Apendicite: como reconhecer os sinais
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A apendicite é uma inflamação no apêndice, um pequeno órgão linfático, localizado na primeira parte do intestino grosso, no lado inferior direito do abdómen.
Trata-se de um problema muito comum em idades mais jovens, mas que pode ocorrer em qualquer momento da vida.
Se não for tratada a tempo, a apendicite por dar origem a problemas graves e até à morte do doente, pelo que a cirurgia de emergência costuma ser o tratamento adotado.
Como se manifesta a apendicite
Sintomas
Os sintomas da apendicite costumam surgir de repente, sem manifestações prévias, embora, em alguns casos, possam ocorrer perturbações digestivas nos dois ou três dias anteriores.
Habitualmente, o primeiro sintoma é uma dor na zona superior do abdómen, mais ou menos intermitente, ou ao redor do umbigo, que depois evolui para náuseas e vómitos.
Após algumas horas, a náusea desaparece e a dor muda para a zona inferior direita do abdómen.
Em muitas pessoas, sobretudo bebés e crianças, a dor no abdómen pode ser generalizada. Nos idosos e nas grávidas, os sintomas costumam ser menos dolorosos, mas a gravidade da situação é igual.
Os sintomas mais habituais da apendicite são:
- Dor mal definida com início na parte superior do abdómen. Com o passar do tempo vai evoluindo para dor intensa e localizada na zona inferior direita do abdómen;
- Náuseas e vómitos;
- Perda de apetite;
- Obstipação e diarreia;
- Febre, nos casos mais evoluídos.
Estes sintomas são, normalmente, suficientes para o diagnóstico da apendicite, uma vez que o diagnóstico é clínico. É, no entanto, necessária a realização de um exame médico, análises ao sangue e urina e, ainda, uma ecografia ou uma Tomografia Computorizada (TAC), que auxilia na distinção de um diagnóstico diferenciado.
Se o apêndice se romper, a dor pode diminuir de intensidade durante algum tempo. Ela acaba, no entanto, por regressar de forma intensa, acompanhada por febre alta. Caso a infeção piore, pode dar-se um choque (redução abrupta do fornecimento de sangue aos órgãos, o que pode causar-lhes danos ou mesmo a morte do doente).
Causas
A causa exata da apendicite não é ainda bem conhecida. Na maioria dos casos, o processo inflamatório é desencadeado por uma obstrução no interior do apêndice.
Este bloqueio pode ser provocado por fecalito (um pedaço pequeno e duro de fezes), e mais raramente, por um corpo estranho, parasitas ou tumores.
A oclusão ocorrida no interior do apêndice provoca um processo inflamatório que, se não for rapidamente tratado, pode resultar em perfuração do apêndice. Uma situação que, por sua vez, poderá desencadear a formação de uma bolsa de pus infetada (abcesso).
Como resultado, pode ocorrer uma peritonite, ou seja, uma inflamação e, habitualmente, uma infeção da cavidade abdominal que coloca o doente em risco de vida.
Tratamento
A cirurgia é o principal tratamento da apendicite. Esta deve ser realizada o mais cedo possível, visto existir o risco de rutura do apêndice em menos de 36 horas após o aparecimento dos sintomas.
O tratamento cirúrgico é considerado simples e visa a remoção do apêndice (apendicectomia). Raramente são registadas complicações durante ou após a intervenção.
Mesmo que, durante a cirurgia, não se confirme a apendicite, o apêndice é retirado para prevenir inflamações futuras.
Antes da intervenção cirúrgica, quando é diagnosticada a apendicite, costumam receitar dieta, hidratação e introdução de antibiótico pré-operatório.
A remoção do apêndice não causa quaisquer prejuízos à saúde da pessoa - exceto o próprio risco cirúrgico em contexto de urgência ou emergência - visto que este órgão não é essencial no funcionamento do organismo, embora desempenhe uma reduzida função imunológica.