
Quistos sebáceos: o que são estas massas e como removê-las
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Indíce
- 1. O que são?
- 2. Qual a aparência?
- 3. Porque surgem?
- 4. Devemos removê-los?
- 5. Como se preparar para remover?
Pequenos nódulos sob a pele, os quistos sebáceos são comuns e, geralmente, inofensivos. No entanto, a sua aparência e a dúvida sobre a necessidade de remoção podem gerar preocupação.
Neste artigo, vamos explicar, em detalhe, o que são quistos sebáceos, quais as causas, como identificar os sintomas, quando procurar tratamento e em que situações é aconselhado removê-los.
O que são quistos sebáceos?
Os quistos sebáceos são quistos cutâneos benignos que surgem devido ao bloqueio das glândulas sebáceas, impedindo a drenagem normal do sebo. Como resultado, essas estruturas acabam por ser preenchidas por queratina, lípidos e outras partículas da pele.
É importante diferenciá-los dos quistos epidermoides, que também contêm queratina, mas formam-se a partir de células epidérmicas e não das glândulas sebáceas.
Os quistos sebáceos aparecem mais frequentemente no rosto, pescoço, couro cabeludo, pernas, braços, genitália, tronco e costas, crescendo lentamente ao longo do tempo.
Apesar de inofensivos, podem tornar-se desconfortáveis, sobretudo se inflamarem ou infetarem. Em casos raros, podem estar associados a condições genéticas como a síndrome de Gardner ou Gorlin.
O diagnóstico é geralmente feito mediante exame clínico, podendo ser necessária uma biópsia, caso haja suspeita de malignidade. A palpação pode ajudar a diferenciar um quisto sebáceo de outras lesões, uma vez que costuma ser móvel sob a pele e de consistência firme.
Os quistos sebáceos afetam principalmente adultos, sendo mais comuns entre a terceira e quarta décadas de vida. São raros antes da puberdade e podem ocorrer com mais frequência em homens do que em mulheres. Fatores como predisposição genética, exposição solar prolongada e determinadas condições dermatológicas podem influenciar o seu aparecimento.
Que aparência tem um quisto sebáceo?
Apresentam-se como nódulos arredondados sob a pele, de consistência firme e geralmente indolor ao toque.
No entanto, quistos maiores podem tornar-se desconfortáveis ou mesmo dolorosos, especialmente no rosto e pescoço, onde podem causar pressão.
O seu tamanho pode variar entre alguns milímetros e vários centímetros de diâmetro.
A pele sobre o quisto pode ser normal, mas, em alguns casos, pode apresentar descoloração, tornando-se avermelhada ou inflamada, especialmente se houver infeção.
Alguns quistos apresentam um pequeno ponto central (punctum), que corresponde à abertura bloqueada da glândula sebácea. Quando pressionados, podem libertar uma substância espessa e amarelada, composta principalmente por queratina e restos celulares, frequentemente com um odor desagradável.
Geralmente, os quistos são móveis sob a pele e de crescimento lento. Contudo, um quisto sebáceo pode ser considerado atípico e potencialmente cancerígeno se tiver um diâmetro superior a 5 centímetros, apresentar sinais de infeção ou recorrer rapidamente após a remoção.

Porque surgem os quistos sebáceos?
Os quistos sebáceos podem surgir devido a diversos fatores:
- Traumas ou lesões na pele: um arranhão, uma ferida cirúrgica ou qualquer outra forma de trauma na pele pode causar danos no ducto sebáceo.
- Inflamação dos folículos pilosos: condições como acne podem inflamar os folículos capilares, resultando no bloqueio do ducto sebáceo.
- Fatores genéticos: algumas condições genéticas, como a síndrome de Gardner ou a síndrome do nevo basocelular, podem predispor ao desenvolvimento de quistos sebáceos.
- Danos crónicos: exposição prolongada ao sol ou outros danos repetidos na pele também podem contribuir para o aparecimento destes quistos.
Os quistos sebáceos crescem lentamente, pelo que o evento que originou o bloqueio pode ter ocorrido semanas ou meses antes de o quisto se tornar visível.
Em algumas zonas do corpo onde não existem folículos capilares, um trauma pode empurrar as células epidérmicas para a derme, formando uma bolsa onde se acumula queratina e dando origem a um quisto.
Além disso, certos medicamentos, como inibidores da BRAF, imiquimod ou ciclosporina, e infeções como o vírus do papiloma humano (HPV), podem aumentar o risco de desenvolver quistos.
Também o espessamento anormal da camada externa da pele (hiperqueratose) e o envelhecimento cutâneo podem contribuir para o desenvolvimento dos quistos sebáceos.
Atenção, os quistos sebáceos não são contagiosos, ou seja, não se transmitem de pessoa para pessoa.
Deve removê-los?
Os quistos sebáceos, na maioria dos casos, não necessitam de tratamento se não causarem problemas ou desconforto, sendo suficiente monitorizá-los regularmente. Por vezes, um quisto pode desaparecer por si só.
No entanto, pode ser recomendada a remoção se houver dor, infeção recorrente ou aumento significativo do quisto. O procedimento é normalmente realizado sob anestesia local e é, geralmente, indolor.
Vejamos quais os principais cenários onde a intervenção médica pode ser considerada.
Quisto infetado
Se o quisto estiver infetado, pode apresentar sinais como vermelhidão, inchaço, dor intensa ou pus.
