Hérnia umbilical: o que a causa e quando é necessário tratar
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Sintomas
- 3. Causas
- 4. Diagnóstico
- 5. Tratamento
A hérnia umbilical é uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos a adultos. Embora seja mais prevalente em bebés, devido ao processo de encerramento do cordão umbilical após o nascimento, também pode ocorrer em adultos devido a uma variedade de fatores.
Trata-se de uma situação frequente e, por norma, sem gravidade. Nas crianças, pode desaparecer sem necessidade de tratamento. Nos adultos, pode ser recomendada uma intervenção cirúrgica.
Neste artigo, vamos falar acerca das causas da hérnia do umbigo, bem como dos sintomas e tratamento.
O que é uma hérnia umbilical?
Uma hérnia umbilical ocorre quando uma parte do revestimento abdominal se projeta através de uma abertura próxima do umbigo.
Mais comum em recém-nascidos, principalmente em bebés prematuros ou com baixo peso ao nascer, esta condição acontece quando o anel umbilical não fecha adequadamente durante o desenvolvimento fetal, permitindo que o intestino ou outros tecidos se projetem.
Ainda que menos frequentes, as hérnias umbilicais em adultos são, na maioria das vezes, adquiridas e podem surgir acima ou abaixo do umbigo, apresentando um risco maior de estrangulamento.
Além da umbilical, há outras hérnias da parede abdominal, nomeadamente a epigástrica, a inguinal e a incisional.
Tipos de hérnia no umbigo
A maioria das hérnias umbilicais nos recém-nascidos, bebés e crianças não são graves. Também nos adultos nem sempre são graves, no entanto, há um maior risco de complicações e quase sempre exigem cirurgia. Quanto ao risco de complicações, a hérnia pode ser classificada como:
- Redutível: significa que o tecido protruso pode ser empurrado de volta para a cavidade abdominal pelo médico, não exigindo tratamento imediato;
- Encarcerada: é mais séria, envolve o aprisionamento do intestino nos músculos abdominais, causando dor. Precisa de atenção imediata para evitar complicações;
- Estrangulada: o suprimento de sangue ao intestino é cortado, podendo resultar na morte do tecido. Trata-se de uma emergência que exige ação rápida para evitar consequências graves.
Sintomas
Os sintomas da hérnia umbilical no bebé, criança ou adulto são semelhantes. O sintoma principal é saliência visível no umbigo ou perto do umbigo que é mole ao toque.
Em algumas situações, esta protuberância é sempre visível, outras vezes só é percetível quando há pressão no abdómen. Nos adultos, a protuberância pode notar-se apenas ao segurar em pesos. Nos recém-nascidos e nas crianças, pode notar-se quando estes choram, por exemplo.
As hérnias umbilicais são quase sempre indolores em crianças. Já nos adultos há uma maior probabilidade de causar dor e desconforto.
Em caso de encarceramento ou estrangulamento, os sinais de alerta são:
- Dor abdominal intensa e repentina;
- Zona do umbigo avermelhada ou azulada;
- Prisão de ventre (obstipação);
- Abdómen inchado;
- Fezes com sangue;
- Febre;
- Náuseas e vómitos.
Causas
Nos bebés e crianças, a hérnia umbilical dá-se devido a uma falha no encerramento completo do anel umbilical após o nascimento. Em adultos, as causas podem variar e incluir:
- Esforço abdominal excessivo: ao levantar objetos pesados, especialmente de forma incorreta, pode aumentar a pressão abdominal e contribuir para o desenvolvimento da hérnia no umbigo;
- Obesidade: o excesso de peso pode colocar uma pressão adicional sobre a parede abdominal, levando ao enfraquecimento dos músculos e à formação da hérnia.
- Gravidez: as mulheres grávidas têm maior probabilidade de desenvolver hérnias umbilicais devido à distensão da parede abdominal durante a gestação. Nas gravidezes gemelares, o risco é maior.
- Ascite: carateriza-se pela acumulação anormal de fluído no abdómen, muitas vezes associada a condições hepáticas. Esta situação pode aumentar a pressão abdominal e contribuir para o desenvolvimento de hérnias.
- Tosse forte e persistente adiciona, também, uma pressão extra sobre o abdómen;
- Obstipação: pode provocar enfraquecimento da parede abdominal e consequente desenvolvimento de hérnia.
Diagnóstico da hérnia umbilical
O diagnóstico de uma hérnia umbilical é feito através de um exame físico realizado por um médico. O médico vai ainda verificar se a hérnia pode ser empurrada de volta para a cavidade abdominal (redutível) ou se fica presa (encarcerada).
Em alguns casos, exames de imagem, como ecografia abdominal ou raio-x abdominal, podem ser solicitados para avaliar a extensão da hérnia e verificar se há complicações. Também podem ser pedidas análises ao sangue para avaliar se há infeção ou isquemia, caso o intestino esteja encarcerado ou estrangulado.
Tratamento
Nas crianças, as hérnias umbilicais tendem a resolver-se sem tratamento, à medida que a criança cresce. Algumas fecham até ao primeiro ano de vida e a maior parte das hérnias ficam resolvidas até aos cinco anos sem cirurgia. Se não desaparecer ou aumentar de tamanho, o cirurgião pode indicar a hernioplastia umbilical.
Nos adultos, a cirurgia é quase sempre recomendada como medida preventiva contra possíveis complicações, especialmente se a hérnia umbilical aumentar de tamanho ou causar dor.
Durante o procedimento cirúrgico, é realizada uma pequena incisão na base do umbigo. O tecido herniado é reposicionado na cavidade abdominal e a abertura na parede abdominal é fechada com sutura. Normalmente, é utilizada uma malha sintética para reforçar a parede abdominal.
Em geral, este procedimento é efetivo no tratamento da hérnia, resultando numa recuperação rápida, entre duas a três semanas. Durante este período, é crucial que o paciente descanse.
Nas primeiras 24 horas após a cirurgia, é recomendado aplicar gelo, evitar molhar o penso, usar uma cinta abdominal, bem como fazer uma ligeira pressão com as mãos, no abdómen, em caso de tosse ou espirros.
Apesar de raras, podem acontecer complicações pós-operatórias, nomeadamente:
- Infeção da ferida cirúrgica;
- Sangramento;
- Rutura da ferida;
- A hérnia voltar a aparecer.