Alergia ao sol? Adote estes cuidados para um verão sem medos
• 6 mins. leitura
Indíce
- 1. Tipos de Alergias Solares
- 2. Fatores de Risco
- 3. Causas para a fotossensibilidade
- 4. Como se manifesta?
- 5. Diagnóstico
Com a chegada do verão, a maioria das pessoas anseia por dias ensolarados e atividades ao ar livre. No entanto, para quem tem alergia ao sol, esta época do ano pode ser um verdadeiro desafio.
Este artigo explica o que é esta condição e como se manifesta, quais os tipos mais comuns e, principalmente, como cuidar da pele para aproveitar o verão sem medo.
Tipos de alergias solares
Alergia ao sol é um termo amplo que inclui várias condições que causam erupção na pele e, por vezes, outros sintomas após exposição à luz solar ou outras fontes de radiação ultravioleta (UV).
Ainda que ninguém seja verdadeiramente alérgico ao sol, algumas pessoas são bastante sensíveis a diferentes tipos de raios solares (fotossensibilidade) e podem desenvolver reações leves a graves, após passarem algum tempo ao sol.
Há diferentes tipos de alergias solares, variando conforme o tipo de erupção cutânea, causa subjacente e grupo de pessoas mais frequentemente afetadas.
Urticária solar
É uma reação imediata, rara, que afeta principalmente mulheres. Os sintomas aparecem minutos após a exposição ao sol ou a fontes artificiais de luz e incluem: prurido ou vermelhidão na pele.
Embora seja raro, estes sintomas podem surgir associados a outros sintomas como dor de cabeça, vómito, náusea, broncoespasmo e até desmaio. A gravidade e a duração dos sintomas estão relacionadas com a intensidade da radiação solar. Normalmente, interromper a exposição ao sol resulta no desaparecimento das erupções. Porém, em casos graves, pode ser necessário procurar atendimento médico de emergência.
Fototoxicidade
Este tipo de reação ocorre quando uma substância aplicada na pele, como um perfume, medicamento tópico ou protetor solar, reage com a luz solar, provocando uma reação alérgica. A fototoxicidade pode causar erupções cutâneas que se espalham para além das áreas expostas ao sol. Os sintomas podem aparecer algumas horas ou dias após a exposição solar.
Erupção polimorfa à luz
Esta é a forma mais comum de alergia ao sol. Manifesta-se através de pequenas bolhas ou manchas vermelhas que causam prurido, aparecendo algumas horas após a exposição solar. Afeta principalmente mulheres jovens, com pele mais clara, e é mais comum na primavera e no início do verão.
Prurigo actínico
O prurigo actínico resulta em pequenas protuberâncias ou nódulos na pele, podendo afetar áreas que não foram expostas diretamente ao sol. É mais prevalente entre populações indígenas latino-americanas e americanas com pele mais escura, sugerindo uma possível influência genética. Também denominada hidroa aestivale ou prurigo de verão de Hutchinson, esta condição é caraterizada por uma sensibilidade exacerbada à luz solar.
Fatores de risco
Estas reações ao sol podem afetar indivíduos de qualquer idade, raça e sexo. Alguns tipos são mais prevalentes em pessoas com determinados tons de pele, seja mais claro ou mais escuro. A predisposição genética também pode aumentar o risco de alergia ao sol, especialmente se houver casos na família.
Além disso, certos medicamentos podem aumentar a probabilidade de uma reação fotoalérgica. Estes incluem antibióticos, antifúngicos, anti-histamínicos, medicamentos para baixar o colesterol, diuréticos, pílulas anticoncecionais, anti-inflamatórios não esteroides e retinoides utilizados para acne e antienvelhecimento.
As reações alérgicas ao sol são mais comuns na primavera e no início do verão. Contudo, com a exposição contínua ao sol, durante os meses de verão, a pele pode desenvolver uma certa resistência, diminuindo o risco de reações alérgicas.
O que causa a fotossensibilidade?
As causas da fotossensibilidade não estão totalmente esclarecidas. Algumas pesquisas indicam uma componente genética e hereditária, outras sugerem uma resposta imunitária do corpo com a libertação de histaminas após a exposição solar. Acredita-se que, consoante o tipo de reação cutânea, existam diferentes causas.
