Tuberculose: o que saber sobre esta doença contagiosa
• 4 mins. leitura, 2022
Indíce
- 1. Incidência
- 2. Sintomas
- 3. Diagnóstico
- 4. Tratamento
- 5. Prevenção
Existem três tipos de tuberculose, embora a mais comum seja a tuberculose pulmonar.
Na tuberculose extrapulmonar pode haver atingimento da pleura, meninges, gânglios linfáticos, pericárdio, ossos, rins, intestinos, fígado e da pele, entre outros órgãos, com exceção, exatamente, dos pulmões.
Já a tuberculose disseminada ou miliar acontece quando o bacilo de Kock atinge a circulação e todo o organismo pode ser afetado.
A bactéria Mycobacterium tuberculosis, ou Bacilo de Koch, é responsável por uma infeção que, apesar de ter tratamento, continua a ser um dos principais problemas de saúde pública.
Tuberculose: incidência e forma de contágio
A nível mundial, estima-se que surjam nove milhões de casos por ano, resultando em 1,5 a dois milhões de mortes.
Em Portugal, em 2018, registaram-se 16,6 casos de tuberculose por cada 100 mil habitantes.
A infeção transmite-se de pessoa para pessoa por via aérea, através de gotículas libertadas quando a pessoa infetada tosse, fala ou espirra.
Os bacilos inalados no ar vão instalar-se nos pulmões e, nessa altura, ou o sistema imunitário do organismo destrói os bacilos ou a infeção vai instalar-se.
Há situações em que o bacilo se mantém vivo no interior do organismo, mas fica inativo ou em estado latente, condição que pode durar anos ou mesmo a vida toda, nunca chegando a doença a manifestar-se.
Neste caso, os portadores do bacilo são saudáveis e não são contagiosos, mas há uma probabilidade maior de virem a contrair a doença, especialmente, nos dois anos após a infeção.
A possibilidade de infeção depende do sistema imunitário da pessoa, do número de gotículas que ficaram no ar e do tempo de exposição a estas.
As pessoas com baixa imunidade ou doenças autoimunes, como é o caso da SIDA (HIV), bem como outras populações mais vulneráveis, quer ao nível de saúde, quer em termos de condições higieno-sanitárias, têm maior propensão a desenvolver a doença.
Sintomas da tuberculose
Os primeiros sintomas da tuberculose são bastante discretos, levando a que a pessoa não se aperceba durante dias, semanas e até meses.
Febres baixas (até 37,5.ºC) que se manifestam ao final do dia, cansaço, falta de apetite, emagrecimento sem motivo aparente e suores noturnos são as queixas mais frequentes.
A tosse seca ou com expetoração (amarelada ou esverdeada e que pode conter sangue), é um dos sintomas que leva, muitas vezes, a suspeitar deste diagnóstico.
Nos doentes imunodeprimidos, os sintomas podem ser mais graves, mas também mais difíceis de diagnosticar, sendo, igualmente, mais difícil de tratar.
Perante o diagnóstico de tuberculose, a pessoa deve evitar o contacto com outras pessoas, sob pena de as contagiar. Em locais fechados e não ventilados, deve usar sempre máscara.
Cerca de duas semanas após o início da medicação, cujas tomas devem ser escrupulosamente cumpridas, o risco de contágio diminui.
Diagnóstico
Havendo uma suspeita clínica de tuberculose pulmonar, é realizada uma radiografia ao tórax. Se a imagem for sugestiva de tuberculose pulmonar, é realizada análise das secreções obtidas através da tosse ou indução.
O teste cutâneo da tuberculina (prova de Mantoux) permite suportar o diagnóstico de tuberculose pulmonar, no entanto, não pode ser utilizado isoladamente para estabelecer o diagnóstico. Para o fazer, injeta-se na pele do antebraço uma pequena quantidade de tuberculina e, após três dias, a reação cutânea revela o resultado.
Se se verificar vermelhidão e uma pápula no local da injeção, o resultado é positivo, ou seja, considera-se que a pessoa teve contacto com o bacilo da tuberculose.
Depois, são feitas análises ao sangue para perceber se se trata de uma tuberculose latente ou se a doença está em curso.
Tratamento
O tratamento é feito com medicamentos administrados por via oral, pelo que, na grande maioria dos casos, é feito em regime de ambulatório, não obrigando a internamento.
A duração mínima do tratamento padrão é de seis meses, podendo ser superior a um ano em função dos órgãos atingidos, da gravidade da doença e da existência de outras comorbilidades. Num doente imunodeprimido, como é o caso dos portadores de VIH ou SIDA.
Sendo um tratamento longo, a grande dificuldade reside na adesão à terapêutica, sendo essencial que o esquema seja rigorosamente cumprido, para evitar o desenvolvimento de resistências à medicação.
O internamento pode ser necessário em caso de doença grave e da existência de outras complicações ou no caso de doentes sem condições socioeconómicas para cumprir o esquema terapêutico ou para tomar os cuidados necessários para evitar o contágio.
Prevenção
A vacina BCG é importante na prevenção das formas graves e disseminadas nas crianças, não evitando, no entanto, o contágio ou mesmo o desenvolvimento da doença.
Perante um caso confirmado de tuberculose, é imprescindível que se proceda ao rastreio dos contactos próximos dos doentes, nomeadamente, nos casos de tuberculose pulmonar ou das vias aéreas superiores.
Isto permite detetar e tratar novos casos e também diagnosticar outros que estejam em fase latente.