O seu filho faz chichi na cama? Saiba como lidar com a enurese
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Causas para a enurese
- 3. Estratégias para lidar
- 4. Estratégias para evitar
Uma criança fazer chichi na cama é mais comum do que se possa pensar. Segundo a Associação Portuguesa de Sono, a enurese afeta 20% das crianças com 5 anos. Aos 10 anos, a frequência baixa para 5%.
Embora seja frustrante para pais e filhos, a criança não tem culpa nem o faz de propósito, pelo que é fundamental ter consciência disso e perceber o que pode estar a causar a situação.
Também é importante seguir estratégias que permitam ultrapassar esta fase da melhor forma. Conheça algumas, neste artigo.
O que é a enurese?
A enurese é uma disfunção fisiológica que se carateriza pela perda involuntária de urina, geralmente à noite, durante o sono.
Fazer chichi na cama ou molhar a roupa pelo menos duas vezes por semana, durante aproximadamente três meses, são os principais sintomas desta condição.
Existem diferentes tipos de enurese e uma criança pode sofrer de mais do que um. São eles:
- Noturna: perda involuntária de urina que ocorre durante o sono, sendo que, até aos 10 anos, é mais frequente nos rapazes do que nas raparigas;
- Diurna: perda involuntária de urina durante o dia, quando a criança está acordada;
- Primária: ocorre em crianças que nunca conseguiram controlar completamente a bexiga;
- Secundária: acontece em crianças que já tiveram controlo da bexiga durante, pelo menos, seis meses;
- Monossintomática: quando a perda de urina não vem acompanhada de nenhum outro sinal ou sintoma.
Existe, ainda, a enurese não monossintomática, que é quando está associada a outros sintomas, como dor ao urinar, jato urinário fraco, necessidade frequente de urinar, entre outros.
Causas da enurese infantil
A enurese infantil pode ser motivada por diversos aspetos:
- Imaturidade do sistema nervoso: em crianças pequenas, o sistema nervoso pode não estar completamente desenvolvido para controlar a bexiga;
- Problemas físicos: infeções do trato urinário, prisão de ventre, anormalidades na estrutura da bexiga ou uretra e outras condições físicas;
- Distúrbios neurológicos: paralisia cerebral, espinha bífida e outras condições que afetam o sistema nervoso;
- Fatores psicológicos: stress, ansiedade ou trauma;
- Fatores genéticos: em alguns casos, a incontinência urinária pode ser herdada geneticamente;
- Problemas hormonais: as alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade, por exemplo, podem contribuir para a incontinência urinária em adolescentes;
- Histórico familiar: se um ou ambos os pais tiverem tido enurese, a probabilidade de isso suceder com o filho é maior.
As crianças com perturbação de hiperatividade e défice de atenção também são mais suscetíveis de ter enurese, em particular enurese noturna.
Estratégias para lidar com a enurese noturna
Ainda que, até aos sete anos, a enurese não seja motivo de preocupação em termos médicos, pode ser frustrante para toda a família.
Naturalmente que é a criança quem mais se ressente, podendo ter problemas como:
- Culpa e vergonha, o que pode contribuir para a perda de autoestima;
- Falta de confiança para participar em atividades que impliquem dormir fora de casa;
- Assaduras e erupções cutâneas, especialmente se dormir com a roupa molhada.
Contudo, é possível evitar estas situações, adotando algumas estratégias:
- Estabelecer uma rotina para a criança utilizar a casa de banho antes de dormir e imediatamente após acordar;
- Reduzir o consumo de líquidos à noite e evitar dar alimentos diuréticos antes de dormir;
- Incentivar a criança a utilizar a casa de banho sempre que sentir vontade, em vez de segurar a urina;
- Considerar o uso de um despertador como alarme para a criança ir à casa de banho durante a noite. Confirmar, também, que o acesso à casa de banho está facilitado;
- Manter um pijama extra junto à cama, bem como utilizar uma camada dupla de resguardo e lençol para minimizar o desconforto durante a noite;
- Confirmar se há sinais de infeção urinária ou outras condições médicas que possam contribuir para a enurese noturna;
- Promover o treino da bexiga com idas regulares à casa de banho durante o dia, entre quatro a sete vezes, e esvaziamento completo da bexiga;
- Evitar punições ou críticas negativas, pois isso pode aumentar o stress e piorar o problema;
- Encorajar e elogiar a criança pelos seus esforços e progressos;
- Manter uma comunicação aberta e honesta sobre a enurese noturna e procurar aconselhamento de um profissional de saúde, se necessário.
Por fim, importa realçar que cada criança é única e pode responder de forma diferente a estas estratégias, pelo que, quanto mais apoio tiver, melhor vai lidar com esta condição.