Como se manifesta?
Os sintomas da fotossensibilidade podem surgir em alguns minutos, horas ou dias após a exposição ao sol. Podem variar de leves a graves, dependendo da:
- Extensão de pele exposta;
- Tempo de exposição solar;
- Intensidade da luz;
- Tipo de alergia ao sol.
Ainda que, normalmente, as erupções cutâneas surjam apenas nas áreas expostas à luz solar, às vezes, podem surgir noutras áreas da pele. Importa referir que estas erupções não são contagiosas.
Os sintomas que podem ocorrer são:
- Pápulas, nódulos ou bolhas que podem conter líquido;
- Prurido;
- Vermelhidão;
- Descamação;
- Sensação de ardor;
- Inchaço.
Embora raros, também podem surgir sintomas como:
- Dor de cabeça;
- Tonturas ou desmaios:
- Náuseas;
- Falta de ar.
Como é feito o diagnóstico?
Perante reações cutâneas após exposição ao sol, será necessário consultar um dermatologista para diagnóstico e tratamento.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas, medicamentos utilizados e produtos aplicados na pele.
Também pode ser realizado um teste de luz, que consiste na exposição da pele a diversas fontes de luz (tanto artificiais quanto naturais), com diferentes comprimentos de onda e intensidades. Este teste ajuda a identificar a causa exata da reação e pode ser combinado com um teste epicutâneo (prova de contacto), com a aplicação de adesivos na pele, contendo substâncias químicas suspeitas.
Raramente, são solicitadas biópsias à pele.
Opções de tratamento
A melhor forma para tratar as alergias ao sol é evitar a exposição solar. Quando não é possível evitar ou quando as reações à luz solar são mais intensas, existem alguns tratamentos que podem ajudar, como:
- Anti-histamínicos como loratadina, fexofenadina e cetirizina;
- Corticosteroides como prednisona;
- Cremes para aliviar o prurido;
- Imunossupressores em algumas doenças autoimunes que cursam com fotossensibilidade.
É possível prevenir?
É possível prevenir os sintomas, mas não é possível prevenir a condição em si. Algumas pessoas parecem superar esta alergia, enquanto outras podem apresentar sintomas durante 10 a 15 anos.
Um episódio de alergia ao sol desaparece, por norma, algumas horas ou dias após a exposição solar. Porém, a erupção pode persistir por várias semanas. A erupção não deixa cicatrizes, a menos que se coce, causando lesões na pele.
Pele sensível à luz solar: dicas para lidar com este problema
Se a sua é pele é sensível à luz solar, estes cuidados podem ajudar a evitar reações alérgicas:
- Evite a exposição solar entre as 10h00 e as 16h00, quando os raios são mais intensos. Agende atividades ao ar livre para outros horários e procure a sombra sempre que possível;
- Aumente a exposição ao sol gradualmente, para permitir que a pele se adapte, especialmente em períodos de maior incidência solar;
- Use óculos de sol e roupas de proteção, como camisas de mangas compridas e chapéus de abas largas, evitando tecidos finos que facilitem a passagem dos raios UV;
- Aplique protetor solar com FPS de pelo menos 30, resistente à água, e volte a aplicar a cada duas horas ou com mais frequência, se suar ou nadar. Use bloqueadores físicos como dióxido de titânio ou óxido de zinco sobre outros produtos, exceto repelente de insetos, este deve ser o último a ser aplicado;
- Verifique a validade dos protetores solares e descarte-os, se estiverem fora de prazo;
- Evite substâncias que possam causar reações, como certos medicamentos;
- Coloque películas de proteção UV nas janelas de casa e carro.
Para acalmar um episódio de alergia ao sol:
- Saia do sol imediatamente;
- Vista roupas frescas e húmidas nas áreas afetadas da pele;
- Beba bastante água para se manter hidratado;
- Tome um anti-histamínico.
Procure assistência médica imediata, se desenvolver sintomas graves durante uma reação alérgica ao sol, como:
- Dor no peito;
- Desmaios;
- Cãibras musculares;
- Dores de cabeça intensas;
- Dor de estômago;
- Fraqueza súbita e grave;
- Dificuldades em respirar ou engolir.
- Náuseas e vómitos.