Cuidados paliativos: o que são e quando são necessários
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Indíce
- 1. O que são?
- 2. Necessidade
- 3. Quando recorrer?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) refere os cuidados paliativos como uma intervenção multidisciplinar que melhora a qualidade de vida dos doentes - em situação de doença que implica risco de vida - e também das suas famílias.
Estes cuidados são sempre prestados por uma equipa multidisciplinar e, ainda segundo a OMS, são "uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos doentes e familiares [e ajuda] a enfrentar os problemas associados a doenças que ameaçam a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento correto da dor e outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais”.
Em Portugal, a Lei n.º 52/2012 reconhece o direito e regulamenta o acesso das pessoas aos cuidados paliativos. Também define a responsabilidade do Estado e a criação da Rede Nacional de Cuidados, sob a alçada do Ministério da Saúde.
O que são os cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são cuidados de saúde globais e integrados que visam a melhoria da qualidade de vida dos doentes, família e cuidadores. Eles atuam pela "prevenção e alívio do sofrimento, através da identificação precoce, diagnóstico e tratamento adequado da dor e de outros problemas, sejam estes físicos, psicológicos, sociais ou espirituais", refere a OMS.
Estes cuidados personalizados colocam o doente no centro da ação. O objetivo não é curar a doença, mas tratar da pessoa doente. Ajudando-a a viver a sua vida e a lidar com a doença, atuando ao nível da prevenção da dor e do sofrimento, bem como outras complicações que surgem devido a uma doença grave, prolongada, que também pode ser progressiva.
O eixo principal é a dignidade da pessoa doente através de um "planeamento antecipado de cuidados, pelo que não antecipam, nem prolongam o processo de morte", de acordo com o Serviço Nacional de Saúde.
Os familiares e cuidadores são envolvidos neste plano de cuidados, capacitando-os e preparando-os para o processo de luto. Sem esquecer o direito à autonomia e decisão do doente.
Quando são necessários?
Ainda que associados a idosos e a pessoas com doenças terminais, os cuidados paliativos são necessários em várias patologias e em várias idades, incluindo crianças. Entre os vários motivos e destinatários para recorrer a este tipo de cuidados, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos destaca:
- Malformações congénitas ou outras situações que precisem de suporte de vida ou apoio de longa duração para as atividades da vida diárias;
- Qualquer doença aguda, grave e ameaçadora da vida que possa ter cura, mas o seu tratamento implica uma fraca qualidade de vida;
- Doença crónica progressiva, tal como a doença vascular periférica, cancro, insuficiência hepática ou renal, entre outras;
- Doença ameaçadora da vida;
- Lesões crónicas e limitativas;
- Doença em fase muito grave ou terminal, sem possibilidade de recuperação ou estabilização.
Quando se deve recorrer aos cuidados paliativos?
Muitas vezes associados à morte e a cuidados nos últimos dias de vida, a verdade é que os cuidados paliativos devem iniciar-se com o início da doença. Isto porque os doentes - familiares e cuidadores também - vão beneficiar de uma melhor qualidade de vida ao longo do avanço da doença e os profissionais vão ter mais tempo para planear uma abordagem global do tratamento e controlo de dor e sofrimento, onde se incluem também os cuidados curativos.