Cancro testicular: causas, sintomas e tratamento
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Causas e Fatores de Risco
- 3. Sintomas
- 4. Diagnóstico e Tratamento
- 5. Como prevenir?
O cancro testicular surge, sobretudo, em homens mais jovens, tendo o seu pico entre os 30 e os 40 anos.
Segundo dados do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, são diagnosticados anualmente 3 a 10 novos casos por ano em cada 100 mil homens.
Apesar de representar apenas cerca de 1% de todos os tumores dos homens, esta patologia tem vindo a aumentar, nos últimos anos, em particular nos países industrializados.
Conheça as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis.
O que é o cancro testicular?
O cancro testicular desenvolve-se nos testículos, dois órgãos ovais localizados no saco escrotal, atrás do pénis e que produzem esperma e testosterona.
Existem dois tipos de cancro testicular:
- Seminomas, com origem nas células germinativas primordiais. Ou seja, as que produzem os espermatozoides;
- Não seminomas, com origem noutras células do testículo. Isto é: contêm qualquer elemento que não seja de seminoma.
Causas e fatores de risco
Não se sabe com certeza quais as causas do cancro dos testículos, mas são conhecidos alguns fatores de risco associados ao seu surgimento, entre os quais:
- Alterações estruturais que afetam a forma como os testículos se desenvolvem;
- Problemas no desenvolvimento dos testículos;
- Histórico de tumor testicular em familiares de primeiro grau;
- Problemas congénitos nos testículos, pénis ou nos rins;
- Já ter tido cancro testicular.
Na origem desta doença oncológica pode estar também uma condição chamada criptorquidia, que ocorre quando os testículos não desceram para o escroto, permanecendo na região abdominal.
Sintomas
A dor está presente em apenas 27% dos casos de cancro testicular, sendo o primeiro sintoma em 20% das situações.
Como nem sempre existe dor, é importante estar atento a outros sinais, nomeadamente:
- Aumento do volume de um ou de ambos os testículos;
- Fluido inexplicável no escroto;
- Nódulo palpável, duro e indolor;
- Mal-estar generalizado e cansaço;
- Sensação de peso nos testículos ou um desconforto no escroto, na virilha ou na região abdominal.
Quando surgem dores torácicas ou abdominais, bem como massas ou gânglios aumentados noutras zonas para além do testículo, pode significar que houve metastização. Isto é, que o tumor se alastrou a outras zonas do corpo, através da corrente sanguínea ou da linfa.
Nos tumores não seminomatosos, pode dar-se um aumento do tecido mamário glandular (ginecomastia), bem como perda do desejo sexual.
Diagnóstico e tratamento
Perante a suspeita, deve ser consultado um médico. O diagnóstico passa pela palpação do nódulo e por exames como:
- Ecografia escrotal, que permite diferenciar de outras patologias do testículo, como hidrocelo ou orquiepididimite;
- Análises com marcadores, nomeadamente a alfa-fetoproteina, LDH e beta-hcg, tendo em consideração que é possível existir um tumor do testículo com marcadores tumorais negativos.
Posteriormente, e para avaliar se a doença se encontra confinada ao testículo ou se se alastrou a outros órgãos, é realizada uma TAC (tomografia computorizada) ao tórax, abdómen e pélvis.
Para fazer o diagnóstico definitivo, é necessário avaliar as células testiculares ao microscópio. Para tal, o testículo afetado tem de ser removido, através de uma intervenção cirúrgica denominada orquidectomia radical.
Este procedimento também possibilita o controlo local do tumor. Em algumas situações, pode ser efetuada uma biópsia, optando-se pela preservação do testículo.
Quanto ao tratamento, este depende sempre do tipo de tumor e do seu estádio, bem como do estado geral do doente e das suas decisões.
Habitualmente, a terapia inclui uma cirurgia para remoção do testículo e do cordão espermático, podendo ser feita com ou sem colocação de uma prótese.
Quando há disseminação linfática, é necessário retirar também os gânglios afetados.
Dependendo do caso, o paciente pode ter de ser submetido a radioterapia ou quimioterapia, antes ou depois da cirurgia.
Prevenção
Ao contrário do cancro da próstata, por exemplo, não estão preconizados programas de rastreio para o cancro testicular, pelo que os homens devem fazer, regularmente, um auto-exame dos testículos.
Caso apareça um nódulo ou outro tipo de sintomas, deve procurar-se um especialista, nomeadamente um urologista.
A maioria dos cancros testiculares apresenta uma alta taxa de cura e uma baixa taxa de mortalidade. A sobrevida dos doentes a cinco anos é, em média, superior a 99%, um valor que reduz para os 70% nos tumores detetados numa fase mais avançada.