Dermatite: o que é, sintomas e tratamento
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Tipos de dermatite
- 3. Diagnóstico
- 4. Tratamento
- 5. Como prevenir?
A dermatite é um problema de pele bastante comum que pode afetar qualquer pessoa. Ainda que, por norma, não apresente gravidade para a saúde em geral, causa bastante desconforto. Contudo, com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, é possível controlar e aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Neste artigo, pode ficar a conhecer os principais tipos de dermatite e sintomas, bem como opções de tratamento e estratégias de prevenção.
O que é a dermatite e quais os sintomas?
A dermatite é uma inflamação da pele que causa prurido (comichão), vermelhidão, pele seca e, por vezes, bolhas ou descamação. É uma condição crónica que deve ser acompanhada por um médico.
Esta doença inflamatória da pele não representa, normalmente, um problema grave para a saúde. No entanto, coçar com força e frequentemente, pode causar feridas e, assim, aumentar o risco de infeções.
Dermatite é o termo geral utilizado para descrever um conjunto de irritações e erupções cutâneas que podem ter como causa fatores genéticos, sistema imunitário hiperativo, infeções, alergias, substâncias irritantes, entre outros.
De salientar que estas situações não são contagiosas, nem a sua presença é sinal de falta de higiene.
Tipos de dermatite
Existem vários tipos de dermatite, cada um com as suas próprias causas e sintomas. Conheça, a seguir, os principais.
Dermatite atópica
Comummente chamada eczema, a dermatite atópica é a forma mais frequente de dermatite, surgindo, muitas vezes, associada a alergias e ao histórico familiar.
Trata-se de uma condição crónica que geralmente começa na infância. Estima-se que 10% a 20% das crianças sofram de eczema atópico, podendo desaparecer com a puberdade.
A dermatite atópica carateriza-se pela pele seca e áspera, provocando comichão e erupções cutâneas, e, por isso, é importante utilizar produtos de limpeza e hidratação adequados à pele atópica.
Dermatite de contacto
Resulta do contacto com substâncias irritantes ou alérgicas, como produtos químicos ou metais.
Existem duas formas principais de dermatite de contacto:
- Dermatite de contacto irritante: quando a pele entra em contacto com determinadas substâncias, como produtos químicos agressivos, detergentes, sabonetes, ácidos ou materiais abrasivos. Os sintomas incluem vermelhidão, prurido, ardor e, em alguns casos, formação de bolhas;
- Dermatite de contacto alérgica: a reação ocorre devido à alergia a uma substância específica, como metais, látex, certos produtos cosméticos ou plantas. Pode manifestar-se através de erupções cutâneas, vermelhidão, comichão e, por vezes, bolhas.
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica é uma condição crónica que afeta áreas oleosas da pele, como o couro cabeludo, face, orelhas, sobrancelhas, peito e costas. É caraterizada por pele oleosa, escamosa e erupções cutâneas. Quando ocorre no couro cabeludo, é conhecida como caspa .
Embora a causa exata não seja totalmente compreendida, sabe-se que a produção excessiva de óleo pelas glândulas sebáceas, bem como fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o aparecimento da dermatite seborreica.
Dermatite numular
É uma condição da pele caraterizada por erupções cutâneas redondas e elevadas. Estas lesões são, normalmente, vermelhas e escamosas que provocam comichão. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas é mais habitual nas pernas, braços e tronco.
A causa exata não é conhecida. Porém, há fatores que podem desempenhar um papel no seu desenvolvimento, como pele seca, alergias, irritantes, histórico familiar e clima seco.
Dermatite de estase
Também denominada dermatite venosa ou eczema de estase, esta é uma condição da pele que ocorre nas pernas e está relacionada com a má circulação sanguínea.
Acontece quando as veias das pernas têm dificuldade em transportar eficazmente o sangue de volta ao coração, resultando na acumulação de sangue nas veias das pernas.
Os sintomas típicos incluem o inchaço das pernas e tornozelos, vermelhidão na pele das pernas, que pode ser acompanhada por comichão, pele seca, escamosa e com aspeto áspero, alterações na coloração da pele, tornando-se mais escura. Em casos mais avançados, podem surgir úlceras nas pernas.
Dermatite das fraldas
A dermatite das fraldas, também conhecida como assadura, é um problema de pele comum nos bebés e em crianças pequenas.
Esta condição ocorre devido a uma combinação de fatores, tais como o contacto prolongado da pele com urina e fezes, fricção da fralda, humidade e a pele sensível do bebé.
Os sintomas mais frequentes são a vermelhidão na área da fralda, pele irritada e inflamada, pequenas protuberâncias vermelhas ou bolhas.
Como é feito o diagnóstico?
Normalmente, a dermatite é diagnosticada com base num exame físico e historial médico. Ou seja, o dermatologista examina atentamente a pele, para encontrar sinais típicos da dermatite, como erupções, vermelhidão, descamação, entre outros. Também vai perguntar ao paciente se tem alergias, asma ou doença celíaca.
Vai, ainda, perguntar se existe comichão, ardor, pele seca e se o paciente entrou em contacto com alguma substância que possa causar irritação na pele. O local da irritação também é significativo para o correto diagnóstico.
Além do exame visual, se existirem dúvidas e necessidade de averiguar diagnósticos diferenciais, o dermatologista pode indicar:
- A realização de exames de sangue para verificar possíveis causas que não estejam relacionadas com a dermatite;
- Uma biópsia à pele para distinguir um tipo de dermatite de outro;
- Um teste cutâneo de alergia.
Tratamento da dermatite
O tratamento varia de acordo com o tipo de dermatite e a gravidade dos sintomas. Por exemplo, os sintomas da dermatite de contacto desaparecem quando se deixa de estar em contacto com as substâncias que provocam a irritação na pele.
No entanto, quando não há melhorias, o dermatologista pode indicar:
- Anti-histamínicos, para reduzir as alergias e comichão;
- Cremes tópicos com corticosteroides, para aliviar a comichão e inflamação da pele;
- Cremes ou loções para pele seca;
- Fototerapia ou exposição das áreas afetadas a quantidades controladas de luz. Esta solução depende do caso em questão, sendo, muitas vezes, utilizada como último recurso.
Apenas são recomendados antibióticos ou antifúngicos se se desenvolver uma infeção. Isto porque, como já referido, podem ocorrer infeções quando há feridas abertas devido ao coçar intenso e frequente.
Em casa, pode aplicar-se compressas húmidas e frias para aliviar a comichão na pele e minimizar o desconforto.
Prevenção
Saber qual a causa da dermatite é o primeiro passo a dar. Por exemplo, quando a causa é alérgica, prevenir passa por evitar o contacto com alérgenos ou substâncias que estão na origem das erupções cutâneas.
No entanto, diferentes tipos de dermatite têm diferentes causas. Por isso, para controlar os sintomas e evitar crises, é importante que:
- Evite coçar a área afetada;
- Tome banhos mais curtos, use sabonetes neutros e água morna em vez de quente;
- Use um creme hidratante corporal após o banho;
- Utilize hidratantes à base de água, após lavar as mãos e hidratantes à base de óleo para pele extremamente seca.