Leucemia: o que é e que tipos de leucemia existem?
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Classificação da Leucemia
- 3. Sintomas
- 4. Fatores de Risco
- 5. Tratamento
A leucemia é um cancro do sangue caraterizado pelo crescimento descontrolado de células sanguíneas anormais.
Esta doença é classificada em quatro categorias principais. Saiba quais são e que tratamentos estão disponíveis.
O que é a leucemia
A leucemia tem início na medula óssea, o tecido esponjoso na cavidade interna dos ossos, onde as células sanguíneas do corpo são produzidas.
Antes de atingirem as suas formas totalmente maduras, as células sanguíneas passam por vários estágios. As células sanguíneas maduras e normais incluem:
- Glóbulos vermelhos: células que transportam oxigénio e outros materiais essenciais ao normal desenvolvimento de todos os tecidos e órgãos do corpo;
- Glóbulos brancos: células que combatem infeções;
- Plaquetas: células que ajudam o sangue a coagular.
As células de leucemia são consideradas anormais, por se tratarem de glóbulos brancos ainda em desenvolvimento (imaturos). Aliás, a palavra leucemia deriva dos termos gregos “leukos” (branco) e “haima” (sangue).
Na prática, o que acontece é que as células leucémicas vão substituindo, gradualmente, as células sanguíneas saudáveis, interferindo na produção normal de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Com isto, o funcionamento do sistema imunitário fica comprometido, os órgãos e tecidos deixam de receber o oxigénio necessário para funcionar corretamente e o corpo perde a capacidade de formar coágulos sanguíneos quando necessário.
Classificação da leucemia
A leucemia é classificada em quatro categorias principais. Duas têm por base a velocidade de progressão da doença:
- Leucemia aguda: carateriza-se pela rápida proliferação de células linfoides imaturas na medula óssea. Esta é forma de leucemia mais comum em crianças. Os sintomas surgem poucas semanas após a formação das células leucémicas;
- Leucemia crónica: esta forma de leucemia é de progressão lenta. Com frequência, as células leucémicas desenvolvem-se até ao ponto em que funcionam como as células nas quais se deveriam transformar, mas não se comportam exatamente da mesma maneira do que as células normais. Este tipo de patologia é mais comum em adultos do que em crianças. Uma pessoa com leucemia crónica pode não ter sintomas percetíveis durante anos.
As outras duas categorias baseiam-se no tipo de células afetadas:
- Leucemia mieloide: desenvolve-se a partir de células mieloides. As células mieloides normais transformam-se em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
- Leucemia linfocítica: desenvolve-se a partir de células linfoides. As células linfoides normais transformam-se em glóbulos brancos.
Dentro destas categorias principais, existem vários subtipos de leucemia que podem ser identificados através de exames laboratoriais e análises moleculares mais avançadas.
Sintomas
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de leucemia e com a sua progressão, mas estes são os mais comuns:
- Fadiga e fraqueza persistente;
- Pele pálida;
- Sangramento e hematomas frequentes;
- Infeções recorrentes;
- Perda de peso inexplicável;
- Febre inexplicável;
- Suores noturnos;
- Gânglios linfáticos inchados.
É importante realçar que estes sintomas podem ser causados por vários problemas de saúde, não apenas pela leucemia. Portanto, é essencial consultar um médico para obter um diagnóstico preciso.
Fatores de risco
Embora não sejam conhecidas as causas exatas da leucemia, existem alguns fatores de risco associados à doença, nomeadamente:
- Exposição a altos níveis de radiação ionizante;
- Exposição a produtos químicos tóxicos, como o benzeno;
- Histórico familiar de leucemia;
- Certas condições genéticas, como a Síndrome de Down;
- Ter sido submetido a tratamentos anteriores para cancro;
- Tabagismo;
- Certos distúrbios sanguíneos, como a mielodisplasia.
É importante, contudo, sublinhar que a leucemia pode ocorrer em pessoas sem nenhum fator de risco conhecido.
Diagnóstico
Os exames e testes de diagnóstico da leucemia podem incluir:
- Exame físico: o médico observa o paciente, para verificar eventuais alterações dos gânglios linfáticos, do baço e do fígado, por exemplo. Também pode verificar as gengivas quanto a sangramento e inchaço, bem como procurar por uma erupção cutânea associada à leucemia, que pode aparecer vermelha, roxa ou castanha;
- Hemograma completo: este exame de sangue permite que o médico saiba se o paciente tem níveis anormais de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas;
- Exame de células sanguíneas: podem ser solicitadas amostras de sangue adicionais para verificar se há marcadores que indiquem a presença de células leucémicas ou um tipo específico de leucemia;
- Biópsia de medula óssea: pode ser realizada uma biópsia se o paciente tiver uma contagem anormal de glóbulos brancos. Esta biópsia ajuda a determinar a percentagem de células anormais;
- Exames de imagem e outros exames: podem ser requisitadas uma radiografia ao tórax, tomografia computorizada ou ressonância magnética, se os sintomas indicarem que a leucemia afetou os ossos, órgãos ou tecidos;
- Punção lombar (punção espinhal): o médico pode testar uma amostra de líquido espinhal, para deteção de possíveis células tumorais ou outros sinais de patologias.
Tratamento
O tratamento da leucemia depende do tipo e do estado da doença. Os métodos mais comuns são:
- Quimioterapia;
- Radioterapia;
- Transplante de medula óssea: este procedimento pode envolver um doador compatível ou podem ser utilizadas células estaminais saudáveis do próprio paciente;
- Terapia dirigida: são utilizados medicamentos específicos para atacar certas mutações genéticas ou proteínas presentes nas células leucémicas, interrompendo o seu crescimento;
- Imunoterapia: este tratamento usa o sistema imunitário do doente para combater as células cancerígenas.