Sofre de alergias respiratórias? Saiba como prevenir e tratá-las
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As alergias respiratórias são uma resposta exagerada do organismo a uma substância (alergénio) que, neste caso, atinge o sistema respiratório do nosso corpo.
Estas alergias, como outras, podem começar a manifestar-se em qualquer idade, da infância à vida adulta.
As suas origens podem ser várias, mas têm sempre em comum uma hipersensibilidade do sistema imunitário a determinados elementos causadores dessas mesmas alergias.
Fique a conhecer os seus principais sintomas, mas também como evitar ou controlar este problema de saúde.
Alergias respiratórias: aprenda a controlar este problema
As alergias respiratórias, independentemente do(s) alergénio(s) associado(s), podem desencadear problemas como a asma ou a rinite alérgica.
Os sinais de alerta podem passar por:
- Tosse seca e irritativa;
- Olhos vermelhos;
- Espirros;
- Entre outros sintomas.
O mais importante é ser sujeito a um diagnóstico e a um tratamento rigoroso, de modo a controlar ao máximo estas manifestações incómodas e que interferem no bem-estar do indivíduo.
Principais tipos de alergias respiratórias
Há dois grandes tipos de alergias respiratórias: a rinite que afeta as vias aéreas superiores e aproximadamente 500 milhões de pessoas e a asma que afeta as vias aéreas inferiores.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, 25% da população portuguesa tem rinite alérgica e 10% tem asma.
As alergias podem ainda dividir-se em duas fases.
Fases alérgicas | |
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Fase de sensibilização | O indivíduo ainda não manifesta sintomas mesmo perante a exposição ao alergénio |
Fase da reação alérgica | Ocorre a reação alérgica que pode passar por sinais como olhos vermelhos, dificuldade respiratória, eritema ou prurido, entre outros |
Sintomas gerais
É certo que as reações típicas das alergias respiratórias variam de acordo com o alergénio, isto é, o agente causador da alergia ou, eventualmente, com determinadas estações do ano (sazonal).
É, ainda, importante ter noção de que essas diversas reações podem aparecer isoladas ou associadas e que a sua manifestação pode dar-se de forma aguda, num momento de crise, ou de maneira contínua, por exemplo, diariamente.
Dependendo, claro, da sensibilidade do indivíduo ao alergénio, pode dizer-se que assim que o agente causador da alergia entra em contacto com o organismo do doente, ele poderá causar sintomas, como:
Sintomatologia |
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Tosse seca e irritativa |
Muitos espirros seguidos |
Nariz vermelho, rinorreia (pingo) e/ou congestão nasal |
Prurido nasal (comichão) |
Olhos vermelhos e lacrimejantes |
Ruído no peito |
Sensação de falta de ar e/ou dificuldade em respirar |
Pieira |
Sintomas específicos da rinite alérgica
Os sinais associados à rinite podem acontecer em determinadas estações do ano (rinite sazonal), por exemplo, ou durante todo o ano (rinite perene). Neste último caso, existe uma reação a um ou mais alergénios que estão presentes em permanência no ambiente (por exemplo, os ácaros).
Aproximadamente, 53% a 70% dos casos de rinite evoluem para sinusite, sendo que, em algumas situações (40%), a sua progressão é para quadros de asma. Na rinite alérgica, o alergénio encontra-se no ar, sendo inspirado, inflamando a mucosa nasal e podendo provocar:
Rinite alérgica: sintomas |
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Prurido |
Olhos vermelhos e lacrimejantes |
Nariz vermelho e com corrimento/congestionado |
Obstrução nasal |
Tosse seca e irritativa |
Muitos espirros seguidos |
Rinorreia |
Sintomas específicos da asma alérgica
Na asma alérgica, há uma obstrução variável e reversível das vias respiratórias inferiores, a nível dos brônquios com inflamação e hiper-reatividade brônquica. As ditas crises asmáticas caraterizam-se, precisamente, pelas contrações dos brônquios, devido a edemas e/ou ao excesso de mucosidade, que causa a obstrução da entrada de ar, a partir do exterior.
