Implante dentário: o que é, quando fazer e o que ter em conta

Perder um dente pode ser uma experiência difícil, afetando a autoestima e a qualidade de vida. Felizmente, existe uma solução duradoura e eficaz para recuperar o sorriso e a funcionalidade da boca: o implante dentário.

Fique a conhecer os diferentes tipos de implantes dentários, bem como as várias etapas envolvidas no processo de colocação.

Tipos de implantes dentários

Os implantes dentários são constituídos por três componentes: um parafuso de titânio, colocado cirurgicamente no maxilar para substituir a raiz do dente; um pilar, que se fixa ao implante acima da linha da gengiva e, por fim, uma coroa (ou dente pivô), que é então colocada sobre o pilar.

Existem dois tipos de implantes dentários, designadamente:

• Endosteal: este tipo de implante é o mais utilizado a nível mundial, sendo inserido no maxilar por baixo da gengiva. Geralmente, é feito de titânio, um material resistente à corrosão. Para o sucesso deste implante, é necessário que o osso forneça uma base segura. Após a cicatrização, fixa-se um novo dente ao implante.
• Subperiosteal: este tipo de implante é inserido na gengiva, sob o maxilar. Os implantes subperiosteal podem ser uma alternativa para pacientes que não têm um maxilar saudável, com falta de osso ou que não querem submeter-se a procedimentos de reconstrução óssea. À semelhança dos implantes endósseos, nestes fixam-se dentes artificiais.

Diferenças entre implantes, dentaduras e pontes dentárias

Apesar de os implantes, dentaduras e pontes dentárias terem como objetivo comum a substituição dos dentes perdidos, estes dispositivos orais apresentam várias diferenças.

Enquanto um implante substitui a raiz do dente perdido, as pontes dentárias, tal como sugerido pelo nome, são próteses fixas que substituem um ou mais dentes em falta, sendo ancoradas nos dentes adjacentes ao espaço.

Ou seja, trata-se de uma ponte de coroas, colocadas sobre os dentes naturais em cada lado do dente perdido, e um dente pivô que "faz a ponte" entre eles.

Tanto os implantes como as pontes dentárias podem, potencialmente, proporcionar uma aparência natural.

Algumas das vantagens do implante são:

• Podem durar 15 anos ou mais, tratando-se de uma opção mais duradoura relativamente às restantes;
• Mantêm a aparência natural por mais tempo;
• Não danificam os dentes saudáveis ao redor do implante.

Já as vantagens da ponte dentária incluem:

• Geralmente, requerem apenas duas consultas ao dentista, distribuídas ao longo de algumas semanas;
• Não requerem enxerto ósseo nem cirurgia invasiva;
• Menor custo inicial, pelo menos em relação aos implantes dentários.

As dentaduras são dentes artificiais removíveis feitos de plástico ou metal. Existem dentaduras completas ou parciais, mediante as necessidades da pessoa.

Comparativamente com as dentaduras, os implantes dentários acabam por fornecer benefícios adicionais, tais como:

• Apoio na preservação do tecido do maxilar;
• Menor manutenção diária;
• Maior durabilidade.

A quem é aconselhada a colocação de implantes dentários?

Qualquer pessoa que tenha perdido um ou mais dentes, ou quando não quer usar dentaduras removíveis, que podem ser desconfortáveis e menos estéticas, pode recorrer a implantes dentários.

As causas mais comuns de perda de dentes incluem:

• Doenças crónicas, como diabetes e artrite reumatoide;
• Predisposição genética;
• Acidente ou lesão;
• Envelhecimento;
• Periodontite;
• Má nutrição;
• Tabagismo.

Contraindicações

Para receber um implante dentário, a pessoa tem que ter saúde suficiente para se submeter a uma cirurgia.

Por isso, a implementação destes dispositivos dentários pode não ser aconselhada aos pacientes com:

• Condições médicas subjacentes, como distúrbios hemorrágicos, diabetes tipo 2 não controlada, deficiências imunitárias, algumas condições cardiovasculares e certas doenças ósseas;
• Tratamento ativo de cancro;
• Doença periodontal grave;
• Hábitos de tabagismo.

Preço

Por norma, os implantes para os dentes têm um custo superior relativamente a outros tratamentos, como as pontes dentárias.

Desde a clínica escolhida até à técnica e quantidade de implantes pretendidos, o preço dos implantes dentários pode variar entre as centenas de euros até aos milhares de euros, já com implantes completos.

Como é feito um enxerto ósseo para implante dentário?

Se o maxilar não for grosso o suficiente ou for muito mole, o paciente pode precisar de um enxerto ósseo dentário, uma vez que o ato de mastigar coloca uma grande pressão no osso.

Se o osso não suportar o implante, é provável que a cirurgia não tenha o resultado esperado.

Caso seja necessário o enxerto ósseo dentário, o dentista pode usar vários materiais para a reconstrução do maxilar, tais como:2

• Enxerto ósseo natural, de outra área do corpo;
• Enxerto ósseo sintético, uma espécie de material substituto ósseo;
• Enxerto ósseo de um doador humano, ou até de uma fonte animal.

Pode demorar vários meses para que o osso transplantado cresça o suficiente para suportar um implante dentário.

Em alguns casos, o paciente pode necessitar apenas de um enxerto ósseo dentário menor e, se assim for, é possível efetuá-lo em simultâneo com a cirurgia do implante.

O que esperar da cirurgia

Geralmente, a cirurgia do implante dentário é realizada por etapas, incluindo o tempo de cicatrização entre procedimentos. Isso significa que o processo pode demorar meses até estar concluído.

As etapas são as seguintes:

• Com anestesia local, o especialista odontológico efetua um furo na mandíbula onde o dente substituto será colocado;
• O parafuso de titânio é inserido no furo e o tecido gengival é costurado ao redor ou sobre uma capa temporária colocada sobre o implante;
• Ao longo de vários meses, o osso ao redor do implante vai crescer de forma natural, fundindo-se com o implante para mantê-lo no lugar;
• É realizado um molde para a coroa dentária;
• Quando o implante estiver seguro, o dentista substitui a capa temporária por um pilar, fixando a coroa sob medida ao mesmo.

Pós-operatório

Após a cirurgia, é aconselhável que o paciente consuma alimentos macios e beba bastantes líquidos. Eis alguns exemplos:

• Batidos de proteína;
• Iogurte;
• Compota de maçã;
• Gelatina;
• Gelado;
• Pudim.

Durante o pós-operatório, o paciente deve evitar alimentos picantes, ácidos ou duros, uma vez que podem causar irritação e perturbar o local da incisão dentária.

Cuidados a ter em atenção

A taxa de sucesso da maioria dos implantes dentários é elevada, mas, às vezes, o osso não consegue fundir-se o suficiente com o implante de metal.

Nesses casos, o implante é removido e o osso é limpo. O procedimento pode ser retomado novamente em cerca de três meses.

Para que isso não aconteça, pode adotar estratégias para cuidar quer dos dentes artificiais, quer dos dentes naturais, tais como:

• Manter os dentes e gengivas limpas. Se possível, usar uma escova interdental, que pode ajudar a limpar os cantos e fendas ao redor dos dentes, gengivas e pinos de metal.
• Consultar o dentista regularmente, desde agendar exames odontológicos para garantir a saúde do implante dentário até efetuar uma limpeza de dentes, sempre que seja necessária.
• Evitar hábitos prejudiciais, como mastigar alimentos duros, beber café e fumar.

Perante certas condições, como bruxismo, é aconselhável recorrer a tratamento especializado para evitar desgaste ou fratura dos dentes.