Demência: o que é e quais os tipos mais comuns
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Sintomas
- 3. Tipos de Demência
- 4. Diagnóstico
- 5. Tratamento
A demência afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Este problema prejudica a memória, o pensamento, o raciocínio e o comportamento.
Neste artigo, pode ficar a saber o que é a síndrome demencial, as formas mais comuns e os fatores de risco, bem como possíveis estratégias para lidar com a doença.
O que é a demência?
O termo demência abrange uma série de doenças que afetam o cérebro e causam um declínio cognitivo progressivo.
Quem padece deste problema perde as capacidades de lembrar, memorizar e raciocinar, o que acaba por comprometer a realização das atividades diárias.3
Normalmente, o primeiro sinal da síndrome demencial é a falha de memória. Contudo, tal não significa que todos os que têm lacunas na memória sofram, ou venham a sofrer, de demência.
De referir, ainda, que, embora seja mais comum com o avançar da idade, a demência não faz parte do processo de envelhecimento normal.
Sintomas de demência
Os sintomas variam consoante a forma específica de demência, mas, por norma, incluem:
- Perda de memória recente e dificuldade em recordar eventos passados;
- Dificuldade em encontrar as palavras certas e em expressar-se verbalmente, bem como em compreender os outros;
- Desorientação no tempo e no espaço;
- Mudanças de humor, comportamento e personalidade;
- Dificuldade em realizar tarefas do quotidiano, como vestir-se ou cozinhar;
- Problemas na capacidade de raciocínio e na tomada de decisões.
Tipos de demência mais comuns
A demência pode ser causada por diferentes doenças ou lesões, que, direta ou indiretamente, danificam o cérebro.
Assim, existem várias formas de demência, sendo estas as mais comuns:
- Doença de Alzheimer: representa a maioria e pode contribuir para 60 a 70% dos casos de demência. A doença de Alzheimer carateriza-se por um declínio gradual da memória, dificuldade de concentração, confusão mental e mudanças de personalidade;
- Demência Vascular: resulta de danos nos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro e causa problemas de memória, dificuldades de raciocínio e problemas de fala;
- Corpos de Lewy: caraterizada pela presença de agregados de proteínas no cérebro, a demência com corpos de Lewy causa sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, além de alucinações e flutuações no estado cognitivo.
Além de um grupo de doenças que contribuem para a demência frontotemporal, a demência pode também desenvolver-se após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no contexto de algumas infeções, como o HIV, ou como consequência do alcoolismo e de lesões físicas repetitivas no cérebro.
Como é feito o diagnóstico
A demência deve ser diagnosticada por um médico especialista para se conseguir o tratamento adequado, bem como o planeamento dos cuidados necessários.
Geralmente, o diagnóstico inclui a avaliação do historial clínico do doente e a realização de exames físicos, testes cognitivos e análises laboratoriais.
Em certos casos, podem ser efetuados exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computorizada, para descartar outras causas possíveis para os sintomas.
Tratar a demência
Embora a demência não tenha cura e o tratamento possa variar dependendo da causa ou do estado da doença, existem diferentes abordagens que podem ajudar a gerir os sintomas e a melhorar a qualidade de vida da pessoa afetada, bem como aliviar o peso sobre os cuidadores.
Num estado inicial, a terapia ocupacional, terapia cognitivo-comportamental e suporte psicológico podem melhorar o desempenho de determinadas atividades. Em certos casos, também podem ser utilizados medicamentos para retardar a progressão da doença.
Numa fase mais avançada, pode recorrer-se a medicamentos para tratar os sintomas associados a demências progressivas, que se dividem em duas categorias: terapêutica colinérgica e memantina.
Fatores de risco e prevenção
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da demência estão a idade avançada, histórico familiar, doenças cardiovasculares, diabetes, tabagismo e sedentarismo.
Apesar de nem todos os fatores serem modificáveis, o risco pode ser reduzido com a adoção de um estilo de vida saudável. Isso inclui a prática regular de exercício físico, manter uma alimentação equilibrada, controlar doenças crónicas e estimular a atividade mental.
Viver com demência
Viver com demência apresenta desafios significativos, tanto para a pessoa afetada quanto para os cuidadores e familiares. Compreender os diferentes aspetos da doença, desde os sintomas até às estratégias de tratamento e cuidados, é fundamental para prosseguir esta jornada.
Existem algumas estratégias que os cuidadores ou familiares podem implementar, nomeadamente:
- Criar um ambiente seguro e adaptado, organizado e com rotinas consistentes;
- Manter uma rede de suporte emocional e procurar associações ou grupos de apoio;
- Utilizar técnicas de comunicação eficazes, como linguagem simples e gestos;
- Estimular a participação em atividades sociais, passatempos e exercícios cognitivos;
- Cuidar da própria saúde física e emocional como cuidador.
Para as pessoas diagnosticadas com demência, existem algumas medidas que podem ajudar a controlar os sintomas:
- Manter-se fisicamente ativo;
- Ter uma alimentação saudável;
- Não fumar e evitar o consumo de álcool;
- Realizar consultas médicas de rotina;
- Anotar as tarefas e compromissos diários;
- Continuar envolvido em passatempos e atividades de que goste;
- Experimentar novas formas de manter a mente ativa;
- Estar com amigos e familiares e ser participativo na comunidade;
- Integrar um grupo de apoio ou associação.
Se for possível, também é importante que os pacientes com demência façam planos com antecedência. Por exemplo: identificar pessoas de confiança que possam apoiar na tomada de decisões e comunicar preferências, quando a doença já não permita fazê-lo.
Além disso, é essencial andar sempre acompanhado com um documento de identificação, endereço e contactos de emergência.