Aproximadamente, entre 5% a 15% dos europeus tem asma alérgica, em diferentes graus. Além disso, muitos doentes com asma (cerca de 80%) também sofrem de rinite, sendo esta considerada um fator de risco para o desenvolvimento de asma.
Asma alérgica: sintomas |
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Tosse |
Sensação de falta de ar |
Sibilos ou silvos, quando se respira |
Fadiga |
Secreções ou mucosidade |
Dor ou pressão no peito |
Consequências
Quando os vários sintomas se manifestam simultaneamente e/ou com uma frequência diária, podem surgir consequências físicas que afetam o dia a dia do paciente, como é o caso de:
- Dores de cabeça ou cansaço;
- Diminuição do rendimento escolar/profissional;
- Privação de sono de qualidade.
Alergénios
As alergias respiratórias correspondem a uma reação inflamatória exacerbada da nossa árvore respiratória, devido à exposição a um ou a mais alergénios. Os mais frequentes são:
Principais alergénios | |
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Alergénio | Explicação |
Ácaros | São seres microscópicos, cujas proteínas e fezes podem causar alergias. Estão muito presentes em cortinados, colchões, tapetes, almofadas, etc. |
Pólen | São partículas de angiospermas, oriundas das flores, mais comuns na primavera, ou seja, nos períodos de polinização, que voam pelo ar, originando a alergia. |
Fungos | São seres microscópicos que preferem ambientes pouco ventilados e húmidos, como é o caso de guarda-fatos, armários, casas de banho, e espaços com pó. |
Pêlos (epitélios) de animais domésticos | Esta alergia deve-se não tanto ao pêlo, mas antes aos alergénios da saliva e/ou fezes, especialmente do cão e gato, que entraram em contacto com os seus pêlos. |
Poluição | |
Fumo (tabaco, por exemplo) |
Fatores favoráveis às alergias respiratórias
Há aspetos que podem tornar mais provável que um indivíduo sofra de alergias. Tome nota de alguns desses fatores genéticos e ambientais.
Fatores genéticos e ambientais que favorecem o desenvolvimento das alergias respiratórias |
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Ter histórico familiar de alergias |
Frequentar locais com muito pó |
Frequentar espaços com muita humidade ou pouco ventilados |
Passar por mudanças climáticas/temperatura |
Sofrer uma infeção das vias aéreas (principalmente vírica) |
Inalar irritantes (não específicos) |
Fumar ou contacto passivo com tabaco |
Ter maus hábitos alimentares |
Tomar alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides |
Sofrer de stress e ansiedade. |
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das alergias respiratórias deve ser realizado por um clínico geral ou alergologista.
Para isso, ele deverá ter por base a sintomatologia descrita anteriormente, assim como os resultados dos testes das alergias. A partir destes testes é possível identificar o(s) alergénio(s) causador(es) da(s) alergia(s) respiratória(s).
Apesar de não ter cura, as alergias respiratórias podem ser controladas. Para isso, é necessário fazer uma terapêutica adequada, que deve ter em conta o historial clínico do paciente.
Normalmente, os medicamentos prescritos visam atenuar os sintomas e combater a alergia respiratória. É este o caso dos anti-histamínicos, os quais são capazes de bloquear a ação da histamina, substância produzida pelo organismo, durante a crise alérgica.
Além disso, é fundamental evitar ao máximo entrar em contacto com o(s) alergénio(s), de modo a prevenir crises.
Como prevenir os sintomas das alergias respiratórias? Identificação rigorosa de fatores desencadeadores |
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Não ter objetos que acumulem pó ou humidade |
Limpar o chão, móveis, colchões e almofadas com produtos anti-ácaros |
Utilizar um aspirador com filtro High Efficiency Particulate Arrestance (HEPA) e aspirar pelo menos duas vezes, por semana, a casa |
Viver num ambiente limpo e sem pó |
Manter a casa arejada, aberta, com luz solar e sem humidade |
Usar capas nos colchões e almofadas e lavá-las com regularidade |
Limpar e escovar com frequência o animal doméstico |
Não fumar |
Evitar as mudanças bruscas de temperatura |
Praticar exercício físico moderado |
Preferir produtos sem cheiro ou com aromas suaves |