Sépsis como detetar e agir contra esta ameaça invisível
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Fatores de Risco
- 3. Sintomas e Tratamento
- 4. Prevenção
A sépsis é uma reação exagerada e violenta a uma infeção, atacando os órgãos e tecidos do corpo.
Esta situação pode evoluir para um choque séptico e conduzir à morte.
Muitas vezes, a resposta inflamatória generalizada instala-se sem que a pessoa dê por isso. Como tal, é essencial saber identificar os sinais e adotar alguns cuidados preventivos, que pode ficar a conhecer neste artigo.
Sépsis: o que é?
A sépsis acontece quando as toxinas produzidas por determinadas bactérias fazem com que as células libertem citocinas, ou seja, uma substância que provoca a inflamação.
No que toca aos organismos que mais frequentemente se desenvolvem num processo de septicemia, destacam-se o staphylococcus aureus (estafilococo), escherichia coli (E. coli) e alguns tipos de streptococcus.
Apesar de as citocinas terem como função proteger o organismo de uma agressão, neste caso, têm efeitos nocivos, causando, nomeadamente, a dilatação dos vasos sanguíneos e a diminuição da pressão arterial. As citocinas podem, ainda, levar à coagulação de pequenos vasos sanguíneos, afetando os órgãos.
Se a infeção inicial envolver um abcesso, o risco de as bactérias se disseminarem na corrente sanguínea (bacteremia) é maior e, consequentemente, aumenta o risco de sépsis.
Embora seja raro, também os vírus, fungos e parasitas podem provocar sépsis.
A sépsis é uma emergência médica, sendo que os casos que evoluem para choque séptico têm uma taxa de mortalidade de até 50%, dependendo do tipo de bactéria envolvida e dos órgãos afetados.
De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), que levaram à criação de uma Via Verde da Sépsis, a septicemia era considerada, em 2010, um problema grave de saúde pública, com taxas de morbilidade e mortalidade crescentes.
Ainda segundo a DGS, a sépsis era, à data, responsável, por cerca de 40% da mortalidade hospitalar, ou seja, três vezes superior à mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Principais causas e fatores de risco
A probabilidade de desenvolver sépsis aumenta quando haja:
Ter tido uma hospitalização anterior também constitui um dos fatores de risco. Na grande maioria das vezes, a sépsis é provocada por bactérias adquiridas em ambiente hospitalar, nomeadamente após uma cirurgia.
Estão, ainda, em risco acrescido as crianças com menos de 1 ano e os adultos com mais de 65.
Sintomas e tratamento
Estes são os sinais e sintomas que se podem manifestar durante um quadro de sépsis:
- Febre;
- Ritmo cardíaco acelerado;
- Náuseas e vómitos;
- Perda de apetite;
- Sensibilidade à luz;
- Dor ou desconforto extremo;
- Sentir frio, nomeadamente nas mãos e nos pés;
- Ficar apático, ansioso ou agitado;
- Dificuldade em respirar ou respiração muito acelerada.
Sem tratamento atempado e adequado, a septicemia pode conduzir rapidamente a danos nos tecidos e à falência dos órgãos e, consequentemente, à morte, pelo que é necessário procurar ajuda médica assim que surjam sintomas.
Este problema implica hospitalização e, em muitos casos, internamento numa unidade de cuidados intensivos.
O tratamento depende da causa da infeção, mas pode incluir antibióticos e controlo do fluxo sanguíneo para os órgãos. Muitas pessoas precisam de oxigenoterapia e fluídos intravenosos.
Pode, ainda, ser necessário suporte renal, através de diálise, ou suporte respiratório, com um ventilador, embora seja raro recorrer a esta opção.
Prevenção
Prevenir a sépsis passa, desde logo, pela correta lavagem das mãos, durante cerca de 20 segundos, nas seguintes ocasiões:
- Antes de comer;
- Depois de usar a casa de banho;
- Antes e depois de cuidar de uma pessoa doente;
- Antes, durante e após a preparação de alimentos;
- Depois de assoar o nariz, de espirrar ou de tossir;
- Antes e depois de tratar uma ferida ou corte;
- Após mudar as fraldas a uma criança ou a um adulto;
- Após mexer no lixo.
É igualmente essencial ter especial controlo sobre as doenças crónicas, tomar as vacinas recomendadas, fazer uma alimentação equilibrada e manter um peso saudável.
Se tiver uma ferida, tenha cuidado com a limpeza e desinfeção dessa área até à cicatrização e, se perceber que a infeção está a piorar ou com dificuldade em curar, deve procurar ajuda médica.