mulher deitada numa maca a fazer fisioterapia

Fisioterapia pélvica: quando se deve fazer?

4 mins. leitura

Independentemente de haver uma indicação clínica para fazer fisioterapia pélvica, o pavimento pélvico deve ser exercitado, para fortalecer os músculos e evitar que se distendam, permitindo que os órgãos que sustentam sofram alterações. É o caso dos exercícios de Kegel, que cada pessoa pode fazer, de forma a fortalecer a zona pélvica.


Em que consiste o pavimento pélvico

Pavimento pélvico é a designação que se dá ao conjunto de músculos e ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos e os mantêm na sua posição correta. E é esta zona que é trabalhada na fisioterapia pélvica.

Os órgãos pélvicos são, no caso dos homens, a bexiga, o intestino, a porção terminal do intestino grosso ou reto, a próstata e os órgãos genitais, e, nas mulheres, a bexiga, o intestino, a porção terminal do intestino grosso ou reto e o útero.

O pavimento pélvico é ainda responsável pela proteção da uretra e do ânus e por intervir no controlo da emissão de urina, gases e fezes, além dos músculos do assoalho pélvico representarem um papel importante no desempenho sexual.

Nos homens, é importante na função erétil e na ejaculação. Nas mulheres, a contração voluntária do pavimento pélvico contribui para uma maior sensibilidade sexual e para a excitação.

Quando os músculos do pavimento pélvico se contraem, os órgãos internos são elevados e os esfíncteres fecham as aberturas da vagina, ânus e uretra. Quando os músculos do pavimento pélvico relaxam, os esfíncteres abrem e permitem a passagem da urina e das fezes.

Nas mulheres, o pavimento pélvico suporta o bebé durante a gravidez e auxilia durante o trabalho de parto.

Os músculos do pavimento pélvico, em parceria com os músculos abdominais e das costas, estabilizam e apoiam a coluna vertebral.

medica e paciente

Situações que podem fragilizar o pavimento pélvico

São várias as situações que podem levar à perda de tonicidade do pavimento pélvico, que, desta forma, deixa de fornecer o suporte necessário aos órgãos que sustenta, nomeadamente, a obesidade, que provoca uma pressão contínua sobre os músculos pélvicos.

Também a tosse crónica, a obstipação e esforços intensos continuados prejudicam a estrutura pélvica.

A gravidez é outra condição que pode levar à perda de tonicidade do pavimento pélvico, bem como um traumatismo durante o parto vaginal, que pode ocorrer quando o bebé é grande ou quando se recorre a instrumentos, como fórceps ou ventosa, por exemplo, para fazer o parto.

O sedentarismo pode conduzir à flacidez dos músculos do pavimento pélvico, algo que acontece normalmente com a menopausa, pela falta de estrogénios e no decorrer do processo normal de envelhecimento. Mas também os desportos de alto impacto podem danificar os músculos do pavimento pélvico.

Outras situações comprometedoras do bom funcionamento da zona pélvica são as cirurgias (caso da histerectomia, vasectomia, cirurgia intestinal, cirurgia de endometriose ou remoção de abscessos da região pélvica, entre outras), um trauma ou uma disfunção da articulação sacroilíaca, além da má postura.


Quando fazer fisioterapia

As principais condições clínicas com indicação para fazer fisioterapia, quer a nível de prevenção, quer como tratamento, são:

  • Preparação para o parto;
  • Recuperação pós-parto;
  • Incontinência urinária;
  • Incontinência fecal;
  • Dor perineal;
  • Dor pélvica;
  • Prolapso dos órgãos pélvicos;
  • Disfunções sexuais;
  • Obstipação crónica;
  • Bexiga hiperativa;
  • Enurese.
fisioterapia

Em que consiste a fisioterapia pélvica

São várias as técnicas utilizadas na fisioterapia pélvica, sendo que variam, não só de acordo com o problema a tratar, mas também com a pessoa. De uma forma abrangente, consiste no fortalecimento da musculatura pélvica no caso das gestantes, mas também nas pacientes que buscam tratamento com intuito de recuperar as funções de continência urinária e fecal; melhoria da atividade sexual e sustentação dos órgãos pélvicos.

O fisioterapeuta poderá recorrer a terapia manual, por exemplo, na região externa da bacia, realinhando alguns ossos, por forma a recuperar a tensão normal dos músculos pélvicos. Muito conhecida é a cinesioterapia, que engloba exercícios de Kegel, cones vaginais, técnicas de pompoarismo, bola, entre outros, que demonstram resultados benéficos principalmente nos casos de incontinência urinária.

Pode ser realizada mobilização articular, alongamentos, reeducação neuromuscular, bem como “atacar” os pontos “gatilho”, ou seja, as zonas de maior dor. Pode ainda recorrer-se à eletroestimulação.

Este trabalho passa também pela introdução de novos hábitos: posturais, comportamentais e, até, alimentares, como, por exemplo, abdicar de alimentos que causam irritação do trato digestivo e/ou urinário ou de ingerir água de forma a moderar as idas à casa de banho, além de perda de peso, nos casos de obesidade.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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