Birras: um guia para ajudar os pais
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Indíce
- 1. Quais o fatores?
- 2. Como lidar?
- 3. Seja um exemplo?
"Filho meu nunca faria aquilo!" Com certeza que já pensou isto ao ver uma criança a fazer uma birra. O certo é que todas as crianças o fazem a determinada altura.
Tendo isto em mente, o melhor é, aprender a lidar com estas situações e, se possível, a evitá-las.
O que é uma birra, afinal?
As birras são comuns e não, simplesmente, um sinal de má educação. Acontecem porque a criança ainda não aprendeu a gerir as suas próprias emoções e, na grande maioria das vezes, não tem ainda a capacidade de se exprimir, de maneira a poder verbalizar aquilo que sente. Desta forma, reage chorando, gritando ou batendo com os pés no chão.
A birra é, assim, uma forma que a criança encontra para expressar e gerir sentimentos e também de tentar perceber e influenciar ou mudar o que está a acontecer à sua volta.
De resto, uma birra - e os pais de crianças pequenas conhecem vários exemplos - pode revestir-se de mil e uma formas. Há a criança que grita, a que chora, a que atira com coisas, a que se agride a ela própria e/ou tenta agredir outros.
Há também a que se atira para o chão, a que bate com os pés ou a que desata a correr e que foge para longe dos pais, da pessoa ou da situação que lhe provoca aquele desconforto. Há, ainda, a criança que sustém a respiração ou a que vomita. E estas manifestações podem juntar-se todas numa só birra.
Fatores que podem provocar a birra
Frustração, medo, vergonha, raiva, sono ou cansaço são alguns dos motivos mais comuns para as crianças fazerem birras.
Quer se trate de crianças mais novas ou mais velhas, há situações e condicionantes que são propícias ao surgimento de uma birra. A estimulação em demasia, bem como o temperamento da própria criança também o podem justificar. As crianças mais sensíveis, por exemplo, têm tendência a irritar-se mais facilmente e a expressarem-no, muitas vezes, através de uma birra.
Como lidar com uma criança que está a fazer birra?
Tentar perceber o que deu origem à birra é muito importante, de modo a estar preparado para atuar da próxima vez que isso aconteça.
Após a birra, deverá falar com a criança. Tente entender qual foi o "gatilho" para aquela resposta e o que pode mudar para que a criança não reaja dessa forma.
Eis alguns pontos-chave para lidar com uma birra.
Não ceda!
Seja porque não quer ir dormir, porque quer aquele brinquedo que viu no centro comercial ou porque não quer comer, ao ceder a uma birra, fazendo ou dando à criança o que ela quer, está apenas a validar este comportamento.
É imprescindível, desde cedo, estabelecer regras e limites, que devem ser claros e acessíveis à criança.
Não se exalte
Não grite, não ameace e, mais importante ainda, não bata na criança. De alguma forma, esta atitude traduz-se em combater uma birra com outra birra. Perante a situação, deve manter a calma, dando espaço para que a criança também se acalme.
Certifique-se de que a criança está segura
Enquanto a criança está a fazer uma birra, certifique-se de que não corre o risco de se magoar ou de magoar alguém.
Seja firme, mas conforte a criança
Manter-se calmo, sereno e, em alguns casos, até ignorar a birra é importante, mas deve demonstrar sempre abertura para abraçar e confortar a criança, nomeadamente após o momento de "explosão".
Ajude o seu filho ou filha a perceber as emoções
Isto é algo que pode ser feito desde o nascimento, quando, ao comunicar com a criança, vai identificando situações e atitudes com as palavras "feliz", "zangado", "triste", "cansado" ou "com fome". Desta forma, a criança aprende a reconhecer os sentimentos e emoções e a saber como agir perante eles.
Não tente chamar a criança à razão durante a birra
A meio de uma birra a criança não estará em condições de o ouvir e, muito menos, de o entender. Faça-o depois de tentar perceber o que a levou a ter aquela atitude.
Seja um exemplo
A forma como os pais e os educadores reagem perante situações de stress são a melhor forma de educar a criança sobre a sua própria atitude perante as adversidades. Se o pai ou a mãe gritam, barafustam ou ficam desesperados quando estão parados no trânsito, é natural que a criança tenha comportamentos semelhantes perante situações frustrantes.
Tente identificar padrões
Em que situações é que a birra acontece? É na hora em que diz à criança para ir para a cama ou para parar de brincar? Ou é na altura de fazer os trabalhos de casa, por exemplo? Crie rotinas diferentes e adaptadas à criança, para que esses momentos não sejam tão difíceis.