Autoexame do testículo: proteja a sua saúde em 5 passos simples
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Quando deve ser feita?
- 3. Os 5 passos a seguir
- 4. Cancro do testiculo
O autoexame do testículo é uma rotina valiosa para a saúde masculina. É simples de realizar e possibilita a identificação precoce de sinais e sintomas de doenças que afetam as estruturas do sistema reprodutor masculino, tais como o testículo, o epidídimo e o cordão espermático.
Quanto mais cedo estes problemas forem detetados, maior é a hipótese de o tratamento e recuperação serem bem-sucedidos. Por exemplo, o cancro do testículo, quando diagnosticado precocemente, tem uma probabilidade de cura superior a 90%.
Neste artigo, pode ficar a saber porque o autoexame testicular é importante e que passos deve seguir para o fazer.
O que é o autoexame do testículo e qual a sua importância?
O autoexame testicular é um procedimento simples, realizado pelo próprio, que envolve a observação visual e a palpação dos testículos, dos epidídimos (são as estruturas tubulares adjacentes aos testículos) e do cordão espermático (é o cordão que suporta o testículo.
O objetivo do autoexame é conhecer melhor esta parte do corpo e, assim, conseguir identificar quaisquer anomalias, como nódulos, inchaços, mudanças na textura ou sensibilidade, que possam indicar a presença de problemas.
As alterações nos testículos podem ser um sinal de doenças benignas comuns, como infeções testiculares, ou menos comuns, como o cancro do testículo.
A importância da palpação dos testículos reside na identificação e comunicação precoce destas alterações a um médico para tratamento adequado e uma maior probabilidade de cura, bem como para evitar complicações e preservar a saúde sexual e reprodutiva.
Quando deve ser feita a palpação do testículo?
O autoexame dos testículos deve ser feito a partir dos 15 anos, uma vez por mês, porque é entre os 15 e 40 anos que a incidência do cancro testicular é maior.
5 passos a seguir para o autoexame testicular
O autoexame do testículo é simples, rápido e não há contraindicação nenhuma em realizá-lo. É até aconselhado ser feito regularmente para que se conheça bem esta parte do corpo e, assim, se consiga reconhecer quaisquer alterações que possam surgir.
Antes de iniciar o autoexame, há alguns aspetos a considerar, tais como:
- A palpação deve ser feita individualmente em cada testículo, em posição ortostática, ou seja, de pé;
- É normal um testículo ser maior do que outro ou estar mais descido do que outro;
- É fácil confundir o epidídimo com uma massa incomum. Trata-se de uma estrutura semelhante a um cordão, localizada na bolsa testicular (escroto), na parte superior e posterior de cada testículo. É a parte do sistema reprodutivo onde os espermatozoides permanecem até atingirem a maturidade;
- A palpação deve ser indolor;
- Os testículos devem ter uma superfície regular e uma consistência firme;
- É normal os testículos estarem mais descidos com o calor e mais subidos quando está frio. Esta é uma defesa natural para regular a temperatura e proteger a sobrevivência dos espermatozoides.
É, ainda, possível sentir outras estruturas que são normais e que, com a prática, se vão reconhecendo melhor. Confira, a seguir, os passos básicos necessários para um autoexame eficaz.
1. Escolher o melhor momento
O melhor momento para realizar o autoexame é após um banho quente, quando a pele do escroto está relaxada pelo calor.
2. Adotar a posição adequada
Fique de pé em frente a um espelho, para observar visualmente qualquer alteração.
3. Observar
Observe o tamanho, forma e textura de cada testículo. Procure inchaços, caroços ou alterações na pele.
4. Fazer a palpação
Realize a palpação com as duas mãos, coloque os dedos indicador e médio sob o testículo com o polegar na parte superior e role delicadamente entre os dedos. Repita o processo no outro testículo.
Lembre-se de que é normal sentir uma pequena saliência na parte de trás de cada testículo, ou seja, é o epidídimo.
5. Perceber alterações
Esteja atento a quaisquer alterações nos testículos. Procure, assim que possível, o seu médico assistente ou urologista se encontrar um nódulo duro, se verificar inchaço ou se sentir peso no escroto, dor ou desconforto.
Cancro do testículo e outras doenças
Ainda que o cancro do testículo seja a principal doença que pode ser detetada através do autoexame testicular, determinadas alterações podem indicar outras condições benignas e mais prevalentes do que o cancro, tais como:
- Lipoma: é um tumor benigno de tecido adiposo;
- Quisto no epidídimo ou no cordão espermático;
- Varicocele: são varizes que atingem quase em exclusivo o cordão à esquerda;
- Hidrocelo: é uma acumulação de líquido no escroto.
Lesões e infeções também podem causar desconforto e ameaçar a fertilidade. Perante um nódulo suspeito, o urologista poderá fazer a palpação, bem como recorrer à ecografia e exames de sangue, em caso de confirmação de cancro, sendo a remoção cirúrgica do testículo uma opção de tratamento.
Geralmente, a remoção do testículo não afeta a vida sexual ou a fertilidade, mas o tratamento do cancro pode ter impacto na fertilidade. Converse com o seu médico sobre a preservação do esperma antes do tratamento, se ter filhos faz parte dos planos.
Um nódulo é o principal sintoma de cancro do testículo, no entanto, também se podem verificar os seguintes sinais:
- Irregularidade endurecida da superfície do testículo;
- Inchaço ou acumulação de líquido no escroto;
- Sensação de peso escrotal;
- Dor na parte inferior da barriga, virilha ou escroto;
- Sensibilidade ou crescimento mamário;
- Dor ou desconforto no testículo ou no escroto;
- Dor nas costas;
- Puberdade precoce em meninos.
O cancro do testículo é raro, representa 1% de todos os tumores nos homens, e afeta, sobretudo, jovens. Quando detetado precocemente, a taxa de cura ascende os 90%.
Tanto para o cancro testicular como para qualquer outras das condições referidas, o autoexame do testículo desempenha um papel fundamental no diagnóstico atempado.