Como identificar uma úlcera no estômago?
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Úlcera no estômago: o que é?
A úlcera no estômago ou gástrica é um tipo de úlcera péptica. A úlcera péptica é uma espécie de ferida que surge na mucosa, ou seja, na camada de revestimento interno do tubo digestivo superior.
Esta úlcera pode estar situada na primeira porção do intestino delgado, sendo designada úlcera duodenal, ou no estômago, condição que vamos abordar em seguida.
Causas
Uma parte significativa das úlceras pépticas (entre as quais se encontra a úlcera no estômago) tem origem na infeção pela bactéria Helicobacter pylori ou na toma de medicamentos anti-inflamatórios (como o ibuprofeno) ou antiagregantes plaquetários (como o ácido acetilsalicílico).
Sintomas
Aproximadamente 70% das úlceras pépticas são assintomáticas, ou seja, não manifestam quaisquer sintomas.
Quando a úlcera no estômago se manifesta, o sintoma mais comum é a sensação de queimadura/ardor e/ou dor intensa na região superior e mediana do abdómen, a qual, por vezes, pode irradiar para o pescoço, umbigo ou costas.
Esta dor pode durar minutos ou horas (especialmente entre refeições) e desaparecer e reaparecer dias ou meses depois. Além do desconforto, há outros sintomas que podem ser associados à úlcera no estômago, como é o caso de:
- Inchaço/distensão abdominal;
- Enfartamento precoce;
- Náuseas e vómitos (os quais, por vezes, podem conter sangue);
- Fezes pretas (pela presença de sangue digerido);
- Perda de peso;
- Indigestão/dispepsia;
- Azia;
- Perda de apetite;
- Mal-estar;
- Eructação (arrotos).
Diagnóstico
Para detetar a existência de uma úlcera no estômago, é necessário fazer uma endoscopia digestiva alta. Através deste exame endoscópico, é observado o esófago, o estômago e o duodeno.
Em alguns casos, pode ser feita a colheita de pequenos fragmentos da mucosa para análise microscópica (biópsia), de modo a confirmar o diagnóstico de úlcera, assim como detetar a eventual presença da bactéria Helicobacter pylori.
Tratamento
Na presença de uma úlcera gástrica está indicado o tratamento farmacológico com um inibidor da bomba de protões, assim como a evicção de alimentos que relaxem o esfíncter esofágico inferior (por exemplo álcool, tabaco, café, chocolate).
Os inibidores da bomba de protões, como o nome indica, inibem de forma intensa e duradoura a secreção de ácido pelas células do estômago. Estes medicamentos podem ser tomados durante 1 a 3 meses, de modo a garantirem a total cicatrização da úlcera no estômago.
Se a bactéria Helicobacter pylori estiver na origem da úlcera no estômago, então o tratamento inclui a combinação de três antibióticos e do inibidor da bomba de protões, durante 10 a 14 dias.
Geralmente, após o tratamento, é realizado um teste respiratório, de modo a confirmar a erradicação da bactéria.
Além disso, é importante reduzir e evitar, sempre que possível, a toma de anti-inflamatórios e antiagregantes plaquetários.
Quando os tratamentos não se mostram eficazes, pode ser pertinente repetir a endoscopia digestiva alta, de modo a excluir outras doenças gástricas.
Consequências e riscos
Se a úlcera no estômago não for detetada e tratada atempadamente, podem surgir complicações, tais como:
- Hemorragia digestiva: esta hemorragia pode ser de menor ou de maior gravidade, em função da quantidade de sangue perdida. Em casos mais severos, pode ser necessário internamento hospitalar, transfusões de sangue, tratamento endoscópico da hemorragia e por último cirurgia.
- Perfuração: em alguns casos, a úlcera pode criar um buraco na parede do estômago, o qual dá origem a um processo de inflamação e de infeção da cavidade abdominal (peritonite). Nestas situações, está indicada cirurgia urgente.
- Cicatrizes e Estenoses: a inflamação causada pela úlcera pode, ainda, provocar cicatrizes que estão na origem de apertos que dificultam a passagem dos alimentos provocando intolerância alimentar.