Sabe por que motivo o umbigo na gravidez se altera?
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Indíce
- 1. O que é o umbigo?
- 2. Porque há alterações?
- 3. O que acontece?
- 4. Outras alterações
- 5. Dor é normal?
Ao longo da gestação, a mulher passa por uma série de transformações, desde tornozelos inchados, linha nigra ou desejos estranhos por comida.
Também o umbigo na gravidez pode sofrer alterações. De repente, pode tornar-se mais proeminente ou ficar achatado. Mas por que isso acontece? Saiba a seguir.
O que é o umbigo e como se forma?
Embora não se pense muito nele, o umbigo desempenha uma função fundamental durante a gravidez.
Durante a gestação, é o cordão umbilical que liga o feto à mãe. Este cordão vai do bebé até à placenta. Fornece nutrientes e oxigénio ao feto e remove os resíduos.
Após o bebé nascer, o cordão umbilical já não é necessário. É, por isso, cortado, ficando um pequeno toco na região abdominal do bebé. Passadas algumas semanas, o que resta do cordão umbilical cai e fica formado o umbigo.
Por que acontecem alterações do umbigo na gravidez?
Durante a gravidez, são várias as modificações que acontecem, nomeadamente fisiológicas, hormonais, imunológicas, metabólicas e vasculares.
As alterações no umbigo das grávidas acontecem à medida que o útero cresce para acomodar o bebé, exercendo pressão sobre o abdómen e empurrando a parede abdominal para a frente. Esta pressão pode fazer com que o umbigo, que é uma área de tecido mais fraco na parede abdominal, se projete para fora ou achate.
O que acontece e quando?
Cada gravidez é única e nem todas as grávidas passam pelas mesmas transformações. Relativamente ao umbigo na gravidez, estas são as alterações mais comuns:
- Umbigo saliente: acontece quando o feto em crescimento no útero faz tanta pressão na parede abdominal que o umbigo se transforma numa "porta de saída". Normalmente, ocorre no segundo ou terceiro trimestre de gravidez, sendo mais comum por volta das 26 semanas.
- Umbigo achatado: a pele do umbigo pode ficar esticada e achatada devido à pressão que o feto exerce sobre o útero.
Nem todas as grávidas passam por estas alterações no umbigo, assim como não há forma de as antecipar ou prevenir. Por outro lado, estas alterações não são motivo para preocupação.
É normal sentir dor no umbigo durante a gravidez?
Geralmente, as alterações do umbigo durante a gravidez não causam dor. Alguns dos principais motivos para uma possível dor incluem o estiramento da pele e dos músculos, o uso de piercings no umbigo e a pressão exercida pelo útero em crescimento ao longo da gestação.
Um umbigo saliente ou achatado pode estar, porém, mais sensível ao toque da roupa, causando irritação na pele. Para evitar que isso aconteça, é aconselhado proteger o umbigo com um penso, por exemplo, ou usar roupas largas e manter a pele hidratada. Não deve aplicar qualquer pomada nem qualquer medicamento sem falar com o médico que acompanha a gravidez.
Apesar de, geralmente, a dor não ser motivo de preocupação e a tendência ser desaparecer com o tempo ou após o parto, há uma maior probabilidade de desenvolver uma hérnia umbilical, especialmente nas gravidezes múltiplas ou em casos de obesidade. É, por isso, importante ter atenção aos possíveis sinais de complicações, como protuberâncias perto do umbigo, inchaço ou vómitos, e procurar orientação médica.
O umbigo volta ao normal depois da gravidez?
Sim. Normalmente, alguns meses após o parto, a maioria das mulheres verifica que o umbigo retoma a posição habitual. É indiferente se o umbigo fica saliente ou achatado durante a gravidez, pois não há motivos para preocupações a longo prazo.
Outras alterações na gravidez
Além de alterações no umbigo, a gravidez pode desencadear outras mudanças no corpo da mulher, tais como:
- É comum sentir fadiga, especialmente nas primeiras 12 semanas e novamente no final da gestação, resultando na necessidade de mais descanso;
- O útero expande-se progressivamente ao longo da gravidez, causando um aumento gradual do abdómen;
- As secreções vaginais normais, que são transparentes ou esbranquiçadas, tendem a aumentar durante a gravidez;
- As mamas também sofrem alterações, aumentando de tamanho devido à preparação para a produção de leite;
- A pressão exercida pelo útero pode resultar em micção frequente e urgente devido à redução do tamanho da bexiga;
- Alterações hormonais durante a gravidez podem causar sintomas como náuseas, vómitos, azia, arrotos, desejos alimentares incomuns e produção excessiva de saliva;
- As alterações na pele, como melasma e escurecimento dos mamilos, são comuns devido ao aumento dos níveis hormonais;
- A gravidez também pode afetar a tireoide, a glicose no sangue e a coluna vertebral, resultando em palpitações, retenção de líquidos, diabetes gestacional e dores nas costas.
Outra mudança habitual é o surgimento de uma linha escura na pele que se estende do umbigo até a região púbica. Chama-se linha nigra e, tal como tantas outras transformações na gravidez, é causada pelo aumento dos níveis hormonais.
Mais raramente, pode surgir o chamado "umbigo branco". Trata-se de uma condição benigna que se carateriza pelo súbito aparecimento de áreas pálidas na pele, devido a uma anomalia nos vasos sanguíneos, provocada pelo estiramento excessivo da pele.
Embora possam causar desconforto, muitas destas mudanças são parte natural do processo de gravidez. Por norma, a maioria desaparece após o parto e não representa problemas de saúde sérios. Contudo, é sempre importante referir as suas preocupações ao médico que a acompanha.
Hérnia umbilical na gravidez
A hérnia umbilical é um problema cirúrgico comum, mas é muito raro durante a gravidez. Quando ocorre, é mais frequente no final da gravidez, em virtude do aumento abdominal.
O tratamento vai depender dos sintomas, tamanho da hérnia e fase da gravidez.
A maioria das hérnias umbilicais já existem desde o nascimento, passando despercebidas até ao abdómen ficar aumentado pelo útero em expansão durante a gravidez.
Os sintomas típicos da hérnia umbilical são:
- Saliência macia próxima do umbigo, mais percetível quando se está deitado;
- Dor na zona do umbigo;
- Aumento da dor quando se curva, espirra ou tosse.
Hérnias pequenas e assintomáticas podem ser reparadas após o parto. Hérnias maiores podem ser reparadas durante o segundo trimestre, se necessário. No entanto, se a hérnia estiver encarcerada ou estrangulada, é necessária uma cirurgia de emergência.