mulheres, mesmo que tenham tomado a vacina, devem fazer uma citologia (teste de Papanicolau), a cada três anos, entre os 25 e os 65 anos. Os homens, por seu lado, podem fazer o teste de HPV ADN, se recomendado pelo médico.
Ainda não existem medicamentos que eliminem o vírus do organismo. Contudo, na maior parte dos casos, este é eliminado pelo sistema imunitário.
Os tratamentos disponíveis incidem, normalmente, nas lesões (verrugas) provocadas pela infeção. Podem passar por medicação de utilização tópica, eletrocirurgia, laser, crioterapia (aplicação de frio) ou cirurgia.