Manchas na pele: o que deve saber e que cuidados ter
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A pele é o maior órgão do corpo humano. Tem uma função essencial para a sobrevivência humana ao atuar como barreira protetora contra agentes nocivos do meio ambiente, tais como bactérias e vírus.
É, igualmente, responsável pela regulação térmica do organismo e por funções sensoriais (tato, pressão, frio, calor, dor). Tem, ainda, uma função excretora de substâncias que necessitam de ser eliminadas do corpo.
Apesar da sua importância, é também o órgão mais exposto ao meio ambiente, estando, por isso, sujeito a vários tipos de agressões.
As manchas que surgem na pele causam, por vezes, preocupação. Seja por uma questão estética, ou pelo receio de representarem algum problema de saúde.
A maioria destas manchas é, porém, de origem benigna e não constitui, por isso, qualquer ameaça. Mas é preciso estar atento à forma como elas evoluem.
Causas e tipos de manchas na pele
O que são
As manchas da pele são provocadas por distúrbios de pigmentação que resultam da quantidade de melanina, uma proteína presente no nosso corpo que dá coloração aos olhos, cabelo e principalmente à pele.
As causas para o seu aparecimento podem ser muito variadas, embora na maior parte dos casos estejam relacionadas com um (ou mais) dos seguintes fatores:
- Alterações hormonais
- Exposição excessiva ao sol
- Gravidez
- Envelhecimento cutâneo
- Infeção provocada por fungos
- Predisposição genética
- Toma de determinados medicamentos.
Os distúrbios pigmentares podem ser generalizados e afetar muitas áreas da pele, ou surgirem localizados e estarem presentes apenas em determinados pontos.
Estas alterações são designadas por:
- Despigmentação, quando a pele fica branca devido à perda total de pigmento.
- Hipopigmentação (focal ou difusa), quando a pele fica mais branca do que o normal devido à baixa quantidade de pigmento.
- Hiperpigmentação, quando a pele fica mais escura do que o normal, ou com cor diferente, devido à quantidade elevada de pigmento. Por vezes pode dever-se à deposição de outras substâncias pigmentares que habitualmente não estão presentes.
A hipopigmentação focal resulta, normalmente, de uma lesão, de dermatoses inflamatórias, queimaduras e exposição a substâncias químicas (sobretudo hidroquinonas e fenóis).
Por seu turno, a hipopigmentação difusa ocorre, mais frequentemente, por albinismo (doença genética) ou vitiligo (doença crónica caracterizada por manchas brancas no corpo).
Quanto à hiperpigmentação, esta surge, normalmente, após inflamação provocada por causas diversas.
Os tipos mais frequentes de manchas na pele são os seguintes:
- Melasma
- Sardas solares (melanose)
- Dermatite
- Micose
- Vitiligo
- Cloasma gravídico
- Acantose
Melasma
O melasma é uma condição marcada por manchas escuras na pele, mais predominante no rosto, mas que também pode surgir nos braços, pescoço e região peitoral.
É mais frequente nas mulheres e pode aparecer entre os 20 e os 30 anos de idade.
Este tipo de mancha é frequentemente causado pela exposição excessiva ao sol e intensificado por alterações nos níveis hormonais associados a contracetivos, gravidez ou terapia pós-menopausa.
Baixos níveis de hormonas da tiróide também podem contribuir para o seu aparecimento. A predisposição genética influência, igualmente, o aparecimento desta condição.
O melasma pode afetar pessoas com todos os tipos de pele e ficar mais escuro com a exposição ao sol. É, ainda, possível que desapareça durante a menopausa, à medida que os níveis de estrogénio e progesterona diminuem.
O médico dermatologista é o profissional indicado para diagnosticar e tratar o melasma, assim como as outras condições da pele.
A maior prevenção contra o melasma é a proteção solar. Esta deve ser realizada diariamente, mesmo em dias nublados ou chuvosos e reaplicada ao longo do dia.
As pessoas com melasma devem também usar roupas protetoras, chapéu ou boné, óculos escuros e guarda-sóis.
Sardas solares (melanose)
As sardas solares são manchas com forma irregular, maiores do que as sardas habituais, e variam entre o castanho e o castanho-escuro.
São provocadas por queimaduras solares, pela exposição solar ao longo dos anos e pelo envelhecimento da pele.
As partes do corpo afetadas são as que se encontram mais expostas ao sol: mãos, braços, rosto e pescoço.
Embora o seu surgimento seja mais comum a partir dos 40 anos, também podem estar presentes em pessoas mais jovens.
