médico a analisar couro cabeludo de paciente

Já ouviu falar em tinhas? Saiba mais sobre estas micoses

5 mins. leitura

Indíce
  1. 1. O que são?
  2. 2. Tipologia
  3. 3. Tratamento
  4. 4. Como prevenir?

As tinhas, ou dermatofitoses, são infeções causadas por fungos dermatófitos, que se alimentam de queratina, uma proteína presente na pele, cabelo e unhas. Apesar de não representarem uma ameaça grave à saúde, podem causar desconforto e afetar significativamente a qualidade de vida.

Conheça, a seguir, o que são estas micoses, os tipos mais comuns, sinais e sintomas, bem como as opções de tratamento e medidas de prevenção.


O que são tinhas?

As micoses são infeções fúngicas e as tinhas são uma forma de micose causada por fungos dermatófitos. Há cerca de 40 espécies diferentes deste tipo de fungos que podem causar tinhas, as mais comuns são Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton.

Podendo também ser designadas por dermatofitoses ou epidermofitias, estas infeções fúngicas são contagiosas e podem ser adquiridas através do contacto próximo com pessoas ou animais infetados, bem como com objetos infetados, tal como lençóis, pentes ou toalhas, ou solos contaminados, embora esta última seja menos habitual.

Ainda que existam outras infeções fúngicas superficiais causadas por fungos não dermatófitos, como a pitiríase versicolor (impigem) , esta forma de micose causada por dermatófitos é a mais frequente.

Os fungos dermatófitos, que necessitam de queratina para crescer, prosperam em ambientes quentes e húmidos, tornando as zonas dos pés, unhas, região inguinal e couro cabeludo propícias para a sua proliferação. Fatores genéticos e doenças sistémicas, como a diabetes, também podem contribuir para uma maior vulnerabilidade à infeção. No entanto, estes fungos podem estar permanentemente presentes na pessoa e nunca causar uma infeção.


Conheça os tipos e sintomas das tinhas mais comuns

Os diferentes tipos de tinhas são classificados consoante a localização da infeção no corpo. As áreas do corpo que podem ser afetadas incluem, entre outras, pés, região inguinal, couro cabeludo, mãos e unhas dos pés ou das mãos.

Embora tanto homens como mulheres possam ser afetados, as tinhas do pé e da região inguinal são mais prevalentes no sexo masculino. Depois da puberdade, é também nos homens que as tinhas das unhas surgem com mais frequência.

Os sintomas também podem variar conforme o tipo e área do corpo afetada.

mulher com comichão nos pés

Tinea pedis ou tinha dos pés

Conhecido como Pé de Atleta, este tipo de tinha é caraterizado por prurido intenso, descamação entre os dedos e, por vezes, bolhas e fissuras dolorosas que podem espalhar-se para a planta do pé e calcanhar, além de um odor desagradável. É comum em adolescentes, mas rara em crianças.

Afeta, sobretudo, pessoas que andam descalças em locais públicos como balneários, chuveiros e piscinas, bem como pessoas que utilizam calçado fechado. A crescente incidência, tal como nas onicomicoses (micose das unhas), deve-se também ao aumento da prevalência da diabetes e da infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).


Tinea unguium ou tinha das unhas

Esta é a patologia mais comum a atingir as unhas. Afeta principalmente as unhas dos pés, pois o ambiente do calçado, normalmente, é húmido e quente, propício à proliferação de fungos. As unhas podem ficar mais grossas e com descoloração. Podem igualmente começar a partir-se ou soltar-se do leito ungueal.

A prevalência aumenta com a idade, chegando aos 20% em pessoas acima dos 60 anos, sendo mais frequente nos homens.

Humidade, calçado fechado, trauma repetido na unha, predisposição genética e a presença de doenças como a diabetes, o défice de circulação periférica e infeção pelo VIH, entre outras, são fatores de risco.


Tinea manuum ou tinha das mãos

A tinha da mão pode afetar uma ou, por vezes, as duas mãos. Os sintomas de micose nas mãos incluem palmas secas e rachadas e manchas semelhantes a anéis nas costas da mão.


