Burnout: como lidar com este flagelo
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Foi em 1974 que se falou, pela primeira vez, em burnout. Porém, só 45 anos depois a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou esta patologia na classificação internacional de doenças da OMS, como um problema relacionado com o trabalho ou com a falta dele.
A OMS descreve, assim, o burnout como “uma síndrome resultante de ‘stress’ crónico no trabalho que não foi gerido com êxito (...) um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida.”
A realidade é que podemos considerar o burnout um verdadeiro flagelo, se tivermos em conta a forte representação que esta doença tem na nossa sociedade.
Só na Europa, cerca de 40 milhões de trabalhadores sofrem de burnout, causando 50% a 60% de absentismo laboral.
Em Portugal, as empresas despendem aproximadamente 3,2 milhões de euros por ano, em consequência de distúrbios mentais, como o stress e o burnout. Um estudo feito há cerca de 10 anos revelou ainda que quase metade dos nossos profissionais de saúde tinham elevados níveis de burnout e que mais de 60% dos professores sofriam de burnout.
Portanto, se se sente num estado de esgotamento físico e mental, de algum modo relacionado com a sua condição laboral, não hesite em procurar ajuda especializada.
O que é burnout?
O burnout, também conhecido como stress profissional ou síndrome do desgaste profissional, é um problema de saúde pública e uma perturbação psicológica que se desenvolve, geralmente, devido a um stress excessivo conjugado com uma grande sobrecarga de trabalho.
Em resultado dessa conjugação, surge um esgotamento físico e mental que impossibilita o doente de realizar as tarefas mais básicas do seu quotidiano.
Causas
Como já ficou claro, a principal causa do burnout é o stress, normalmente provocado por pressões sentidas em contexto laboral. Por isso, não é surpreendente que este seja um problema mais comum em determinadas atividades profissionais, como entre médicos, enfermeiros, professores, polícias, bombeiros, entre outros.
Além disso, existem outros fatores de risco a considerar, tais como:
- Sobrecarga com tarefas, responsabilidades e afazeres;
- Imposição de mudanças frequentes nos horários de trabalho;
- Ambiente de trabalho demasiado competitivo;
- Atividade profissional muito intensa ou arriscada;
- Ambiente laboral sujeito a muita pressão;
- Mau ambiente de trabalho.
Sintomas
Além do stress e da sensação de esgotamento físico e mental, há outros sintomas associados ao burnout que podem condicionar o bem-estar físico, cognitivo, comportamental, emocional, social, existencial e laboral do doente.
Assim, há que estar atento aos seguintes sinais de alerta:
- Mudanças de humor;
- Desmotivação e apatia;
- Distúrbios do sono;
- Fadiga constante;
- Alterações no apetite;
- Dores de cabeça, lombares e/ou musculares;
- Sensação de inutilidade e/ou de fracasso;
- Isolamento;
- Enfraquecimento do sistema imunitário;
- Baixa produtividade;
- Insatisfação profissional.
Tratamento
O burnout tem cura, sendo para isso necessário, logo num primeiro momento, operar alterações no ambiente laboral ou mesmo afastar-se dele, quando está aí a origem do problema. Em alguns casos, pode mesmo ser necessário equacionar a mudança de emprego.
Além disso, pode ser importante fazer psicoterapia e, dependendo do caso e sob orientação de um psicólogo ou médico, tomar medicamentos que atenuam os sintomas típicos de burnout, nomeadamente: insónias, ansiedade, stress e depressão.
Paralelamente, são recomendadas ocupações relaxantes, como dormir bem e praticar atividade física.
Como evitar um burnout
Existem caraterísticas de personalidade que tornam certas pessoas mais propícias a desenvolverem burnout, como é o caso de indivíduos com baixa auto-estima e/ou que lidam mal com stress.
Por isso, para evitar este problema é aconselhável:
- Fazer exercício físico diariamente;
- Ter uma boa higiene de sono;
- Promover um bom ambiente de trabalho;
- Relaxar;
- Saber balançar as tarefas profissionais com as pessoais;
- Ter uma dieta saudável;
- Possuir um estilo de vida globalmente equilibrado;
- Ter uma rotina organizada.
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