rapaz jovem com dor na gengiva

Periodontite: como tratar este problema

5 mins. leitura

A periodontite é uma doença infeciosa bacteriana que, se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode provocar a perda dos dentes e, em casos mais graves, afetar a saúde geral do doente.

Geralmente, a periodontite tem origem numa gengivite (inflamação da gengiva) não tratada e na acumulação prolongada da placa bacteriana e do tártaro.

Com o passar do tempo, as toxinas produzidas pelas bactérias irritam a gengiva e estimulam uma resposta inflamatória, que leva à destruição do osso que envolve os dentes.

Na maioria dos casos, a periodontite é assintomática e pode ser descoberta pelo dentista numa consulta de rotina.


O que é a periodontite

Causas

Uma inflamação das gengivas (gengivite) é, na maioria dos casos, a principal responsável pelo aparecimento da periodontite.

A periodontite ocorre quando, além da gengivite não tratada, também se verifica uma acumulação prolongada do tártaro (a chamada “pedra” nos dentes) e da placa bacteriana, uma substância pegajosa esbranquiçada e amarelada que surge na região dos dentes e da gengiva e é composta, principalmente, por bactérias, saliva, restos de comida e células mortas que são depositadas continuamente nos dentes.

Esta acumulação provoca a formação de bolsas entre os dentes e as gengivas. Estas bolsas estendem-se para uma zona pobre em oxigénio, entre a raiz do dente e o osso que o envolve, proporcionando o ambiente ideal para o crescimento de bactérias mais agressivas em pessoas com determinadas fragilidades no seu sistema imunitário.

Esta situação provoca uma inflamação crónica que danifica o tecido e o osso que segura os dentes. Quando não é tratada, a longo prazo verifica-se perda de osso significativa, pelo que o dente acaba por começar a abanar e as gengivas retraem-se.

A perda de dentes tem início, normalmente, a partir dos 35 a 40 anos de idade.

Esta sucessão de acontecimentos pode ser desencadeada por diversos motivos:

  • Higiene oral deficiente;
  • Má oclusão dos dentes (o que facilita a acumulação de restos alimentares entre eles);
  • Acumulação de tártaro;
  • Cáries;
  • Baixa produção de saliva (xerostomia);
  • Tabagismo (um dos principais fatores de risco);
  • Medicamentos fortes;
  • Diabetes Mellitus;
  • Alterações hormonais (sobretudo em mulheres);
  • Predisposição genética;
  • Síndrome de Down;
  • Doença de Crohn;
  • Deficiência de glóbulos brancos;
  • SIDA;
  • Dieta desequilibrada e um estilo de vida pouco saudável.

Sintomas

Na maior parte dos casos, a periodontite é assintomática. No entanto, há um conjunto de sintomas facilmente identificáveis que podem surgir:

  • Hemorragia;
  • Inflamação das gengivas;
  • Gengivas inchadas;
  • Sensibilidade das gengivas ao toque;
  • Formação de bolsas (aumento do espaço entre o dente e a gengiva);
  • Retração gengival (a gengiva começa a desaparecer e as raízes ficam expostas);
  • Mau hálito (halitose);
  • Paladar alterado;
  • Dentes aparentemente mais longos.

Numa fase mais avançada:

  • Mobilidade dentária (os dentes começam a abanar);
  • Mudança de posição dos dentes na boca.

A periodontite não costuma causar dor, a menos que ocorra uma infeção (por exemplo, a formação de pús (abcesso) numa bolsa), os dentes se tornem tão frágeis ao ponto de se moverem durante a mastigação, ou a pessoa tenha a doença devido ao HIV.


Tratamento

Ao contrário de uma gengivite, que pode ser curada apenas com a adoção de uma boa higiene oral (escovagem diária dos dentes e utilização de fio dentário), a periodontite obriga a um tratamento profissional por um médico dentista.

Na grande maioria dos casos, é impossível reverter a perda óssea. É, no entanto, possível parar ou reduzir a sua evolução.

O tratamento passa pela remoção de toda a placa bacteriana e do tártaro, com recurso a ultrassons (destartarizador) e/ou instrumentos manuais (curetas) destinados a descontaminar e alisar as raízes.

Nos casos mais graves de periodontite, o tratamento pode passar pela cirurgia, tendo em vista a limpeza das zonas mais profundas e a extração do(s) dente(s).

O doente tem um papel fundamental no sucesso de qualquer tratamento, pois é fundamental que, em simultâneo, garanta uma higiene oral diária correta e eficaz.

Pessoas com fatores de risco, como a má higiene oral, a diabetes e o tabagismo, devem receber tratamento específico para esses fatores.


Tipos de periodontite

Existem vários tipos de periodontite, embora a periodontite crónica seja a mais comum. Conheça as características principais de cada uma delas:

Periodontite crónica

Pode ocorrer em qualquer idade, mas começa a desenvolver-se, normalmente, a partir dos 35 a 40 anos e é quase sempre precedida por uma gengivite não tratada. A sua evolução costuma ser lenta, embora possam ocorrer períodos de progressão rápida.

Periodontite agressiva

Ocorre em pessoas sem outros problemas de saúde. Inclui, habitualmente, perda do suporte periodontal e destruição óssea rápidas, bem como história familiar da doença.

Periodontite como manifestação de doença sistémica

Costuma iniciar-se em idades mais jovens. Pode ter associadas doenças cardíacas, respiratórias e diabetes.

Doença periodontal necrotizante

Infeção caracterizada pela necrose rápida (morte de tecido) da gengiva e osso alveolar (que envolve os dentes). Este tipo de lesão é frequente em doentes seropositivos, malnutridos ou imunodeprimidos.


Prevenção

A correta higiene oral é a melhor forma de prevenir a periodontite, bem como inúmeros outros problemas que podem afetar as gengivas e os dentes.

Felizmente, não é nada difícil adotar um conjunto de comportamentos diários que não só protegem a saúde oral como contribuem para aumentar a autoestima. Afinal de contas, nada como um sorriso bonito, não é?

Seguem-se algumas sugestões:

  • Escovar os dentes, pelo menos, três vezes ao dia. De preferência após as refeições, utilizando uma pasta dentífrica e uma escova que consiga alcançar todos os dentes. A utilização de uma escova elétrica, com sensor de pressão, é o ideal.
  • Utilizar fio dentário após as refeições, de forma a limpar os espaços entre os dentes. Esta prática vai permitir retirar os resíduos alimentares que aí ficam e, assim, impedir a formação da placa bacteriana.
  • Evitar os doces, pois estes contribuem para aumentar a placa bacteriana. Se não resistir, escove os dentes imediatamente a seguir.
  • Visitar o dentista com regularidade. Dependendo do estado da sua saúde oral, agende uma consulta, no mínimo, uma vez por ano.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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