Afinal, o que é a dor e para que serve?
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Indíce
- 1. O que é a dor?
- 2. Tipos de dor
- 3. Formas de medir dor
- 4. Como viver com dor?
Não é agradável, mas a dor tem um papel mais importante do que possamos imaginar.
Quando alguma parte do corpo dói, é sinal de que algo não está bem e que precisamos de atuar antes que o problema se agrave.
Neste artigo, pode ficar a saber para que serve a dor, que tipos existem e como medir a sua intensidade.
Pode, ainda, conhecer estratégias para viver com a dor e atenuá-la.
Em que consiste a dor e que função desempenha
A dor é uma experiência sensorial e emocional incómoda, relacionada com uma lesão real ou potencial dos tecidos, segundo a Federação Europeia da Dor.
Esta é uma resposta do nosso organismo a estímulos nocivos, que podem ir desde uma lesão física, como uma queimadura, até uma doença crónica, como a artrite, por exemplo.
A dor desempenha, assim, uma função de proteção, atuando como um sistema de alarme que nos avisa sobre situações que podem causar danos ao nosso corpo, levando-nos a adotar medidas para evitá-las ou lidar com elas.
Por exemplo, se encostarmos ligeiramente a mão a uma chama, vamos, com certeza, sentir a dor da pele a ser queimada. Isto vai fazer-nos recuar e evitar uma queimadura mais grave.
Tipos de dor
A dor não é toda igual, podendo ser classificada consoante as suas caraterísticas e duração. Assim:
- Dor aguda: dura menos do que 30 dias e, por norma, surge como uma resposta imediata a uma lesão recente, tendo o objetivo de evitar que esta se agrave. É um sinal de alerta importante e tende a desaparecer à medida que a lesão é curada;
- Dor crónica: persiste por um período prolongado, mais do que três a seis meses. Muitas vezes, permanece além do tempo esperado para a cura dos tecidos, ossos ou órgãos atingidos. Este tipo de dor pode resultar de determinadas condições médicas, como fibromialgia, osteoartrite ou dor neuropática. A dor crónica é mais complexa do que a dor aguda, podendo também ser causada por fatores emocionais, sociais e psicológicos.
Formas de medir a dor
Um tratamento eficaz da dor depende de uma avaliação adequada, que pode ser feita de várias formas, tais como:
- Escala de classificação numérica: mede a dor numa escala de 0 a 10, em que 0 significa nenhuma dor e 10 representa a pior dor imaginável. É útil, por exemplo, para avaliar como os níveis de dor mudam em resposta a um tratamento;
- Escala de descrição verbal: esta escala pode ajudar a medir os níveis de dor em crianças com deficiências cognitivas, em seniores, pessoas autistas ou disléxicas. Em vez de usar números, o médico coloca diferentes perguntas descritivas ao paciente para restringir o tipo de dor;
- Escala de rostos: utilizado principalmente em crianças, este método consiste em mostrar uma variedade de rostos expressivos, de angustiados a felizes. Esta escala já mostrou ser eficaz em pessoas autistas.
Entre as outras maneiras de medição, consta também um questionário escrito mais detalhado, que permite mapear a linha do tempo da dor para detetar padrões, bem como avaliar o efeito no humor, na atividade, no sono e nos relacionamentos interpessoais.
As repercussões da dor na nossa vida
A dor pode ter várias repercussões na vida das pessoas. Pode interferir na capacidade de realizar atividades diárias, afetar o sono, o humor, a concentração e até mesmo o convívio social.
A dor crónica, em particular, pode levar à incapacidade funcional, perda de produtividade no trabalho e declínio da qualidade de vida.
Há estudos sobre o assunto que também demonstram existir uma associação entre a dor crónica e altos níveis de ansiedade, depressão e stress.
A dor persistente pode, ainda, levar a mudanças neuroplásticas no sistema nervoso, aumentando a sensibilidade à dor e contribuindo para um ciclo de dor contínua.
Como viver com a dor e como atenuá-la
Embora nem sempre seja possível eliminar totalmente a dor, existem estratégias que podem ajudar a minimizar o seu impacto na vida e contribuir para um maior bem-estar.
Geralmente, o tratamento da dor envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir medicamentos, terapias físicas, intervenção psicológica e medidas de autocuidado.
Uma gestão eficaz da dor crónica passa igualmente pela adoção de hábitos saudáveis, nomeadamente ter um sono regular e uma alimentação equilibrada, bem como praticar exercícios físicos adequados ou técnicas de relaxamento.
Por fim, há que realçar a importância do suporte emocional e social no modo como se lida com a dor, seja por meio de grupos de apoio ou do acompanhamento de profissionais de saúde especializados.