A melhor prevenção é, mais uma vez, a proteção solar, seja através da aplicação de protetores contra os raios ultravioleta, seja pelo uso de roupa, chapéu, boné, etc.
Embora, à partida, não necessitem de tratamento, é sempre conveniente a observação por um médico dermatologista, pois a presença de muitas manchas deste tipo pode significar maior risco de desenvolvimento de cancro na pele.
Do ponto de vista estético, há, também, quem não se sinta confortável com este tipo de manchas, pelo que pode recorrer a procedimentos vários para clarear estas lesões.
Dermatite
A dermatite, também denominada eczema, é uma inflamação das camadas superficiais da pele que causa manchas vermelhas, comichão, bolhas, inchaço e, muitas vezes, exsudação, crostas e descamação.
Dermatite é, no entanto, um termo amplo, pois define múltiplos distúrbios diferentes que resultam em erupção avermelhada, causadora de prurido.
Pode surgir, por exemplo, após a ingestão de alimentos alergénicos, a aplicação de determinados produtos na pele ou o uso de determinados objetos em contacto com a pele.
É recomendado o recurso a um médico para que este possa identificar a causa da alergia. O tratamento é simples, à base da aplicação de cremes corticóides.
Micose superficial da pele
A micose superficial da pele (pitiríase versicolor), também conhecida por “pano branco”, é uma condição caracterizada por manchas de cor mais esbranquiçada do que o tom natural da pele.
Acontece devido a uma infeção provocada por um fungo que coloniza a pele humana, em quantidade controlada.
Quando se verifica um comprometimento do sistema imunitário da pessoa, este fungo vai-se espalhando com o passar do tempo, dando origem à micose.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este fungo não se apanha na praia ou em piscinas e também não é contagioso. O que acontece é que se torna mais visível quando a pele está bronzeada, resultando daí a confusão.
O tratamento é simples e fácil, sendo realizado com recurso a um creme antifúngico ou, no caso de manchas de maior dimensão, um antifúngico oral.
Vitiligo
O vitiligo é uma doença cutânea, crónica, que se caracteriza pela despigmentação localizada ou difusa da pele.
Esta doença tem a sua origem numa alteração da função das células produtoras de melanina.
As manchas despigmentadas (brancas) podem ter tamanho, extensão e distribuição variáveis. Aparecem principalmente no rosto, pescoço, tronco, dedos, palmas das mãos, plantas dos pés e orifícios faciais.
O vitiligo tem, habitualmente, início entre os 20 e os 30 anos e pode afetar qualquer tipo de pele.
Não se tratando de uma doença com causa identificável, é impossível de prevenir, sendo a sua evolução imprevisível e habitualmente progressiva.
Depois do aparecimento do vitiligo é, porém, altamente recomendável a proteção solar com recurso a protetores elevados, visto que a pele se torna muito sensível às queimaduras provocadas pelo sol.
Embora sem impacto físico, pode ter reflexos, sobretudo, na saúde psicológica do doente, pelo que é aconselhável, nesses casos, acompanhamento especializado.
Cloasma gravídico
O aparecimento de manchas escuras na pele, sobretudo na face, é uma situação comum nas mulheres grávidas, sendo designado por cloasma gravídico.
As causas estão relacionadas com alterações hormonais que fazem aumentar bastante a produção de melanina (hiperpigmentação). As manchas normalmente desaparecem alguns meses após o nascimento da criança.
Em certos casos, estas manchas estão relacionadas com o uso de contracetivos orais progestacionais.
Acantose
A acantose é uma doença de pele caracterizada por manchas escuras provocadas pelo aumento da camada mais superficial da pele e por hiperpigmentação.
Pode afetar pessoas saudáveis ou estar associada a outros problemas, designadamente:
- Diabetes
- Obesidade
- Doenças nos ovários
- Distúrbios metabólicos
- Doenças da tiróide (link para artigo da tiróide)
- Cancro do aparelho digestivo.
O início da acantose é habitualmente caracterizado por um leve escurecimento da pele, que se vai tornando espessa e mais escura, muitas vezes acompanhado por comichão.
Evolui lentamente e afeta, sobretudo, as dobras e as pregas nas zonas das axilas, pescoço e virilhas. Pode ainda surgir nos pés, mãos e lábios.
Não existe prevenção específica para esta doença, mas hábitos de vida saudáveis (alimentação e atividade física) podem impedir o seu desenvolvimento.
O tratamento da acantose é indireto, pois o seu principal objetivo é detetar e corrigir a causa (obesidade, alterações endócrinas, etc.). Em caso de suspeita de acantose maligna, é feita investigação para encontrar a neoplasia subjacente.
Cuide devidamente da sua pele!