Dislexia: o que é como identificar os sintomas
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Sintomas
- 3. Tratamento
A dislexia é uma perturbação neurológica que se manifesta pelas dificuldades de leitura e escrita. Esta perturbação crónica não está relacionada com a capacidade intelectual da pessoa afetada, mas sim com a compreensão e identificação de palavras.
De acordo com dados da Associação Portuguesa de Dislexia, estima-se que 10% da população mundial tenha dislexia e que, em Portugal, cerca de 5% da população sofra desta perturbação.
Ainda que não tenha cura, a dislexia pode ser ultrapassada, desde que acompanhada com terapia especializada. A intervenção precoce é um fator-chave para o sucesso e, por isso, é importante reconhecer os sintomas desde cedo.
Dislexia: o que é, sintomas e tratamento
A dislexia em nada está relacionada com a falta de inteligência, visão ou audição. A dificuldade em aprender a ler - mesmo que com motivação para aprender - está relacionada com a forma como o cérebro de um disléxico processa a informação.
O que é?
A dislexia é uma dificuldade específica de aprendizagem da leitura, mesmo em pacientes com inteligência normal ou acima da normal. E que pode apresentar desafios diários a um disléxico.
No entanto, com apoio especializado, é possível melhorar as capacidades de leitura e escrita e, assim, ajudar as pessoas a serem bem-sucedidas académica e profissionalmente.
As causas exatas ainda não são totalmente conhecidas, mas é comum aparecer em várias pessoas da mesma família. Isto pressupõe a existência de uma mutação genética que causa alterações na forma como o cérebro processa a leitura e a linguagem.
A Associação Internacional de Dislexia diz que esta perturbação afeta tanto homens como mulheres, assim como afeta igualmente pessoas de diferentes origens étnicas e socioeconómicas.
O diagnóstico é, normalmente, feito na infância, quando a criança está a aprender a ler e a escrever. A criança deve ser avaliada por uma equipa multidisciplinar com a ajuda dos pais e professores.
De referir que, em casos mais leves, o diagnóstico pode só ser feito na adolescência ou na idade adulta. Mas é importante a abordagem precoce, pois a dislexia pode limitar a evolução nos estudos e a vida profissional.
Aprendizagem lenta, dificuldade de concentração, escrever palavras de uma forma estranha e dificuldade em soletrar são alguns dos sintomas e sinais. Mas as pessoas com dislexia são, normalmente, muito boas em competências como pensamento criativo e resolução de problemas.
Quais os principais sinais e sintomas?
Os principais sintomas e sinais, de acordo com a Associação Portuguesa de Dislexia, incluem:
- Dificuldades na leitura;
- Domínio e velocidade de leitura inferiores ao esperado para a idade;
- Dificuldade em compreender/interpretar textos e enunciados;
- Dificuldades no processamento fonológico;
- Substituição de palavras por outras semelhantes, mas com significado diferente;
- Dificuldades de escrita;
- Dificuldade na associação do som ao desenho da letra;
- Utilização de vocabulário limitado;
- Presença de muitos erros ortográficos e sintáticos;
- Confusão com letras de sons próximos ou com desenho semelhantes;
- Letra feia e irregular;
- Lentidão na realização dos trabalhos de casa;
- Distração fácil;
- Desenvolvimento de estratégias para não ter que ler ou escrever;
- Resultados escolares inferiores à sua capacidade intelectual;
- Melhores notas nas avaliações orais do que nas provas escritas;
- Comportamentos de isolamento ou anulação na escola;
- Ansiedade nos momentos de avaliação ou em atividades que impliquem leitura e escrita;
- Sentimento de frustração e desânimo quando não consegue executar uma tarefa;
- Enurese noturna;
- Baixa autoestima e sentimento de inferioridade.
Tratamento
São, geralmente, os professores a suspeitar que a criança tem uma dificuldade específica de aprendizagem, quando comparado o seu desempenho com o dos outros alunos.
A criança ou jovem disléxico costuma, também, apresentar um quadro de tristeza e depressão por não conseguir superar as dificuldades de aprendizagem, apesar da sua dedicação e esforço.
Verificadas estas dificuldades, a criança deverá fazer uma avaliação psicopedagógica para identificar o tipo de erros, a sua intensidade e duração. O relatório de avaliação vai ser a base de um plano de intervenção personalizado e deverá ser partilhado entre profissionais de saúde, família e professores.
Este apoio especializado deve começar antes do primeiro ciclo, de forma a que a criança possa ter os pré-requisitos para a aprendizagem da leitura. Uma intervenção precoce permite ultrapassar cerca de 90% das dificuldades.