Hérnia inguinal: o que é, sintomas e tratamento
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Tipos de Hérnia
- 3. Causas
- 4. Diagnóstico
- 5. Tratamento
Tosse ou espirros crónicos, exercício extenuante frequente, trabalhos pesados e/ou que exigem ficar de pé muitas horas seguidas são alguns dos fatores que podem provocar uma hérnia inguinal, também chamada hérnia na virilha.
Os homens são mais propensos a desenvolver este problema, cujo principal sintoma é um inchaço ou caroço visível na virilha.
Existem vários tipos de hérnia inguinal, que, consoante a gravidade, podem exigir uma intervenção cirúrgica. Saiba, a seguir, que procedimentos existem.
O que é uma hérnia inguinal?
Trata-se de uma saliência anormal de tecido, geralmente uma parte do intestino ou outro órgão intra-abdominal, através de uma fraqueza na parede muscular da região da virilha, conhecida como canal inguinal.
Por norma, os músculos são suficientemente fortes e tensos para manter os órgãos no lugar, mas uma hérnia pode desenvolver-se se existirem pontos fracos.
A hérnia inguinal ocorre quando a parede muscular enfraquecida permite que o tecido abdominal empurre para fora, resultando, assim, numa protuberância visível na área da virilha.
Esta condição pode surgir num ou em ambos os lados do corpo, sendo mais comum em homens do que em mulheres, independentemente da idade. Há bebés que podem nascer com uma hérnia inguinal que não aparece até se tornarem adultos.
A inguinal é o tipo mais comum de hérnia. Os outros tipos incluem a hérnia femoral, hérnia do hiato e hérnia umbilical.
Tipos de hérnia inguinal
Uma hérnia inguinal pode desenvolver-se de três maneiras diferentes:
- Hérnia inguinal direta: ocorre quando o tecido abdominal empurra diretamente através da parede muscular enfraquecida. É mais comum nos homens;
- Hérnia inguinal indireta: está relacionada com um defeito na parede abdominal inferior, presente desde o nascimento. Os canais inguinais possuem aberturas que normalmente fecham antes do nascimento;
- Hérnia inguinal mista: envolve caraterísticas das duas anteriores.
Causas
São vários os fatores que podem contribuir para o surgimento de uma hérnia inguinal, nomeadamente:
- Uma abertura ou ponto fraco presente desde o nascimento;
- Diferenças congénitas na força do tecido conjuntivo;
- Uma abertura ou ponto fraco devido uma cirurgia abdominal prévia;
- Tosse ou espirros crónicos;
- Esforço crónico para urinar ou evacuar;
- Exercício extenuante frequente ou trabalho manual pesado;
- Gravidez;
- Trabalhos que exigem ficar de pé muitas horas seguidas;
- Pressão intra-abdominal causada por obesidade crónica;
- Degeneração tecidual normal relacionada com a idade.
Sintomas
O principal sintoma da hérnia inguinal é um inchaço ou caroço visível na virilha. Nos homens, pode causar um aumento do escroto, condição denominada hérnia inguino-escrotal. Pequenas hérnias podem deslizar para a frente e para trás através da abertura na área abdominal sem manifestar sintomas.
Além de um inchaço ou caroço, uma hérnia inguinal pode causar:
- Protuberância que aumenta de tamanho quando é feito algum esforço e desaparece quando a pessoa se deita;
- Dor repentina na virilha ou no escroto, durante exercícios ou esforço;
- Sensação de fraqueza, pressão, ardor ou dor na virilha ou no escroto.
No entanto, quando a hérnia não regressa à cavidade abdominal, estamos perante uma hérnia encarcerada com agravamento de dor e sinais inflamatórios. Quando a redução do fluxo sanguíneo do segmento de intestino afetado se torna prolongada e persistente, configura uma situação de hérnia estrangulada, que se trata de uma emergência médica.
Os sintomas de uma hérnia na virilha estrangulada incluem:
- Dor intensa e vermelhidão;
- Febre;
- Frequência cardíaca rápida;
- Náuseas e vómito.
Diagnóstico da hérnia inguinal
O diagnóstico de uma hérnia inguinal envolve a análise do histórico clínico e sintomas, bem como um exame físico detalhado. O médico poderá pedir que fique de pé, tussa ou faça força para verificar se há uma protuberância causada pela hérnia.
Em alguns casos, podem ser necessários exames de imagem adicionais, como uma ecografia, para confirmar o diagnóstico e avaliar, eventualmente, presença de diagnóstico diferencial.
Tratamento
O tratamento da hérnia inguinal depende da gravidade e dos sintomas. Por exemplo, hérnias pequenas e sem sintomas, ainda que não fiquem resolvidas, podem não necessitar de tratamento, sendo apenas recomendada vigilância, monitorização e cuidados comportamentais.
No caso de hérnias maiores e dolorosas, é indicada a correção cirúrgica que irá, dessa forma, aliviar o desconforto e prevenir, também, complicações graves.
O tipo de intervenção cirúrgica vai depender de fatores como tamanho da hérnia, idade, estado de saúde geral e histórico médico do paciente.
Cirurgia clássica
Nesta intervenção, também chamada correção de hérnia por via aberta, o cirurgião faz um corte na virilha para visualizar e reparar a hérnia. É usada uma malha ou rede sintética para fechar e fortalecer a parede abdominal.
Cirurgia laparoscópica
O cirurgião faz várias incisões pequenas e, através destes cortes, introduz na cavidade abdominal um tubo de fibra ótica com uma câmara e outros instrumentos para visualizar e reparar a hérnia. É também usada uma malha ou rede sintética para a correção da hérnia.
É utilizada a anestesia geral nas duas intervenções cirúrgicas. Porém, como é uma intervenção menos invasiva, o tempo de recuperação após a cirurgia laparoscópica pode ser menor do que na cirurgia clássica.
Embora as cirurgias para correção de hérnias sejam seguras, podem surgir algumas complicações. As mais comuns são inchaço na área da cirurgia, devido a hematoma ou seroma, e infeção da ferida cirúrgica. É aconselhável aplicar gelo no local operado, nas primeiras 24 horas, por períodos curtos.
Procure sempre orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados de uma hérnia inguinal. Converse com o seu médico sobre os prós e contras da cirurgia e a que sintomas deve estar atento após a cirurgia.