Saiba como identificar as alergias mais comuns
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Indíce
- 1. Tipos de alergénicos
- 2. Alergias alimentares
- 3. Alergias respiratórias
- 4. Alergias a insetos
- 5. Alergias da pele
As alergias mais comuns são despoletadas por alimentos, animais, medicamentos e outras substâncias.
Uma alergia é uma resposta do sistema imunitário a uma substância chamada alergénio. Os alergénios mais frequentes incluem mofo, látex, pólen, frutos secos e veneno de insetos.
Todas as alergias exigem que se evite o alergénio. Quando as reações são mais ligeiras, o contacto pode ser mais descontraído, já que tomar anti-histamínicos costuma resolver o problema.
Algumas alergias são sazonais e, muitas vezes, podem ser tratadas com medicamentos vendidos sem receita médica.
Independentemente da alergia, este fenómeno pode afetar qualquer pessoa.
Tipos de alergénios
Existem muitos alergénios diferentes, mas todos têm uma coisa em comum: as proteínas.
Os alergénios são proteínas e, dentro do nosso organismo, são reconhecidos pelo sistema imunitário de forma inapropriada. São criados anticorpos que deixam a pessoa sensível a exposições futuras.
Os alergénios mais comuns incluem:
- Alimentos: como crustáceos, ovos, peixe, leite, amendoins, nozes e produtos de soja;
- Plantas: pólen de ervas e plantas;
- Insetos: como ácaros e veneno de abelhas, carrapatos, formigas e vespas;
- Mofo: como fungos e resquícios de bolor;
- Pelos de animais: como de animais domésticos, como cães e gatos;
- Produtos químicos: inclui produtos químicos industriais e domésticos, assim como outros produtos como borracha de látex;
- Medicamentos: todos os medicamentos têm o potencial de provocar alergia, sejam naturais ou químicos.
Alergias alimentares mais comuns
As alergias alimentares acontecem quando o sistema imunitário reage de forma exagerada a proteínas específicas encontradas nos alimentos. Estas alergias podem causar reações súbitas e graves e, em alguns casos, podem ser fatais.
Uma reação alérgica deste tipo ocorre minutos após a ingestão do alimento. Os sintomas destas alergias alimentares podem incluir:
- Comichão em apenas uma determinada parte do corpo (prurido localizado);
- Comichão por todo o corpo (prurido generalizado);
- Náuseas e vómitos;
- Urticária (um dos tipos de alergias cutâneas);
- Inchaço ao redor da boca, incluindo garganta, língua ou rosto.
Embora quase todos os alimentos possam desencadear uma reação alérgica, alguns alimentos são responsáveis pela maioria das reações.
Leite
A alergia ao leite de vaca é uma das alergias alimentares mais comuns em bebés e crianças pequenas. Cerca de 2,5% das crianças com menos de três anos são alérgicas ao leite.
Aproximadamente, 70% das crianças com alergia ao leite toleram o leite de vaca fervido. Como o leite é aquecido, isso perturba a estrutura das proteínas que causam alergia a este alimento.
Ser alérgico à proteína do leite de vaca é diferente de ser intolerante à lactose.
Ovos
A alergia ao ovo de galinha está entre as alergias alimentares mais comuns em bebés e crianças pequenas, mas é menos comum em crianças mais velhas e adultos.
A maioria das crianças acaba por tolerar o ovo, embora alguns indivíduos permaneçam alérgicos ao longo da vida.
Aproximadamente, 70% das crianças com alergia ao ovo toleram ovos cozidos. À semelhança do leite, aquecer o ovo perturba a proteína responsável pela alergia. A ingestão segura de ovos cozidos pode levar à tolerância.
Amendoim
A alergia ao amendoim é a alergia alimentar mais comum em crianças com menos de 18 anos e a terceira alergia alimentar mais comum em adultos.
Os amendoins não são iguais aos frutos secos, como as amêndoas ou os pistácios, que crescem nas árvores. O amendoim cresce no subsolo e faz parte da família das leguminosas, como o feijão, a ervilha ou a lentilha.
Ser alérgico ao amendoim não significa que exista uma maior hipótese de ser alérgico a outra leguminosa. No entanto, as pessoas que têm alergia ao amendoim podem desenvolver alergia ao tremoço.
Soja
A alergia à soja é mais comum em bebés e crianças pequenas do que em crianças mais velhas.
Embora alguns indivíduos permaneçam alérgicos à soja ao longo da vida, a maioria das crianças acaba por superar esta alergia.