Tinea cruris ou tinha da região inguinal

Mais comum em homens, manifesta-se através de manchas vermelhas e prurido na região da virilha, parte interna das coxas e nádegas e, por vezes, podem surgir bolhas. Também pode afetar mulheres após a puberdade e acima do peso ou que usem calças justas.

Este tipo de tinha é frequentemente associado aos pés, pois as peças de roupa podem ser contaminadas ao passar pelos pés e contagiar a região inguinal por contacto. Contudo, a sua causa inicial está relacionada com a humidade.


Tinea corporis ou tinha do corpo

Provoca lesões circulares na pele, muitas vezes, com bordas elevadas e o centro mais claro, podendo ocorrer no tronco ou nos membros. Estas erupções cutâneas descamativas e que provocam prurido começam por ser pequenas e vão aumentando de tamanho para fora.

O contacto com tinhas do couro cabeludo ou do pé está associado ao desenvolvimento da tinha do corpo. Por isso, antes de se iniciar o tratamento, deve evitar-se o contacto direto com outras pessoas. Também não se deve partilhar toalhas nem roupa para prevenir o contágio.


Tinea barbae ou tinha da barba

A tinea barbae afeta a pele e os pelos faciais na zona da barba, como pescoço, queixo e bochechas. Pode atingir homens e também mulheres que sofram de hirsutismo, uma condição que envolve o crescimento excessivo de pelos no corpo.

A tinha da barba está associada ao contacto com animais e pode causar descamação, pústulas foliculares e manchas vermelhas, podendo também originar alopécia. Algumas pessoas sentem fadiga ou os gânglios linfáticos inchados.

senhora com comichão no couro cabeludo

Tinea capitis ou tinha do couro cabeludo

A tinha do couro cabeludo é uma infeção do escalpe e dos folículos pilosos que afeta principalmente crianças, embora também possa atingir os adultos. Manifesta-se através de manchas vermelhas, escamosas e isoladas, áreas de alopécia e prurido no couro cabeludo. Não tratadas, as manchas podem crescer e as peladas tornarem-se permanentes.

O contágio é facilitado pela falta de hábitos de higiene.


Tinea faciei ou tinha da face

Surge na região da face sem barba e em forma de manchas avermelhadas redondas. Contudo, a coloração pode passar despercebida em peles mais escuras e pode não existir descamação ou contornos elevados.

Pode causar prurido e ardor, sintomas que agravam com a exposição solar.


Tratamento

Os casos leves de tinhas desaparecem em poucas semanas, mas muito raramente desaparecem por si só. Nas infeções mais graves, o tratamento pode ter uma duração entre 6 a 12 semanas. É importante manter o tratamento até ao fim para evitar reincidências.

Estas são algumas opções comuns:

  • Antifúngicos tópicos, como cremes, loções ou sprays para tratar infeções fúngicas leves a moderadas;
  • Antifúngicos orais, para os casos mais graves ou quando a infeção não responde aos tratamentos tópicos;
  • Champôs antifúngicos para as tinhas do couro cabeludo, além dos medicamentos orais em alguns casos.

Ainda que alguns antifúngicos possam ser adquiridos sem receita médica, é essencial consultar um profissional de saúde, nomeadamente um médico dermatologista, para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado, pois diferentes tipos de tinhas podem exigir abordagens específicas.


homem a secar as mãos em secador automático

Prevenir as tinhas

Há determinados hábitos saudáveis e de higiene que podem ajudar a prevenir a tinha, entre os quais:

  • Manter uma boa higiene pessoal, incluindo banhos regulares e secar corretamente as áreas propensas a tinhas;
  • Evitar a partilha de objetos de higiene pessoal, roupas, toalhas e calçado;
  • Manter os pés secos, utilizando calçado arejado e trocando meias regularmente;
  • Evitar o contacto com outras áreas do corpo afetadas por tinhas;
  • Lavar as mãos depois de interagir com um animal;
  • Desinfetar e manter limpas as áreas frequentadas pelos animais de estimação;
  • Usar chinelos em balneários e piscinas públicas;
  • Trocar de roupas íntimas pelo menos uma vez por dia;
  • Manter limpa a roupa ou equipamento com os quais pratica desporto.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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