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Estudo Marktest / Medicare: Retrato do Estado de Saúde Geral da População Portuguesa
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Indíce
- 1. Utilização de Serviços de Saúde
- 2. Especialidades Médicas Consultadas
- 3. Estado Geral de Saúde
- 4. Saúde Mental
- 5. Conclusões
A saúde e bem-estar dos portugueses são prioridades fundamentais para a Medicare.
Com o compromisso de promover a prevenção e aumentar a literacia em saúde, a Medicare, em parceria com a Marktest, desenvolveu o "Estudo Nacional de Saúde". Este estudo oferece uma análise detalhada dos hábitos de saúde da população portuguesa, crucial para compreender o estado atual da saúde em Portugal e identificar áreas que necessitam de melhorias. A seguir, apresentamos as principais conclusões do estudo, com foco nos hábitos de consultas médicas e especialidades, bem como um destaque específico para a saúde mental.
Utilização de Serviços de Saúde
A utilização de serviços de saúde é uma prática regular entre os portugueses. Segundo o estudo, 77% da população 18/64 anos realiza visitas médicas regularmente, com 26,2% dos indivíduos optando por consultas anuais e 31,2% semestrais. Este dado demonstra uma preocupação contínua com a saúde e a prevenção de doenças.
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Especialidades Médicas Consultadas
Além disso, 94% dos portugueses 18/64 anos tiveram pelo menos uma consulta de especialidade no último ano. As especialidades mais consultadas incluem:
- 1º - Medicina Geral: 66,8%
- 2º - Saúde Oral: 42,3%
- 3º - Oftalmologia: 28,5%
- 4º - Ginecologia: 19,6%
- 5º - Dermatologia: 12,4%
- 6º - Ortopedia: 11,4%
- 7º - Fisioterapia: 11,1%
- 8º - Cardiologia: 10,9%
- 9º - Psicologia: 10,3%
- 10º - Psiquiatria: 7,9%
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Esses números destacam a diversidade de cuidados de saúde procurados pelos portugueses, refletindo a necessidade de uma ampla gama de especialidades para atender às suas necessidades.
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Estado Geral de Saúde
Os portugueses 18/64 anos atribuem ao seu estado geral de saúde uma média de 74,9 pontos numa escala de 0 a 100, classificando-o como "Bom". Este índice é particularmente elevado entre os jovens de 18 a 24 anos (78,7 pontos) e aqueles que praticam atividade física regularmente (78 pontos). Por outro lado, indivíduos com maiores níveis de stress nos últimos seis meses apresentam uma perceção menos positiva da sua saúde.
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Esta perceção positiva é observada nos vários segmentos sociodemográficos, ainda que se observem valores inferiores à média global na faixa etária dos 55/64 anos (71.3 pontos) e junto dos residentes do Litoral Centro (71.8 pontos).
Consulta Médica à Distância
As consultas médicas à distância têm ganho popularidade, especialmente no contexto pós-pandemia. Cerca de 15% dos utilizadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 12% dos utilizadores de serviços privados optaram por este formato no último ano. Este formato é particularmente utilizado na faixa etária de 25-34 anos (22,9% no SNS) e entre as mulheres (18,8% no SNS).
O impacto positivo das consultas médicas à distância é evidente, proporcionando acesso a cuidados médicos de forma mais conveniente e eficiente. Este modelo de atendimento tem potencial para reduzir a sobrecarga nos serviços de saúde presenciais e oferecer uma solução viável para aqueles com dificuldades de deslocação ou restrições de tempo.
Saúde Mental
Nível de Stress
Mais de 50% da população 18/64 anos afirma ter experienciado níveis elevados de stress nos últimos seis meses, com destaque para as faixas etárias de 25-34 anos (60%) e 18-24 anos (59,6%). As mulheres (56,4%) e aqueles que não praticam atividade física regularmente (56,1%) também reportam níveis elevados de stress.

Destaca-se o nível de stress particularmente elevado junto da faixa etária dos 25/34anos (60%) e dos 18/24anos (59,6%), assim como os valores registados ao nível do género feminino(56.4%) e entre aqueles que não praticam atividade física regular (56.1%).
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Sintomas de Foro Mental
Cerca de 39,5% dos portugueses 18/64 anos relataram ter sofrido de ansiedade, ataques de pânico, depressão, entre outros sintomas ou episódios do foro mental/psicológico, no último ano. A incidência destes sintomas é particularmente alta entre os jovens de 18-24 anos (63,6%) e 25-34 anos (50,7%). Além disso, o género feminino é mais afetado, com 49% das mulheres relatando sintomas de foro mental, comparado com 29% dos homens.
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Destaca-se a incidência particularmente elevada junto da faixa etária dos 18/24anos (63.6%) e dos 25/34anos (50,7%), assim como os valores registados ao nível do género feminino (49%), da região do Litoral Norte (47%) e entre aqueles que não praticam atividade física regular (44.6%).
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Necessidade de Apoio Profissional
Cerca de 28,5% dos portugueses 18/64 anos sentiram necessidade de procurar um profissional de saúde mental no último ano. No entanto, apenas 19,2% efetivamente realizaram uma consulta. Entre as mulheres, 36,7% sentiram a necessidade de procurar ajuda, enquanto entre os homens, esse número é de 19,8%.
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Destaca-se a incidência particularmente elevada junto da faixa etária dos 18/24anos (51.1%) e dos 25/34anos (36.3%), assim como os valores registados ao nível do género feminino (36.7%).
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Medicação
Além disso, 22,7% da população 18/64 anos toma algum tipo de medicação para questões relacionadas à saúde mental, como calmantes ou medicação para dormir. A faixa etária de 55-64 anos (32,7%) e o género feminino (30,1%) são os que mais recorrem a este tipo de medicação.
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Valorização da Saúde Mental no Local de Trabalho
Cerca de 60% da população portuguesa 18/64 anos afirma que o tema da saúde mental não é valorizado no seu local de trabalho. Esta perceção é mais evidente entre os indivíduos de 35-44 anos (67,2%), na classe social A/B (65,7%) e entre aqueles que sentiram necessidade de procurar ajuda de um profissional de saúde mental (65,9%).
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Conclusões
O estudo da Marktest para a Medicare oferece um panorama detalhado da saúde em Portugal, evidenciando tanto os hábitos de consultas médicas e especialidades como a importância da saúde mental. Estes dados são fundamentais para a elaboração de políticas de saúde que visem melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde, bem como promover o bem-estar mental da população.
Este diagnóstico do estado de saúde dos portugueses sublinha a necessidade de intervenções direcionadas para grupos específicos, especialmente os jovens e aqueles que não praticam atividade física regularmente. A saúde mental, em particular, deve ser uma prioridade, garantindo que todos tenham acesso ao apoio necessário para uma vida saudável e equilibrada.
Amostra e Metodologia
O estudo foi realizado com uma amostra representativa de 801 entrevistas a indivíduos com idades entre os 18 e 64 anos, residentes em Portugal Continental. A recolha de dados foi efetuada entre os dias 8 e 22 de setembro de 2023, através de um sistema CAWI (Computer Assisted Web Interview) desenvolvido pela Marktest. A margem de erro máxima é de ± 3,46 pontos percentuais, para um intervalo de confiança de 95%.
Este rigor metodológico assegura que as conclusões apresentadas são fiáveis e refletem com precisão a realidade dos hábitos de saúde dos portugueses.
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