Este alimento também pertence à família das leguminosas e, embora seja raro que pessoas alérgicas ao amendoim reajam à soja, o inverso já não é bem assim. São mais propensas a ser afetadas por outros alergénios, como ovos, leite e nozes.
Trigo
As crianças pequenas são as que mais sofrem com alergia ao trigo.
A alergia ao trigo e a doença celíaca consistem em reações alimentares adversas, mas as causas subjacentes são muito diferentes.
A doença celíaca é uma doença autoimune, o que significa que os anticorpos são produzidos em resposta à presença de glúten, resultando em inflamação e danos ao revestimento do intestino delgado.
Já a alergia ao trigo resulta de uma reação imunitária adversa às proteínas do trigo e as reações podem causar sintomas alérgicos típicos que envolvem a pele, o trato gastrointestinal, o sistema respiratório e a anafilaxia em alguns indivíduos.
Frutos secos
As alergias a frutos secos estão entre as alergias alimentares mais comuns tanto em crianças como em adultos.
Aproximadamente, 50% das crianças que são alérgicas a um fruto seco são alérgicas a outro. A maioria das crianças alérgicas a um ou mais frutos secos não superam esta alergia ao longo da vida.
Mariscos
As alergias ao marisco também estão entre as alergias alimentares mais comuns em adultos e em crianças.
Existem dois grupos de mariscos: os crustáceos, como o camarão e o caranguejo, e os moluscos, como as amêijoas e o polvo.
A alergia a crustáceos é mais comum do que a alergia a moluscos, sendo que o camarão é o alergénio de marisco mais comum entre crianças e adultos.
Peixes
Peixes como salmão ou bacalhau são dos alergénios mais comuns.
Os peixes e mariscos com barbatanas não estão diretamente relacionados. Ser alérgico a um nem sempre significa que se deve evitar ambos, embora seja necessário ter cuidado para evitar o contacto cruzado entre peixes e mariscos.
Possíveis soluções
Em caso de exposição a estas alergias alimentares mais comuns, uma caneta de epinefrina é um tratamento de injeção de ação rápida.
As pessoas que têm estas alergias devem evitar quaisquer alimentos que possam conter um alergénio e evitar o contacto entre alimentos parecidos (por exemplo, peixes e mariscos, ou diferentes frutos secos).
Alergias respiratórias
As alergias respiratórias surgem quando uma pessoa inspira substâncias transportadas pelo ar. Estas alergias incluem alergénios que podem afetar as pessoas durante todo o ano ou sazonalmente.
Os sintomas destas alergias, que podem ser semelhantes aos da rinite alérgica, incluem:
- Nariz entupido ou com corrimento;
- Comichão nos olhos;
- Comichão no nariz;
- Olhos a lacrimejar;
- Espirros.
Animais de estimação
Contrariamente ao que se diz, as pessoas não são alérgicas aos animais devido ao pelo, mas sim aos alergénios que os animais transportam. Estes incluem caspa, urina ou saliva.
Algumas pessoas apresentam sintomas piores de asma alérgica quando estão em contacto direto com pelo de gato ou cão.
As pessoas com animais de estimação podem evitar ou limitar o contacto com o alergénio (caspa, urina ou saliva). Medicamentos anti-histamínicos e limpeza regular também podem ajudar a controlar os sintomas.
Ácaros
Os insetos que não picam e que podem causar reações alérgicas incluem baratas e pequenos organismos, semelhantes a insetos, como os ácaros.
Os ácaros não são visíveis a olho nu, mas vivem no pó e nas fibras de objetos domésticos, como colchões, tapetes e travesseiros.
As reações do sistema imunitários podem causar alergias durante todo o ano, sendo mais graves em ambientes fechados.
Bolor
Os fungos constituem o bolor, que têm esporos que andam no ar, como o pólen. Alergias mais comuns a fungos incluem aspergilose e rinite alérgica.
Medicamentos antialérgicos de venda livre ou prescritos, incluindo anti-histamínicos, podem ajudar a tratar e controlar alergias a fungos.
Pólen
Nas alergias sazonais, está incluída a alergia ao pólen, que se tratam de micrósporos de árvores, ervas ou ervas daninhas.
O pólen das árvores geralmente aparece na primavera, enquanto o pólen das ervas daninhas normalmente aparece no outono.
Existem opções de venda livre para prevenir e tratar alergias ao pólen. Se estes tratamentos não ajudarem, é aconselhável marcar uma consulta médica.
Alergias a insetos
Os insetos podem injetar veneno, uma substância tóxica para o nosso organismo. Em algumas pessoas, o veneno das picadas podem causar uma reação alérgica.
