
Tem dúvidas sobre a diabetes tipo 2? Esclareça as mais comuns
• 5 mins. leitura
Indíce
- 1. O que é?
- 2. Quais as causas?
- 3. Quais os Sintomas?
- 4. Diagnóstico
- 5. Tratamento
Estima-se que, em Portugal, 9 em cada 10 diabéticos tenham diabetes tipo 2, uma doença que, no nosso país, afeta mais de 900 mil pessoas.
Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, a diabetes tipo 2 tem aumentado de forma galopante em todo o mundo. Embora esteja associada a pessoas com mais de 40 anos, que, devido à idade e estilo de vida, têm maior propensão para a obesidade, está a crescer entre os mais jovens.
O que é a diabetes tipo 2?
A diabetes mellitus tipo 2 é a forma mais prevalente de diabetes. Outros tipos comuns desta doença são, por exemplo, a diabetes tipo 1 ou a diabetes gestacional.
Estas patologias caraterizam-se pelos elevados níveis de glicose (açúcar) no sangue, que se explicam pelo facto de o pâncreas não produzir insulina ou produzir em quantidades insuficientes.
No caso específico da diabetes tipo 2, apesar de haver produção de insulina, o organismo, devido ao excesso de peso, torna-se resistente a esta hormona.
O que causa este tipo de diabetes?
As causas para a diabetes tipo 2 estão identificadas e estão relacionadas com um conjunto de caraterísticas dos países mais desenvolvidos.
Além da idade (acima dos 40 anos), é motivada por sedentarismo, excesso de peso e obesidade, sobretudo quando existe gordura visceral (a que se acumula na zona abdominal).
A genética é outro fator de risco para a diabetes tipo 2: ter familiares diretos diabéticos aumenta a probabilidade de vir a ser afetado. A doença também parece ser mais frequente entre membros das comunidades negra, hispânica e latina.
As mulheres que sofreram de diabetes gestacional (diabetes durante a gravidez) também podem vir a desenvolver diabetes tipo 2.
Sintomas da diabetes mellitus tipo 2
Os sintomas desta doença incluem:
- Sede excessiva;
- Sensação de fome constante;
- Urinar muito e frequentemente;
- Perda de peso inexplicável;
- Visão turva;
- Cansaço extremo;
- Alterações no humor, irritabilidade;
- Dificuldade na cicatrização de feridas;
- Formigueiros e dormência nas mãos e pés;
- Infeções urinárias de repetição;
- Infeções nos órgãos genitais ou na pele, que são geralmente causadas por fungos.
Como os sintomas nem sempre surgem na fase inicial da diabetes, esta pode não ser imediatamente diagnosticada.

Diagnóstico
O aparecimento de sintomas como cansaço, sede excessiva e necessidade de urinar frequentemente é, muitas vezes, o primeiro passo para diagnosticar a diabetes tipo 2. A confirmação surge com análises ao sangue.
Outras vezes, como os sintomas são ligeiros ou desvalorizados pelo doente, é através das análises de rotina que se detetam níveis elevados de açúcar no sangue ou na urina.
São estes os valores que indicam a existência de diabetes:
- Glicemia ocasional de 200 mg/dl ou superior com sintomas;
- Glicemia em jejum (8 horas) de 126 mg/dl ou superior em 2 ocasiões num curto espaço de tempo;
- Hemoglobina glicada superior ou igual a 6,5%;
- Glicemia superior ou igual a 200 mg/dL duas horas após fazer a Prova de Tolerância oral à glicose (PTGO).
Tratamento
As mudanças no estilo de vida são um dos pontos mais importantes no tratamento desta doença crónica. O objetivo é controlar o metabolismo, para que o diabético possa ter uma vida normal. Ao atrasar a progressão da diabetes, evitam-se também as complicações que lhe são associadas, como a cegueira ou problemas cardiovasculares.
Segundo o INFARMED, a primeira estratégia para tratar este tipo de diabetes é não farmacológica (isto é, sem recorrer a medicamentos) e passa pela conjugação de um regime alimentar e atividade física adequados à situação de cada doente.