Nestes casos, o médico pode prescrever antibióticos para tratar a infeção. Após o controlo da infeção, pode ser necessário remover o quisto para evitar recorrências.
Quisto grande ou doloroso
Um quisto grande que interfira na vida quotidiana, como um quisto na cabeça que fica preso ao escovar o cabelo, ou que cause dor ou desconforto, pode ser indicado para remoção.
A intervenção cirúrgica é geralmente realizada sob anestesia local e consiste em esvaziar o conteúdo do quisto e remover a sua parede para prevenir o seu regresso. Caso a cápsula do quisto não seja completamente removida, há um risco maior de recorrência da lesão.
Problemas estéticos
Se o quisto for visível e causar preocupações estéticas, o médico pode recomendar a sua remoção. Este procedimento pode envolver drenagem ou excisão completa do quisto.
Quisto inflamado
Quistos inflamados (inchados e vermelhos) podem ser tratados com injeções de esteroides para reduzir a inflamação.
Em alguns casos, esta abordagem pode evitar a necessidade de drenagem. Contudo, se o quisto persistir ou tornar-se recorrente, a remoção cirúrgica pode ser a solução mais eficaz.
Rompimento do quisto
Quando um quisto se rompe, pode causar inchaço, dor, descoloração da pele e drenagem de líquido amarelado e malcheiroso.
Nestas situações, o médico pode recomendar limpeza adequada e, eventualmente, remoção cirúrgica para evitar complicações.

Preparar-se para remover um quisto sebáceo
Se decidiu ou foi aconselhado a remover um quisto sebáceo, é essencial preparar-se adequadamente para garantir que o procedimento decorra com segurança, tendo em consideração algumas recomendações:
- Consulte um especialista qualificado: a remoção de quistos sebáceos deve ser realizada por um dermatologista, cirurgião plástico ou cirurgião geral. Um diagnóstico correto é crucial para determinar se o quisto é benigno e se a remoção é necessária.
- Evite manipular o quisto: não tente espremer ou cortar o quisto por conta própria. Isso pode aumentar o risco de infeção, inflamação ou cicatrizes permanentes. Deixe o tratamento nas mãos de um profissional.
- Informe o médico sobre condições médicas e medicamentos: antes do procedimento, forneça ao seu médico informações detalhadas sobre qualquer condição médica subjacente, como diabetes, problemas circulatórios ou alergias conhecidas. Além disso, relate todos os medicamentos, suplementos ou anticoagulantes que esteja a tomar, pois estes podem afetar a coagulação sanguínea durante a intervenção.
- Siga as recomendações pré-operatórias: o médico pode dar instruções específicas antes da remoção, como evitar alimentos ou líquidos por algumas horas (se for necessária anestesia geral) ou parar temporariamente certos medicamentos. Cumpra rigorosamente todas as orientações fornecidas.
- Planeie o pós-procedimento: certifique-se de que tem alguém disponível para o acompanhar após o procedimento, especialmente se for necessário usar anestesia geral ou sedação. Prepare também o espaço onde irá repousar em casa, garantindo que seja limpo e confortável.
Cuidados a ter após remover quistos sebáceos
Após a remoção de um quisto sebáceo, é necessário adotar alguns cuidados para promover uma recuperação adequada e prevenir complicações. Tome nota de algumas dicas importantes:
- Manter a área limpa e seca: mantenha o local da incisão limpo e seco para evitar infeções. O médico pode indicar quando é seguro lavar a área e que produtos devem ser usados. Evite expor o ferimento a água durante os primeiros dias, exceto se receber instruções contrárias.
- Evitar esforços físicos intensos: durante os primeiros dias após a remoção, evite atividades que possam causar tensão ou pressão na área operada, como levantar pesos pesados ou praticar exercícios intensos. Isso ajuda a prevenir sangramento ou reabertura do corte.
- Seguir as instruções médicas sobre medicação e trocas de penso: o médico pode prescrever antibióticos para prevenir infeções ou analgésicos para controlar a dor. Certifique-se que toma os medicamentos conforme indicado. Além disso, siga cuidadosamente as instruções sobre troca de penso e cuidados locais. Utilize sempre materiais esterilizados para evitar contaminação.
- Vigiar sinais de infeção: esteja atento a sinais de infeção, como aumento significativo da vermelhidão ou calor na área, dor intensa ou persistente, drenagem de pus ou líquido amarelado, febre ou mal-estar geral. Se notar algum destes sintomas, contacte imediatamente o seu médico.
- Proteger a cicatriz em formação: à medida que a ferida começa a cicatrizar, proteja-a contra exposição excessiva ao sol, que pode escurecer a cicatriz. Use protetor solar adequado ou cubra a área enquanto estiver ao ar livre.
- Seguir com o acompanhamento médico: compareça a todas as consultas de seguimento agendadas pelo médico para garantir que a cicatrização está a progredir corretamente. Estas visitas permitem detetar precocemente qualquer complicação ou necessidade de intervenção adicional.
A remoção de um quisto sebáceo é, na maioria das vezes, um procedimento simples e seguro, mas exige preparação adequada e cuidados meticulosos após a intervenção. Ao seguir as recomendações médicas e manter boas práticas de higiene e descanso, reduzirá significativamente o risco de complicações e acelerará a sua recuperação.
Se procura informações adicionais ou tem dúvidas sobre o diagnóstico e tratamento de quistos sebáceos, consulte sempre um especialista para obter aconselhamento personalizado e adequado às suas necessidades.