Pedra nos rins? Como tratar e prevenir a litíase
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Indíce
- 1. O que são?
- 2. Causas e Fatores
- 3. Sintomas
- 4. Diagnóstico e Tratamento
- 5. Como Evitar?
A formação de pedra nos rins, também conhecida como cálculo renal ou litíase renal, afeta entre 2% a 3% da população mundial.
Estas pequenas massas endurecidas podem provocar cólicas renais e necessitar de atenção médica imediata.
Saiba o que pode originar a litíase renal, como pode ser tratada e de que forma pode ser prevenida.
O que são pedra nos rins?
Os rins têm como função filtrar o sangue e eliminar resíduos tóxicos e excesso de líquidos através da urina. Perante pouco líquido e muitos resíduos, formam-se cristais. Assim, o cálculo renal é uma formação de massas sólidas nos rins a partir de minerais e substâncias presentes na urina que se desenvolvem quando a concentração destas substâncias é alta o suficiente para cristalizar.
As pedras nos rins podem ser tão pequenas quanto um grão de areia e tão grandes quanto uma bola de golfe. A composição também pode variar, sendo que os principais tipos de pedras nos rins são as compostas por cálcio combinado com oxalato ou fosfato, estruvite, ácido úrico e cistina.
Após formado, o cálculo pode permanecer no rim ou descer pelo trato urinário. As pedras mais pequenas podem ser expelidas pela urina sem causar muita dor. No entanto, se a pedra ficar alojada no ureter - o tubo que drena a urina do rim até à bexiga - vai bloquear o fluxo de urina do rim, causando dor e, por vezes, sangramento.
O cálculo pode ter nomes diferentes consoante a sua localização: cálculo ureteral, quando fica alojado nos ureteres, ou cálculo vesical, quando está na bexiga.
Causas e fatores de risco
As pedras nos rins podem formar-se devido a uma variedade de fatores. Embora qualquer pessoa possa ter cálculos renais, há uma maior probabilidade de acontecer a homens entre os 30 e os 50 anos. Trazem também um risco acrescido o histórico familiar de litíase renal e já ter tido pedra nos rins antes dos 25 anos, bem como mal-formações congénitas ou adquiridas. Além destes, os outros fatores de risco podem ser:
- Não beber água ou líquidos suficientes;
- Obesidade;
- Dieta rica em proteína, sal ou glicose e pobre em fibras;
- Determinados distúrbios, nomeadamente hiperparatireoidismo, e acidose tubular renal;
- Cirurgia bariátrica;
- Doenças inflamatórias intestinais que aumentam a absorção de cálcio;
- Estar acamado;
- Medicamentos como aspirina, antiácidos, diuréticos, determinados antibióticos, certos medicamentos antirretrovirais para o tratamento do VIH/SIDA e alguns medicamentos antiepiléticos;
- Histórico de infeções renais ou urinárias;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Osteoporose;
- Gota;
- Fibrose quística;
- Quistos renais.
Sintomas de pedra nos rins
É pouco provável que pedras nos rins muito pequenas causem sintomas, pois, devido ao seu tamanho, podem ser expelidas pela urina sem serem notadas. Neste sentido, pode dizer-se que quanto maior for a pedra, mais fortes serão os sintomas.
A localização das pedras também influencia a intensidade da dor. A dor lombar e/ou abdominal intensa pode ocorrer apenas quando o cálculo começa a descer pelo ureter. Esta dor é causada pela irritação ou obstrução, sendo chamada cólica renal. Nos homens, a dor pode irradiar para a virilha.
Contudo, podem surgir outros sintomas:
- Urina acastanhada ou com sangue;
- Náuseas e vómitos;
- Dor intensa intermitente;
- Febre e arrepios;
- Urina turva ou com mau cheiro;
- Urgência em urinar;
- Urinar em pequenas quantidades;
- Dor ao urinar.
Se as pedras nos rins causarem dor intensa, o paciente deve recorrer a um serviço de urgência para exames e tratamento.
Complicações
A maior complicação da pedra no rim é a possibilidade de obstrução do ureter e o consequente bloqueio do fluxo de urina, que poderá resultar em lesões e alterações graves da função renal. Há também um risco aumentado de infeção urinária, podendo dar origem a uma infeção renal devido à acumulação de bactérias.
Diagnóstico e tratamento da litíase renal
Quando não há sintomas específicos, a pedra no rim pode ser detetada ao realizar exames relacionados com outros problemas de saúde. Além do historial clínico, o diagnóstico de cálculos renais envolve exames de imagem para identificar a presença, localização e tamanho das pedras, como a ecografia, a tomografia axial computorizada (TAC), exames radiológicos, incluindo a pielografia intravenosa, na qual se injeta um contraste antes da radiografia. Análises de urina também podem ser realizadas para avaliar a composição química das pedras.
O diagnóstico preciso vai ajudar o urologista a definir o tratamento adequado.
Quando os cálculos são muito pequenos, ou seja, passíveis de saírem naturalmente pela urina, o tratamento pode ser feito em casa. Normalmente, é recomendada a ingestão de muitos líquidos, anti-inflamatórios para aliviar a dor e, por vezes, a utilização de medicamentos para as náuseas e alfa-bloqueadores para facilitar a passagem das pedras.
No caso de pedras renais maiores, que não podem ser eliminadas naturalmente, existem opções cirúrgicas, que incluem:
- Litotrícia (ou litotripsia) extracorporal por ondas de choque: consiste na utilização de ondas sonoras de alta frequência para partir as pedras em fragmentos menores, permitindo a sua eliminação pela urina;
- Ureteroscopia: passagem de um endoscópio através da uretra até ao ureter para remover suavemente a pedra ou parti-la em pedaços menores, com recurso a laser.
- Nefrolitotomia percutânea: uso de um endoscópio através de uma pequena incisão nas costas para remover ou partir a pedra no rim;
- Cirurgia clássica: quando não é possível recorrer aos métodos anteriores, a pedra no rim pode ser retirada através da chamada cirurgia clássica, que implica uma incisão nas costas para aceder diretamente ao rim e/ou ureter para extrair o cálculo renal.
A escolha do procedimento cirúrgico vai depender do tamanho e da localização das pedras.
Como prevenir a pedra nos rins
A prevenção desempenha um papel crucial na redução do risco de desenvolver pedras nos rins. Manter uma boa hidratação, adotar uma dieta equilibrada, limitar o consumo de sal e proteína animal são alguns dos cuidados a ter em conta. O acompanhamento regular com profissionais de saúde é também importante para monitorizar a saúde renal.
Para evitar ter pedras novamente, deve beber-se em média três litros de líquidos ao longo do dia, todos os dias, para diluir a urina. A cor da urina é um indicador da sua diluição: quanto mais escura for, mais concentrada estará.
Bebidas como chá, café e sumos de frutas também contam para a ingestão de líquidos, mas a água é a melhor escolha para prevenir as pedras nos rins.
Dependendo do tipo de pedras, o médico pode indicar outras medidas preventivas.