O que é a bactéria Helicobacter pylori?
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A infeção por Helicobacter pylori é considerada das infeções mais frequentes em todo o mundo e, nos países em desenvolvimento, infeta entre 70 a 90% da população, sendo que nos países desenvolvidos a prevalência varia entre os 25 e os 50%.
São apontadas três possíveis formas de contaminação por H. pylori: oral-oral, fecal-oral e, menos frequente, por via iatrogénica.
Consequências da infeção por Helicobacter pylori
Normalmente, a infeção é adquirida na infância, por via oral, seja através da ingestão de alimentos ou água contaminados, bem como através do contacto com outras pessoas.
A bactéria pode ser encontrada nas fezes e na saliva, podendo, assim, ser transmitida de pessoa para pessoa, especialmente se não houver uma boa higiene das mãos após a evacuação, mas também através do beijo.
Trata-se de uma infeção crónica, que poderá ficar durante anos, sendo muito improvável e difícil que a bactéria seja eliminada espontaneamente, embora, em muitos casos, nunca chegue a manifestar-se, sendo, não raras vezes, detetada apenas em exames de rotina.
De resto, a infeção por H. pylori pode causar gastrite crónica, úlcera péptica (gástrica e duodenal), bem como carcinoma gástrico e linfoma gástrico do tipo MALT.
A razão pela qual algumas pessoas infetadas pela bactéria nunca chegam a desenvolver a doença terá a ver com uma série de fatores, como a suscetibilidade genética da pessoa, a dieta praticada bem como a variabilidade genética das estirpes de Helicobacter pylori.
Sintomas
De forma silenciosa, a bactéria vai destruindo a barreira que protege as paredes internas do estômago e do intestino, deixando-as vulneráveis à ação do ácido gástrico e provocando um aumento da capacidade de inflamação dos tecidos.
Os principais sintomas são:
- Dor ou sensação de queimadura no estômago;
- Enjoos;
- Vómitos;
- Falta de apetite;
- Fezes com sangue;
- Anemia.
Como é feito o diagnóstico
Habitualmente, a bactéria é detetada através da realização de uma endoscopia e o diagnóstico pode ser feito pela análise de tecido do estômago ou do duodeno, colhido através de uma biópsia. Estes tecidos são sujeitos ao teste da urease, cultura ou avaliação do tecido.
É também possível que o médico faça um teste de deteção respiratória da ureia, exames de sangue ou um teste de deteção fecal.
Tratamento
Normalmente, o tratamento é feito à base de antibióticos e de um inibidor da bomba de protões, um fármaco que permite suprimir a secreção de ácido gástrico.
Após o tratamento, são repetidos os exames para confirmar que se conseguiu erradicar a infeção por Helicobacter pylori. Repetem-se, assim, o exame de ar exalado ou o exame às fezes, ou opta-se pela realização de uma endoscopia. Normalmente, estes exames são feitos quatro semanas após a conclusão do tratamento.
Cada caso deve ser tratado de forma individual, pois o efeito clínico da erradicação da bactéria é variável, e a indicação deve ser mediante a condição clínica e os fatores de risco do paciente.
Prevenção
Não existindo ainda uma vacina contra a infeção por Helicobacter pylori, é recomendável, que, desde criança, sejam adotados bons hábitos de higiene pessoal, como a lavagem frequente das mãos, especialmente após a utilização da casa de banho e antes das refeições, e de higiene alimentar, com atenção para a lavagem e preparação cuidadas dos alimentos e a ingestão de água potável.