Alergias alimentares mais comuns

As 7 alergias alimentares mais comuns

5 mins. leitura

De um modo geral, as alergias alimentares acontecem, porque o nosso sistema imunitário reconhece determinado alimento como um agente agressor do organismo. Esse alimento passa a ser um alergénio para essa pessoa, pois é causador de uma reação alérgica.

Estatisticamente, acredita-se que cinco em cada 100 crianças tenham alergias alimentares. Já nos adultos, a prevalência encontra-se entre os três e os quatro por cento.


Alergias alimentares: tudo o que precisa saber

Antes de lhe dizermos quais são as alergias alimentares mais comuns, é preciso compreender bem que alergias são estas, como elas se podem manifestar, e como se podem tratar/prevenir.

É importante sublinhar que as alergias alimentares não são o mesmo que uma intolerância alimentar. Esta última é uma resposta adversa a um dado alimento, mas não envolve o sistema imunitário. Trata-se antes de uma incapacidade do organismo digerir certo ingrediente, podendo, por isso, causar sintomas como diarreia, flatulência e dor ou desconforto abdominal, por exemplo.


Manifestações das alergias alimentares

No que respeita às alergias alimentares, as suas reações podem ser moderadas a graves, ou mesmo fatais (reação anafilática ou “choque anafilático”).

Estas manifestações aparecem rapidamente, cerca de alguns minutos a duas horas após a ingestão do alergénio.

Quanto às suas manifestações, elas podem ser:

  • Cutâneas (pele e mucosas): erupções cutâneas, eczema e urticária;
  • Respiratórias: pieira e dificuldades respiratórias;
  • Gastrointestinais: vómito, dores abdominais e diarreia;
  • Cardiovasculares: diminuição da pressão arterial; perda de consciência; edema da glote e da língua; sensação de formigueiro na boca.
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Tratamento

Aquilo que, na grande maioria dos casos, está ao alcance do paciente é procurar prevenir o surgimento da reação alérgica, ou seja, eliminar o alergénio da sua alimentação. A boa notícia é que algumas destas alergias podem desaparecer com a idade.

Na prática, quem for alérgico à proteína do leite de vaca, por exemplo, não pode ingerir produtos lácteos, seja leite ou derivados, como manteiga, queijo ou iogurte. Por outro lado, é essencial que o indivíduo consuma alimentos nutricionalmente equivalentes, de modo a não ficar com carências nutricionais.

Há, no entanto, situações em que é possível induzir a tolerância ao alimento (como acontece com o leite) ou pesquisar a tolerância a alimentos do mesmo grupo alérgico (como acontece com o peixe). Este tipo de procedimento só pode ser realizado por um médico e em ambiente hospitalar.


O que fazer em caso de manifestação grave ou fatal

Caso aconteça uma ingestão acidental do alergénio, pode haver lugar à anafilaxia, uma reação caraterizada por múltiplos sinais que podem conduzir à morte. Por isso, os indivíduos com alergia alimentar devem estar identificados e ter consigo um kit de adrenalina e medicação anti-histamínica.

Após o consumo do alergénio, deve ser administrada de imediato a adrenalina através de um auto injetor, durante 10 segundos, massajando a zona. Além disso, é fundamental contactar os serviços de emergência médica (112).


As alergias alimentares mais comuns

As alergias alimentares mais comuns (que representam 90% das alergias) são: leite de vaca, ovo, amendoim e frutos de casca rija (“frutos secos”), peixe, marisco, trigo, soja, glúten e sésamo.

Para evitar alergias, é fundamental saber quais os ingredientes que compõem dado produto ou prato, pois nem sempre a presença do alergénio é evidente, o que não significa que não provoque uma reação alérgica.

Isto porque, em algumas situações, bastam porções muito reduzidas do alergénio para provocar uma reação grave. Mais ainda: um alimento pode provocar uma reação alérgica, caso tenha entrado em contacto com outros alimentos que têm o alergénio através da “contaminação cruzada”.

Cuidados para evitar a “contaminação cruzada”:

  • Lavar bem as mãos durante a manipulação dos alimentos;
  • Não usar os mesmos utensílios durante a preparação, confeção, empratamento e distribuição de refeições;
  • Não utilizar o mesmo óleo ou água para cozinhar diferentes alimentos;
  • Não recorrer às mesmas bancadas para a manipulação dos vários alimentos;
  • Quem sofre de alergias alimentares não deve partilhar utensílios, durante a refeição;
  • Quem tem alergias alimentares deve evitar o contacto direto com alimentos potencialmente alergénicos.

