Dermografismo: já ouviu falar sobre esta doença de pele?
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Causas e fatores de risco
- 3. Sintomas e diagnóstico
- 4. Tratamento
- 5. Stress e Ansiedade
Já ficou com marcas vermelhas visíveis na pele por algum tempo depois de se coçar? Se sim, pode estar familiarizado com o dermografismo, também conhecido como urticária dermográfica.
Esta doença de pele é o tipo mais comum de urticária induzida, afetando entre 2% a 5% da população em geral. Pode ser mais frequente em pessoas com antecedentes de alergias ou dermatites. Os sintomas têm, por norma, uma duração de 30 minutos, desaparecendo sem tratamento.
Continue a ler para saber mais sobre esta condição, quais as suas causas e sintomas, bem como o seu diagnóstico e tratamento.
O que é o dermografismo?
Trata-se de uma condição dermatológica benigna que se carateriza por uma exagerada reação inflamatória da pele a estímulos físicos, como pressão, fricção ou arranhões, resultando em erupções cutâneas elevadas e vermelhas, além de prurido. Estas erupções, por norma, aparecem poucos minutos após o estímulo e podem durar entre 15 a 30 minutos.
O termo dermografismo significa, literalmente, escrever na pele. Esta condição pode ser classificada em dois tipos:
- Sintomática, menos comum e caraterizada por lesões elevadas e avermelhadas e prurido;
- Simples, mais comum e caraterizada por lesões elevadas e avermelhadas, mas sem causar prurido.
Causas e fatores de risco urticária dermográfica
As causas exatas da urticária demográfica não são completamente compreendidas, mas acredita-se que envolvam uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais.
Embora possa afetar qualquer pessoa, é mais provável em adolescentes ou jovens adultos, pessoas com pele seca, pessoas com dermatite e pessoas com histórico familiar desta condição.
Algumas causas possíveis são alergias, exercício, variações de temperatura ou certos medicamentos, como penicilina. Também o stress, além de poder provocar dermografismo, pode agravá-lo.
Ainda que não confirmado, pensa-se que este problema possa ter uma relação com doenças autoimunes, pois pode ser uma resposta inadequada do sistema imunológico, que interpreta arranhões ou pressão como alergénios e produz histamina em grande quantidade para combatê-los.
Sintomas e diagnóstico
Antes de mais, é importante salientar que a urticária dermográfica não é contagiosa. A maioria das pessoas não precisa de tratamento. No entanto, se os sintomas causarem desconforto ou dor e se durarem mais de 1 hora, deverá consultar um dermatologista para um tratamento adequado.
Coçar a pele pode causar irritação, mas normalmente as feridas cicatrizam rapidamente. Alguns arranhões podem aparecer como manchas brancas na pele, enquanto outros podem ficar levemente avermelhados. Contudo, no dermografismo, os arranhões podem agravar-se, resultando em feridas mais profundas ou até desencadear reações alérgicas.
Ainda que possam variar de pessoa para pessoa, os sintomas caraterísticos incluem:
- Erupções cutâneas elevadas que podem ser vermelhas, rosa, roxas ou da mesma cor da pele;
- Inchaço;
- Inflamação;
- Comichão na pele.
O diagnóstico do dermografismo é realizado através de um teste cutâneo. Durante este procedimento, o médico utiliza um cataglosso - ou baixa-língua - levemente sobre uma parte da pele para observar se ocorre alguma reação adversa, ou seja, marcas como se alguém tivesse escrito na pele. Além disso, também podem ser examinadas outras áreas da pele para identificar sinais que possam indicar esta condição.
Tratar e controlar o dermografismo
Os sintomas são geralmente leves e, por isso, o tratamento é principalmente preventivo. Porém, se os sintomas forem mais graves, as opções de tratamento podem incluir:
- Anti-histamínico, como hidroxizina, difenidramina, fexofenadina, dexclorfeniramina, loratadina ou cetirizina, para reduzir o prurido;
- Ácido cromoglícico, para ajudar a bloquear as reações alérgicas;
- Hidratantes para aplicar nas áreas afetadas;
- Para casos mais graves, o omalizumab, um anticorpo monoclonal recombinante humanizado contra imunoglobulina E (IgE), também pode ser recomendado.
Existem, ainda, outras medidas que podem ajudar a controlar e prevenir os sintomas, nomeadamente:
- Evitar coçar a pele;
- Evitar produtos de higiene pessoal que possam irritar a pele, como sabonetes e esponjas de banho ásperas ou abrasivas;
- Secar a pele com pequenas batidas e sem esfregar a toalha;
- Não usar roupas de material que "pica", como a lã;
- Não tomar banho com água muito quente;
- Aplicar um creme hidratante logo a seguir ao banho para reter a humidade;
- Usar roupas largas feitas de materiais macios que absorvam a humidade e que não causem fricção;
- Evitar desportos com muito contacto físico;
- Aprender a reconhecer o stress para uma melhor gestão;
- Usar um humidificador.
Outro cuidado a considerar é expor-se ao sol, durante a manhã ou ao final da tarde.
Dermografismo, stress e ansiedade
A relação entre o dermografismo e a ansiedade é reconhecida e há várias teorias que sugerem essa ligação:
- Resposta fisiológica ao stress, ou seja, o stress pode desencadear a libertação de substâncias inflamatórias no corpo, como histamina, que podem causar ou agravar;
- Ciclo de feedback, ou seja, a ansiedade em relação à aparência pode levar a um ciclo que agrava os sintomas da pele e os sintomas exacerbados aumentam a ansiedade;
- Alterações no sistema imunitário, ou seja, o stress crónico e a ansiedade estão associados a mudanças no sistema imunológico que podem influenciar a reatividade da pele no dermografismo.
Viver com urticária dermográfica
A urticária demográfica é incómoda, principalmente se precisar de se coçar, podendo até ser constrangedor. No entanto, é possível controlar esta condição com uma rotina adequada de cuidados com a pele e gestão do stress. Por norma, os sintomas desaparecem em 30 minutos e não representam perigo. A maioria das pessoas não necessita de cuidados médicos para tratamento.
Deve ser consultado um dermatologista se os sintomas tiverem uma duração superior a 1 hora, surgirem outros sintomas associados e existir dor.