Ómicron: o que já se sabe sobre a nova variante
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Identificada pela primeira vez em novembro deste ano, a nova variante de Covid-19, Ómicron, apresenta, aparentemente, uma gravidade potencialmente reduzida relativamente à variante Delta.
No entanto, e de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (CEPCD), “o aumento da transmissibilidade e o crescimento exponencial resultante dos casos ultrapassarão rapidamente quaisquer benefícios de uma gravidade potencialmente reduzida”.
“Considera-se muito provável que a Ómicron venha a provocar mais hospitalizações e mortes do que as estimadas nas previsões anteriores”, referiu o CEPCD.
Sintomas mais comuns da variante Ómicron
Uma fadiga intensa durante um ou dois dias, dores de cabeça e no corpo são as queixas clínicas mais comuns da variante Ómicron.
A garganta inflamada, dores musculares, nomeadamente, na região lombar, nariz entupido, problemas gastrointestinais e fezes moles são outros sintomas da Ómicron que, por não apresentar perda de paladar ou de olfato, dois dos sinais de alerta para a Covid-19, torna a doença mais difícil de identificar numa fase inicial.
Tosse seca e suores noturnos são outros sintomas possíveis desta variante.
Variante Delta | Variante Ómicron | Outras variantes |
---|---|---|
Dor de cabeça | Fadiga extrema | Tosse |
Dor de garganta | Dor de cabeça | Febre |
Febre | Dores musculares | Dificuldades Respiratórias |
Corrimento nasal | Garganta inflamada | Perda de olfato e paladar |
Como se proteger da Ómicron
As medidas de proteção para a variante Ómicron não diferem dos cuidados tomados para evitar a Covid-19 e que são recomendados desde o início da pandemia, nomeadamente:
- Manter a distância de segurança para com outras pessoas, com um afastamento de, pelo menos, dois metros;
- Usar máscara, nomeadamente em espaços fechados;
- Lavar ou desinfetar as mãos com frequência;
- Evitar locais fechados e em espaços com grande concentração de pessoas;
- Assegurar a ventilação dos espaços fechados, abrindo as janelas para fazer o ar circular, por exemplo;
- Quando necessitar de tossir ou espirrar, faça-o cobrindo o rosto com o braço ou use um lenço descartável;
- Vacine-se contra a Covid-19;
- Se esteve em contacto com alguém infetado pela doença, deve isolar-se e ligar para o SNS 24 (808 24 24 24).
As principais variantes de Covid-19
A Organização Mundial da Saúde classifica as variantes do coronavírus conforme o seu grau de perigosidade, dividindo-as em variantes preocupantes, de interesse ou de variantes sob monitorização.
Atualmente, são cinco as variantes preocupantes: a Alfa, a Beta, a Gama, a Delta e a Ómicron.
Alfa
A variante Alfa foi identificada como preocupante em dezembro de 2020 e rapidamente se propagou por Inglaterra, estendendo-se depois ao mundo inteiro, não tendo, no entanto, grande expressão nos Estados Unidos da América.
Tem uma capacidade de transmissão 50 por cento superior às estirpes identificadas anteriormente, tendo 23 mutações, nomeadamente uma que aumenta substancialmente a transmissibilidade.
Esta variante é suscetível a tratamento com anticorpos monoclonais, podendo ser prevenida pela atuação das vacinas existentes.
Beta
Detetada inicialmente na África do Sul, esta variante inclui uma mutação que ilude o sistema imunitário, tendo revelado, igualmente, uma grande capacidade de transmissão.
Esta estirpe revelou ter a capacidade de infetar indivíduos que já haviam sido infetados por outras variantes e também pessoas vacinadas contra a Covid-19.
Apesar da preocupação causada inicialmente, não tem agora grande expressão.
Delta
A variante Delta continua a ser a estirpe dominante na maior parte do mundo, sendo responsável por 99,9 por cento dos casos nos EUA. Não é ainda certo que a doença provocada por esta variante seja mais grave que a provocada por outras, mas possui uma elevada capacidade de transmissão comparativamente com a cepa original.
Com um conjunto importante de mutações na proteína da espícula, uma estrutura que se assemelha a uma maçaneta de porta e de que o vírus se serve para se agarrar às células em que se hospeda.
É capaz de enganar o sistema imunitário, o que faz com que pessoas que já tenham sido infetadas por variantes mais antigas possam vir a ser mais propensas a uma nova infeção.
Gama
Trata-se de uma variante que se instalou no Brasil não tendo conseguido alastrar-se a outros países, sendo agora considerada apenas uma variante sob monitorização.
Ómicron
Detetada pela primeira vez a nove de novembro deste ano, devido a um surto de casos na África do Sul, a variante Ómicron ficou conhecida de imediato pela rapidez com que se transmite.
Esta estirpe possui também várias mutações na proteína da espícula, e, além das mutações que lhe conferem uma enorme rapidez de transmissibilidade, possui também alterações que tornam o vírus menos reconhecível por alguns anticorpos.
Uma mutação em específico, a N501Y, também presente nas variantes Alfa e Gama, aumenta a capacidade de reprodução do vírus nas vias aéreas superiores, no nariz e na garganta, o que faz com que seja muito mais facilmente transmissível, através da tosse ou de um espirro.
Ainda com muitas dúvidas relativamente à forma de atuação desta variante, assim como da gravidade da mesma, os especialistas acreditam que a vacinação desempenha um papel importante na proteção contra a Ómicron, recomendando-se que seja cumprido o esquema vacinal completo, com os respetivos reforços.