O que é a psoríase e como pode tratar esta patologia
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Sintomas
- 3. É contagiosa?
- 4. Tratamento
A psoríase é uma doença autoimune, crónica e inflamatória que se manifesta na pele através de manchas vermelhas e descamativas.
De acordo com um estudo sobre o perfil e qualidade de vida dos doentes com psoríase em Portugal, publicado em 2016, estima-se que no nosso país afete entre 150 mil a 200 mil pessoas.
Pode surgir em qualquer idade, tanto em homens como mulheres, mas é mais frequente surgir em adultos entre os 20 e os 30 anos e entre os 50 e os 60 anos.
A gravidade varia de pessoa para pessoa, sendo que para uns pode ser só uma pequena irritação e, para outros, pode representar um grande impacto na sua qualidade de vida. O impacto desta doença na saúde mental dos doentes também deve ser tido em conta.
Como existem várias doenças de pele que também se manifestam através de lesões, o diagnóstico deve ser sempre feito por um médico especialista, ou seja, por um dermatologista.
Psoríase: o que deve saber sobre esta doença
A psoríase é considerada uma doença crónica, inflamatória, autoimune e sistémica que se manifesta por lesões na pele, mas afeta também outros órgãos, aparelhos e sistemas.
Esta patologia faz com que as células da pele se renovem mais rapidamente do que o normal. Geralmente, estas células são produzidas e substituídas a cada três a quatro semanas, mas na psoríase este processo demora apenas três a sete dias. É a acumulação destas células que provoca o aparecimento das manchas vermelhas e descamativas associadas à psoríase.
Existem vários tipos da doença que são classificados de acordo com a forma e o aspeto das lesões:
- Psoríase em placas ou psoríase vulgar: É o tipo de psoríase mais comum. As lesões têm relevo, são vermelhas e cobertas por escama prateada e, normalmente, surgem nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo.
- Psoríase Ungueal: Afeta os dedos e unhas das mãos e dos pés, o que condiciona o movimento funcional destes membros. As unhas crescem de forma anormal, são mais grossas e descamam.
- Psoríase Eritrodérmica: Toda a pele do corpo fica com um aspeto vermelho e inflamado. É pouco frequente, mas é uma forma grave da doença porque a pele deixa de cumprir a sua função de barreira protetora contra lesões e infeções.
- Psoríase Inversa: Pode ser de difícil diagnóstico porque as lesões são vermelhas, brilhantes e não têm escamas evidentes. Normalmente, as manchas surgem localizadas nas axilas e virilhas, por exemplo.
- Psoríase Palmo-Plantar: Atinge as palmas das mãos e plantas dos pés. As placas são muito secas e grossas, o que dificulta a atividade física porque a pele tem tendência a rachar, sangrar e provocar dor.
Quais os sintomas da psoríase?
Os sintomas variam de pessoa para pessoa e também dependem do tipo de psoríase. As lesões podem afetar pequenas áreas ou cobrir grande parte do corpo. Mas os sintomas mais comuns incluem:
- Manchas na pele com relevo e inflamadas que na pele mais clara são vermelhas e em peles mais escuras são castanhas ou roxas;
- Escamas ou placas esbranquiçadas nas manchas vermelhas ou cinzentas nas manchas roxas e castanhas;
- Pele seca com tendência a rachar e sangrar;
- Dor à volta das manchas;
- Comichão e sensação de queimadura nas manchas;
- Unhas grossas, esfareladas e amareladas que podem descolar facilmente;
- Articulações rígidas e doridas;
- Manchas e descamações no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.
A maioria das pessoas com psoríase passa por fases, ou seja, a doença pode causar sintomas graves durante alguns dias ou semanas e, depois, estes desaparecem por completo ou quase por completo. Mas isto não significa que os sintomas não vão voltar a aparecer.
A psoríase é contagiosa?
Embora não se conheça a causa exata, sabe-se que o sistema imunológico e a genética têm influência no desenvolvimento da psoríase. Mas há uma certeza: não é contagiosa!
Os sintomas de psoríase começam ou pioram por causa de um determinado fator ambiental, conhecidos como gatilhos e que não são iguais para todos, nomeadamente stress, tempo frio e húmido, lesões ou traumas na pele, depressão, determinados medicamentos, álcool, alguns alimentos, assim como infeções e viroses sazonais que influenciam o sistema imunitário.
A hereditariedade de pais para filhos não é obrigatória, mas há uma maior probabilidade de surgir em pessoas que tenham familiares com psoríase.
Psoríase: qual o tratamento?
A psoríase não tem cura, mas há uma série de tratamentos que, usados isoladamente ou em conjunto, permitem controlar os sintomas.
Tendo em conta a especificidade de cada doente, as terapêuticas devem ser adequadas a cada caso para evitar eventuais efeitos secundários ou agravamento da própria doença. É por isso importante ser acompanhado e seguir as indicações do médico especialista.
A aplicação regular de loções e cremes na pele ajuda a controlar a descamação, sendo um complemento importante para os restantes tratamentos.
O uso de pomadas com corticosteroides é eficaz no controlo das lesões, mas não deve ser feito de forma contínua.
Também é possível recorrer à fototerapia, em sessões regulares, com doses de UV adequadas a cada doente e durante períodos predeterminados.
A exposição ao sol, na maioria dos casos, induz uma melhoria. Mas deve ser feita com moderação porque as queimaduras solares agravam a psoríase.
Os medicamentos orais ou injetáveis são usados nos casos mais graves ou resistentes ao tratamento, sempre em articulação com o seu médico.