Vírus sincicial respiratório: o que é e cuidados a ter
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Com o isolamento social e o uso de máscaras, em 2020, o vírus sincicial respiratório quase não teve expressão, mas, este ano, e fruto da falta de imunidade desenvolvida nestas condições, as primeiras infeções tiveram início ainda no verão, o que se tem traduzido em mais internamentos e em quadros clínicos mais graves.
Vírus sincicial respiratório: o que é?
Pertencente ao género do pneumovírus, o VSR é a principal causa de infeção das vias respiratórias nos dois primeiros anos de vida. Por isso, os bebés com menos de um ano são os mais atingidos por este vírus, que pode evoluir para bronquiolite ou pneumonia, podendo haver necessidade de internamento, conforme o agravamento de quadro clínico.
Trata-se de um vírus altamente contagioso e, até aos quatro anos de idade, praticamente todas as crianças são infetadas.
São também frequentes as reinfeções, já que a infeção não proporciona imunidade completa. No entanto, as manifestações da doença tendem a ser menos graves nessas reinfeções.
Os bebés prematuros, ou que sofrem de alguma patologia pulmonar, bem como de uma doença cardíaca congénita, estão em maior risco de desenvolvimento de doença grave.
Este vírus pode também atingir a população adulta, no entanto, a maior parte dos casos é assintomática. Podem manifestar-se sintomas ligeiros em crianças com mais de um ano de idade.
Nas crianças mais velhas, bem como em alguns adultos e adolescentes, os sintomas não passam de febre, tosse ou de uma nasofaringite, ou seja, o quadro clínico varia conforme a idade e a existência de patologias prévias.
Sintomas do VSR
Os sintomas mais comuns incluem tosse, febre, corrimento nasal, sibilos respiratórios (ao respirar, a criança emite um som semelhante a um assobio), falta de apetite e letargia. Quando a infeção é grave pode conduzir a falta de ar, cianose labial e extremidades, devendo haver uma hospitalização.
Relativamente a bebés com menos de seis meses, o primeiro sintoma pode ser a apneia, ou seja, a interrupção da respiração durante breves momentos.
Diagnóstico
Normalmente, o diagnóstico é meramente clínico, tendo em conta os sintomas e a época do ano - estas infeções são mais comuns durante o inverno - não sendo necessários outros exames, a não ser que seja necessário hospitalizar a criança.
De resto, podem fazer-se testes PCR, bem como exames imagiológicos, como uma radiografia ao tórax, para confirmar o diagnóstico e excluir outras possíveis causas.
Como prevenir a infeção pelo vírus sincicial respiratório
A prevenção da infeção por VSR passa, essencialmente, pela adoção da chamada etiqueta respiratória, uma expressão que se tornou comum nos últimos tempos por via da Covid-19.
Deve evitar-se o contacto com crianças e/ou adultos que apresentem sintomas respiratórios. Deve evitar-se, também, levar as crianças ao infantário ou à escola quando estiverem doentes.
É importante evitar locais com grandes aglomerados de pessoas, como os centros comerciais ou os transportes públicos.
Lavar ou desinfetar as mãos com frequência e usar máscara são outras medidas importantes para prevenir a infeção pelo VSR.
Em alguns casos, e para crianças de alto risco, podem ser administradas injeções de palivizumabe como forma de prevenção.
Tratamento
As crianças que apresentem dificuldade respiratória, por norma, são sujeitas a internamento, sendo tratadas com recurso a oxigénio e, eventualmente, por meio de hidratação venosa.
De resto, a maioria das crianças infetadas podem ser tratadas em casa, com recurso a analgésicos e ingerindo muitos líquidos para prevenir a desidratação.
Os pais ou cuidadores deverão estar atentos à presença de sinais de dificuldade respiratória ou de desidratação. Perante algum sintoma, deverão recorrer a um serviço de urgência hospitalar.