Os insetos mais comuns que picam e podem causar reações alérgicas incluem:
- Abelhas;
- Formigas-de-fogo;
- Vespas ou vespas-amarelas.
Os sintomas do veneno são consistentes com anafilaxia e podem incluir:
- Inchaço no rosto, boca ou garganta;
- Queda da pressão arterial;
- Dificuldade em respirar;
- Dificuldade em engolir;
- Urticária;
- Tontura.
Algumas pessoas com graves alergias a insetos podem ser aconselhadas a andar com uma caneta de epinefrina. Desta forma, podem garantir que estão preparadas caso entrem em contacto direto com veneno de inseto.
Alergias de pele
Existem quatro tipos de alergia de pele: eczema, urticária, angioedema e dermatite alérgica de contacto. Alguns alergénios são responsáveis pelos sintomas inerentes a estas alergias, que podem diferir mediante a causa.
Produtos de beleza
Os produtos de beleza com maior probabilidade de causar reações cutâneas englobam champôs, hidratantes, sabonetes de banho e maquilhagem para o contorno dos olhos, entre outros.
As tintas para o cabelo também podem causar alergia cutânea, especialmente aquelas que contêm p-fenilenodiamina e também o persulfato de amónio, usado para clarear os cabelos.
Muitas pessoas também têm sensibilidade a componentes específicos do protetor solar (nomeadamente na substância que dá cheiro ao produto), que pode causar uma reação do tipo dermatite alérgica.
Se for o caso, é recomendável consultar um dermatologista para saber qual é a melhor forma de proteger a pele do sol.
Látex
A alergia ao látex costuma manifestar-se com a irritação da pele (dermatite de contacto), como uma erupção cutânea na área da pele que tocou o látex. Pode desenvolver-se minutos após a exposição, sendo que os sintomas podem incluir:
- Urticária;
- Comichão do nariz;
- Corrimento do nariz;
- Dificuldade em respirar.
Os produtos mais comuns de látex de borracha natural englobam balões, preservativos, luvas de borracha e bolas de borracha. Evitar produtos deste tipo é, normalmente, a melhor maneira de controlar uma alergia ao látex.
Pessoas com esta alergia também podem evitar certos alimentos, incluindo:
- Figos;
- Kiwis;
- Tomates;
- Bananas;
- Abacates;
- Pêssegos;
- Castanhas;
- Pimentão-doce.
Alergias oculares
Há fatores que podem desencadear reações alérgicas tanto nos olhos como no nariz, tais como:
- Pó;
- Erva;
- Pólen;
- Ervas daninhas;
- Pelo de animais.
A comichão pode indicar a presença de uma reação alérgica. Além desse sintoma, também pode ocorrer:
- Inflamação;
- Visão turva;
- Sensação de ardor;
- Corrimento do nariz.
Conjuntivite alérgica
A conjuntivite é uma das doenças oculares mais comuns em crianças e adultos. Vírus, bactérias ou certas substâncias - fumo, champô ou cloro de piscina - ou alergénios podem causar esta condição.
A conjuntivite causada por bactérias pode transmitir-se facilmente de pessoa para pessoa, mas a conjuntivite alérgica não é contagiosa.
Os sintomas incluem:
- Aumento da quantidade de lágrimas (lacrimejar de forma constante);
- Vermelhidão na parte branca do olho, ou na pálpebra interna;
- Comichão nos olhos e nariz;
- Inchaço da pálpebra;
- Visão turva;
- Espirros (muito menos provável).
Para poder receber o tratamento adequado em caso de conjuntivite alérgica, consulte o médico.
Alergias a medicamentos
Potencialmente, todos os medicamentos podem causar uma reação alérgica, sendo estes os mais comuns:
- Insulina;
- Antibióticos;
- Anti-inflamatórios não esteroides;
- Medicamentos para quimioterapia.
Os sintomas de alergias a medicamentos incluem:
- Erupção cutânea;
- Falta de ar;
- Comichão;
- Urticária;
- Inchaço.
Os profissionais de saúde podem diagnosticar estas alergias aos medicamentos, através da avaliação dos sintomas e do histórico médico. Além disso, existem testes cutâneos para avaliar se se trata de uma reação alérgica.
Duração da reação alérgica
A alergia pode durar tanto quanto a exposição ao alergénio que a provocou. Se uma pessoa se afastar da fonte dos seus sintomas, estes deverão desaparecer após algumas horas.
Contudo, e dependendo da alergia em questão, há sintomas que podem durar vários dias.