Medicamentos como a metformina também são usados para tratar a doença, existindo alternativas quando esta substância não é tolerada pelo organismo.
À medida que os anos passam, o organismo do paciente vai perdendo a capacidade de produzir insulina, pelo que um estilo de vida saudável e a medicação inicial já não são suficientes. Assim, pode vir a ser necessário recorrer à insulinoterapia, usando dispositivos semelhantes a canetas para injetar insulina no organismo.
Cuidados a ter quando se sofre de diabetes tipo 2
Um dos cuidados a ter passa pela adoção de uma dieta saudável, que deve ser discutida com o médico e ajustada às necessidades de cada um. Contudo, de uma forma geral, uma pessoa com diabetes tipo 2 deve seguir estas regras nutricionais:
- Evitar gorduras saturadas como óleos, manteigas, banha ou natas;
- Optar por gorduras insaturadas, como azeite ou frutos secos;
- Não escolher alimentos que causem um aumento rápido da glicose no sangue, como bolos e bolachas;
- Optar por produtos de absorção lenta, como pão, massa, arroz ou aveia;
- Privilegiar os legumes, a fruta e alimentos ricos em fibra.
Outro aspeto que contribui para manter a diabetes controlada é a prática de exercício físico, que deve ser adequado à idade e condição física da pessoa. Parar de fumar e perder entre 5% a 10% de peso são também medidas benéficas para quem sofre desta doença.
Quem foi diagnosticado com diabetes tipo 2 continua a ter uma vida normal, mas deve consultar o médico com regularidade e fazer exames, como análises ao sangue e à urina. Medir a tensão arterial, controlar o peso e verificar a existência de lesões nos pés são igualmente hábitos importantes para manter este problema vigiado.
Consequências da diabetes tipo 2
Se não for tratada ou controlada, a diabetes tipo 2 pode causar mau funcionamento dos rins, o que, por sua vez, pode obrigar à realização de diálise. As outras consequências possíveis são:
- Cegueira;
- Perda de sensibilidade nos pés e mãos (com maior risco de lesões e queimaduras); Feridas nos pés, que, nos diagnósticos mais graves, podem levar a amputações;
- Risco aumentado de acidente vascular cerebral (AVC) e de ataques cardíacos.
Nas situações mais graves, o doente pode sentir enfartamento, vómitos, diarreia, quebras de tensão, tonturas quando se levanta ou palpitações no coração quando está em repouso.

Diabetes tipo 2 e diabetes tipo 1: qual é a diferença?
A diabetes tipo 2, além de ser a forma mais comum, surge geralmente em pessoas com mais de 40 anos e está relacionada com um estilo de vida sedentário e com excesso de peso. Pode ser controlada com mudanças de hábitos, aumento da atividade física e medicação, sem recurso à insulina.
A diabetes tipo 1 é mais frequente em crianças e jovens adultos, surgindo principalmente devido à ausência da produção de insulina por destruição autoimune das células no pâncreas, cuja causa é ainda desconhecida. Isto é, não está associada a qualquer tipo de comportamento nocivo para saúde. As pessoas afetadas por esta doença precisam de fazer tratamento com insulina durante toda a vida, uma vez que o seu corpo é incapaz de a produzir. 6
Prevenção
Manter um estilo de vida saudável e controlo de fatores de risco cardiovasculares é a melhor forma de prevenir o aparecimento da diabetes tipo 2.
Para evitar esta doença, é fundamental ter uma dieta à base de fruta, vegetais, grãos integrais e laticínios com baixo teor de gordura. A carne, os fritos e alimentos com alto teor de gordura devem ser evitados.
Igualmente evitados devem ser o tabaco e as bebidas alcoólicas (que podem interferir no aumento do açúcar no sangue e a pressão arterial).
Ter uma atividade física regular, com pelo menos uma caminhada de 30 minutos por dia, é outro cuidado fundamental para reduzir a probabilidade de vir a sofrer de diabetes tipo 2.