Mononucleose: o que é, sintomas e tratamento
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A mononucleose, geralmente, não é uma doença grave, mas pode ter algumas complicações, com repercussões principalmente a nível neurológico, hepático, esplênico (baço) e hematológicas.
A transmissão do vírus Epstein-Barr é feita por contato oral com saliva de pessoas infetadas. Desta forma, beijos, tosse, espirro e a partilha de objetos contaminados com saliva, como por exemplo, copos ou talheres, constituem vias comuns de transmissão.
Sendo uma doença contagiosa, há, no entanto, menos probabilidade de contrair mononucleose do que uma constipação, por exemplo.
Transmissão da mononucleose
Provocada pelo vírus Epstein-Barr (VEB), a mononucleose herdou este nome em virtude da presença de muitos glóbulos brancos mononucleares caraterísticos (linfócitos atípicos/anômalos).
Após a infeção inicial, o vírus permanece no organismo, principalmente nos glóbulos brancos do sangue, durante toda a vida. Os infetados podem ter o vírus na sua orofaringe, em média, por seis meses após a resolução dos sintomas, podendo infetar outras pessoas durante esse processo.
O facto de ser exposta ao vírus não significa, todavia, que a pessoa desenvolva mononucleose. Na verdade, muitas pessoas são expostas ao vírus enquanto crianças, sendo portadoras a vida inteira sem nunca manifestar quaisquer sintomas.
O vírus espalha-se pelos fluídos corporais, nomeadamente na saliva, sendo, portanto, o beijo a forma de transmissão mais usual, além da partilha de alimentos e bebidas, ou, mais raramente, se uma pessoa infetada tossir ou espirrar próxima de outra.
Sintomas
O vírus Epstein-Barr está na origem de várias infeções e a maioria delas não causa qualquer sintoma.
No caso da mononucleose, e à exceção das crianças pequenas, normalmente assintomáticas, os sintomas podem ser bastante expressivos, podendo a pessoa infetada sentir-se sem energia para fazer as suas atividades diárias por várias semanas.
Os sintomas mais comuns da mononucleose são:
- Febre (normalmente um pico à tarde ou à noite, com uma temperatura por volta de 39,5°C, embora possa alcançar 40,5°C);
- Dores de garganta;
- Amigdalite;
- Dores de cabeça;
- Aparecimento de gânglios no pescoço e nas axilas;
- Cansaço extremo;
- Manchas brancas na boca e língua;
- Uma erupção que consiste em manchas rosa ou roxas na pele ou na boca;
- Fraqueza muscular.
Em alguns casos, a doença pode provocar também o aumento de tamanho do fígado e do baço (esplenomegalia), icterícia e aumento de transaminases, mas a mononucleose raramente tem um desfecho fatal.
Na maioria das crianças pequenas, a infeção primária por VEB é assintomática.
O período de incubação é de aproximadamente 30 a 50 dias e a fadiga pode durar meses, mas é geralmente maior nas primeiras duas a três semanas.
Tratamento
Não há um medicamento específico para o tratamento da mononucleose, sendo que os antivirais têm pouco efeito sobre os sintomas da mononucleose infeciosa, não sendo indicado o seu uso.
Normalmente, o tratamento passa por muito descanso, ingerir muitos líquidos e, se necessário, analgésicos de venda livre ou anti-inflamatórios não esteroides, para controlar a febre e a dor.
A maioria das pessoas que contrai esta doença, melhora em cerca de duas a quatro semanas, no entanto, a sensação de cansaço pode durar várias semanas depois disso. Em alguns casos, pode levar seis meses ou mais para que os sintomas desapareçam.
Quando há esplenomegalia (aumento do volume do baço), é aconselhado não praticar atividade física.
Cuidados alimentares a ter se tiver mononucleose
- Deve ter cuidado com a alimentação, mantendo uma dieta equilibrada para um reforço do seu sistema imunitário;
- Preferir refeições mais leves e alimentos mais moles: iogurtes, sopas, leite e iogurtes, gelados;
- Mantenha as gorduras boas na sua alimentação, como, por exemplo, o salmão, o azeite;
- Exclua alimentos muito salgados e condimentados do seu prato;
- Escolha bebidas frescas e beba pelo menos 1,5 litros de água por dia ou chá, se preferir.