1. Leite

Esta é a alergia alimentar mais frequente na infância, principalmente durante o primeiro ano de vida. Quem é alérgico deve evitar leite sob as suas várias formas, mas também os laticínios em geral, como:

  • Manteiga;
  • Iogurtes;
  • Queijos;
  • Natas,
  • Gelados.

Porém, há que estar atento aos rótulos, porque o leite pode estar presente em produtos como:

  • salsichas;
  • refeições pré-preparadas;
  • pães;
  • bolos;
  • bolachas;
  • atum.
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2. Ovo

Também mais frequente nas crianças, a reação alérgica é despoletada pela clara do ovo, mas o paciente deve evitar o ovo por completo e nas suas mais diversas formas.

Este ingrediente pode estar presente em alimentos como:

  • maionese;
  • delícias do mar;
  • massas;
  • produtos de pastelaria (como bolos e bolachas);
  • gomas;
  • charcutaria;
  • patês.
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3. Marisco

Segundo a Food Allergy Research & Education, aproximadamente 60% dos casos de alergia ao marisco manifestam-se já na idade adulta. A maioria destas reações alérgicas são causadas pelos crustáceos (lagosta, caranguejo e camarão), embora os moluscos, como amêijoa, ostra e mexilhão, também possam provocar manifestações alérgicas semelhantes.

Convém não esquecer que o marisco está presente em produtos alimentares, como:

  • delícias do mar;
  • molhos;
  • gelificantes;
  • sopas instantâneas;
  • sushi;
  • glucosamina (presente em medicamentos);
  • suplementos com ómega-3.

4. Peixe

As reações alérgicas ao peixe são mais comuns na idade adulta e mais frequentes com o salmão, o atum e o linguado, embora incluam todas as espécies de peixe, do bacalhau à sardinha.

Este alimento está, muitas vezes, presente em:

  • patês;
  • sopas instantâneas;
  • pratos de marisco;
  • gelificantes;
  • gomas;
  • suplementos de ómega-3.

5. Amendoim (leguminosa) e frutos secos

Neste caso, é possível ser alérgico a todos estes alimentos ou só a alguns. É importante não esquecer que o amendoim e os frutos secos compõem:

  • manteigas de frutos secos;
  • molho pesto;
  • bebidas vegetais;
  • aperitivos;
  • óleo de frutos secos;
  • charcutaria;
  • pipocas;
  • café;
  • licores;
  • gastronomia oriental.
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6. Cereais

De acordo com a Food Allergy Research & Education, esta é uma alergia mais comum nas crianças.

O trigo, cevada, centeio, aveia, entre outros, está presente numa grande diversidade de alimentos, como:

  • pão;
  • couscous;
  • bolachas;
  • bolos;
  • massas;
  • seitan;
  • molho de soja;
  • cerveja;
  • cereais de pequeno-almoço;
  • batatas fritas;
  • entre outros.

7. Soja

A alergia à soja é mais frequente em bebés e crianças e trata-se de um ingrediente que pode estar presente em:

  • iogurtes,
  • leites e queijos;
  • tofu;
  • atum;
  • carnes;
  • enlatados;
  • cereais;
  • bolachas;
  • fórmulas infantis;
  • snacks e barras proteicas;
  • gastronomia asiática.

8. Glúten

A alergia ao glúten é uma das caraterísticas da chamada doença celíaca. Na sua origem, está uma resposta imunológica do organismo ao glúten, proteína que se encontra presente no trigo, na cevada e no centeio.

Os sintomas mais comuns desta condição são:

  • inchaço abdominal;
  • náusea;
  • vómitos;
  • flatulência;
  • obstipação;
  • diarreia.

9. Sésamo

O sésamo está muito presente em alguns pratos como é o caso do húmus, embora muitas pessoas sejam alérgicas a este ingrediente. Em caso de alergia, as reações podem manifestar-se através da pele, do trato intestinal e do sistema cardiovascular e/ou respiratório.

Eis alguns dos sintomas mais frequentes:

  • vómitos;
  • dores de estômago;
  • tosse persistente;
  • dificuldades respiratórias;
  • colapso circulatório;
  • dor de garganta e dificuldade em engolir;
  • língua “enrolada”;
  • pulsação baixa;
  • cor pálida e azulada;
  • tontura ou desmaio;
  • erupções na pele;
  • pieira;
  • choque anafilático.

Principais alimentos que causam alergias
Origem animal Leite Ovos Peixe Moluscos
Origem vegetal Amendoim Cereais (como trigo) Sementes Frutos secos Frutos frescos Legumes
Primeiros anos de vida Leite (40%) Ovos (15%) Peixe (12%) Trigo (4%)
Crianças (idade escolar) Mariscos Frutos secos (11%) Frutos frescos (6%) Amendoim (8%) Algumas sementes

Fonte: Saber Viver

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