Esclerose múltipla: saiba mais sobre esta doença
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De acordo com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), a doença “afeta particularmente a mielina (uma bainha que rodeia, alimenta, protege e isola eletricamente as extensões dos neurónios permitindo a rápida transmissão de impulsos)”.
Devido a uma falha no sistema imunitário, a mielina é erradamente identificada como um corpo estranho e é atacada pelo próprio organismo.
Os vários tipos de Esclerose Múltipla (EM)
A Esclerose Múltipla apresenta diferentes formas e tem, também, tipos muito distintos, sendo as formas conhecidas da doença as seguintes:
EM remitente: recorrente, típica nos jovens adultos, corresponde a 85% dos casos e carateriza-se pela ocorrência de surtos sucessivos sem que haja uma progressão contínua da doença;
EM primária progressiva: corresponde a 15% dos casos e é comum nos doentes acima dos 40 anos em que a doença evolui de forma lenta, mas progressiva;
Esclerose múltipla secundária progressiva: inicia-se por surtos e, com a progressão do tempo, a doença torna-se progressiva e com agravamento clínico gradual.
Convém lembrar que a forma remitente da doença pode, ao fim de 10 a 20 anos, evoluir para uma forma secundária progressiva, em que os surtos se tornam menos frequentes, podendo ocorrer um agravamento progressivo, nomeadamente nas dificuldades na marcha.
Sintomas da esclerose múltipla
A doença, que surge, normalmente, entre os 20 e os 40 anos de idade, portanto, entre os jovens adultos, afeta com maior incidência as mulheres. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam, em todo o mundo, cerca de 2,5 milhões de pessoas com esta doença, sendo que, em
Portugal, se estima que afete mais de oito mil pessoas.
Dependendo da área do Sistema Nervoso Central que é afetada, os sintomas são muito variáveis, não havendo dois pacientes com os mesmos sintomas e estes podem mesmo variar ao longo do tempo em cada indivíduo.
De resto, os sintomas mais comuns são:
- Fadiga;
- Alterações na marcha;
- Dormência nos membros;
- Sensação de rigidez e espasmos musculares (espasticidade);
- Problemas de visão;
- Fraqueza;
- Tonturas;
- Dor;
- Problemas intestinais e digestivos;
- Problemas de bexiga;
- Disfunção sexual;
- Problemas cognitivos;
- Depressão;
- Alterações na fala;
- Problemas de deglutição;
- Tremores;
- Convulsões;
- Dificuldades respiratórias;
- Perda de audição.
Diagnóstico da esclerose múltipla
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, “a diversidade de sintomas e a ausência de indicadores específicos dificultam o diagnóstico”, sendo este feito com base na observação de sintomas clínicos e através de imagens de ressonância magnética que permitem visualizar as lesões, ou seja, as cicatrizes provocadas pelos ataques do sistema imunitário à mielina.
O diagnóstico faz-se, também, pela recolha de elementos biológicos, como a análise do líquido cefalorraquidiano, colhido através de uma punção lombar.
Tratamento da Esclerose Múltipla
Sendo uma doença crónica, esta não tem cura. O tratamento da esclerose múltipla passa por diversas abordagens, desde logo a farmacológica, existindo, atualmente, uma grande oferta de medicamentos para controlo de sintomas e contenção da doença, que evitam e/ou retardam os surtos.
Entre os medicamentos mais comuns estão os corticosteroides, os imunomoduladores e os imunossupressores.
A reabilitação, nomeadamente a fisioterapia, é outra das estratégias adotadas no tratamento da esclerose múltipla, bem como a adoção de hábitos de vida saudáveis. As chamadas terapias alternativas ou não convencionais são outra resposta eficaz no que respeita à estabilização da doença e à melhoria dos sintomas mais agudos.
Um acompanhamento médico e multidisciplinar torna-se imperativo para um controlo da doença e qualidade de vida do paciente.