Tudo o que deve saber sobre a menopausa
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Em grosso modo, o termo menopausa refere-se ao fim das menstruações espontâneas, devido a um processo natural e biológico.
Apenas se considera que uma mulher “entrou” na menopausa quando está há, pelo menos,12 meses consecutivos sem menstruar.
Na origem da menopausa, está a inatividade endócrina dos ovários e a sua incapacidade em produzir estrogénios. Isto significa que a menopausa também assinala o fim do período fértil da mulher.
Saiba mais sobre esta fase do ciclo de vida feminino.
O que é a menopausa?
Por norma, este é um processo gradual, ou seja, a atividade dos ovários vai diminuindo e os óvulos deixam de ser libertados com a mesma regularidade. Os níveis de estrogénio produzidos também baixam.
No entanto, há casos em que a menopausa pode surgir mais abruptamente, o que habitualmente tem como consequência a manifestação de sintomas mais intensos.
Normalmente, um dos primeiros sinais de alerta de que a menopausa se pode estar a “aproximar” é a mulher registar ciclos menstruais mais curtos, seguidos de ciclos mais irregulares e, depois, ciclos ora irregulares, ora de duração variável.
Todas estas circunstâncias podem prolongar-se durante meses ou anos, até a mulher deixar definitivamente de menstruar.
Causas
Como dissemos, em grande parte dos casos, a menopausa é um processo natural e biológico, associado à idade e ao amadurecimento da mulher.
Porém, também dissemos que esta etapa da vida se pode iniciar mais cedo ou mais tarde e este aspeto, sim, pode estar relacionado com alguns fatores que podem ou não precipitar a “chegada” da menopausa.
Eis alguns pontos a considerar.
Fatores de risco para uma menopausa precoce
- Tabagismo;
- Ausência de gestações;
- Exposição continuada a agentes químicos e tóxicos;
- Toma continuada de antidepressivos;
- Epilepsia;
- Genética;
- Tratamentos, como radioterapia ou quimioterapia;
- Falência ovárica prematura;
- Hipotiroidismo.
Fatores de risco para uma menopausa tardia
- Ocorrência de muitas gestações;
- Excesso de peso;
- QI elevado na infância;
- Genética.
Sintomas
Antes de enumerar alguns dos sintomas mais comuns da menopausa, importa perceber a origem dos mesmos.
A baixa produção de estrogénios, caraterística da menopausa de que já falámos, interfere no funcionamento de vários órgãos e sistemas do corpo.
Neste sentido, são expectáveis perturbações vasomotoras, psicológicas e génito-urinárias.
Perturbações vasomotoras
Neste campo, podemos incluir os “famosos afrontamentos” ou suores que atingem 60% a 80% das mulheres na menopausa.
Costumam ser mais intensos nos primeiros anos de menopausa, atenuando a sua intensidade após cinco anos de menopausa.
As mulheres costumam descrever este sintoma como uma sensação súbita e forte de calor que se situa, sobretudo, na metade superior do corpo e que, depois, é seguida de suores frios.
Associado a este sintoma pode existir um aumento da frequência cardíaca ou vertigens e estas manifestações nem sempre são previsíveis ou controláveis.
Perturbações psicológicas
Geralmente, a menopausa prejudica a qualidade do sono de muitas mulheres, tornando-se comuns as insónias ou os despertares noturnos.
Perturbações génito-urinárias
As mudanças hormonais já descritas e associadas à menopausa podem ainda provocar atrofia da mucosa vaginal, secura, irritação e dor, sobretudo durante o ato sexual. Esta é uma situação delicada, pois pode fragilizar a autoestima da mulher, diminuir a sua líbido e desestabilizar a harmonia do casal.
Além disso, a perda de elasticidade por parte dos tecidos da vagina e da uretra pode conduzir a pequenas perdas urinárias (ou mesmo incontinência) e a infeções urinárias mais recorrentes.
Assim, podemos, de certa forma, dividir os sintomas da menopausa em duas fases:
- Fase prévia (perimenopausa), ou seja, antes da mulher “entrar” na menopausa propriamente dita;
- Fase posterior, a curto, a médio e a longo prazo, em que a mulher vai experienciando os diferentes efeitos que a menopausa vai causando no seu corpo e organismo.
Sintomas caraterísticos da perimenopausa
Perante alguns dos seguintes sintomas e, se a mulher já não menstruar há pelo menos três meses, deve ser consultado um médico que deverá pedir três análises ao sangue (à função da tiróide, às hormonas da hipófise e ao estradiol), de modo a poder avançar ou não com o diagnóstico de perimenopausa. São esses sintomas:
- Menstruações irregulares;
- Secura vaginal;
- Afrontamentos;
- Suores noturnos;
- Depressão e ansiedade;
- Fadiga;
- Esquecimentos ou falhas de memória;
- Queda de cabelo;
- Alterações de humor;
- Aumento de peso;
- Insónias;
- Irritabilidade;
- Pele seca.
Sintomas caraterísticos da menopausa e pós-menopausa
- Maior risco de problemas cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doenças da retina, glaucoma, cancro da mama e do cólon;
- Osteoporose;
- Desconforto nas relações sexuais por maior secura vaginal e, consequente diminuição da líbido;
- Incontinência e infeções urinárias;
- Aumento de peso;
- Pele fina e menos elástica.
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Como atenuar os principais sintomas da menopausa
O alívio dos sintomas associados à menopausa pode variar bastante de mulher para mulher, uma vez que a sintomatologia apresentada por cada uma também pode diferir significativamente.
Assim, há mulheres que não precisam de qualquer terapêutica para aliviar os desconfortos inerentes à menopausa, enquanto outras não prescindem de uma ajuda suplementar para aliviar os sintomas.
Neste último caso, para atenuar os efeitos da menopausa, pode recomendar-se a adoção de medidas farmacológicas e não farmacológicas, nomeadamente:
- Contracetivos de baixa dosagem: para atenuar os afrontamentos, a secura vaginal e as alterações do humor;
- Tratamentos hormonais (estrogénios e/ou progesterona) (geralmente não recomendados para mulheres acima dos 60 anos);
- Medicação variada que deve ser prescrita caso a caso, tendo em conta os principais incómodos apresentados pela mulher (por exemplo, suplementação com cálcio e vitamina D para prevenção da osteoporose, assunto que deve ser discutido com o médico);
- Alterações positivas no estilo de vida, nomeadamente na qualidade da dieta alimentar;
- Prática regular de atividade física;
- Evitar o stress;
- Não fumar.