Alimentação macrobiótica: 10 razões para experimentar
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Indíce
- 1. Alimentação macrobiótica, porquê?
- 2. Qual o menu?
- 3. Orientação nutricional
Caraterizada pelo consumo de grãos e feijões, de preferência integrais e vegetais, e sempre muito pobre em gorduras saturadas, a alimentação macrobiótica é muito mais do que um plano alimentar. Assente na filosofia yin-yang asiática, que procura o equilíbrio e uma vida mais saudável e com mais energia, este regime conta com seguidores de diferentes idades e sexos.
Há quem prefira falar em filosofia macrobiótica, com princípios e maneiras de estar muito próprios, como: comer com regularidade, mastigar muito bem os alimentos, preferir produtos frescos, de origem local e da época, "ouvir" o corpo, manter-se ativo e adotar uma atitude positiva perante a vida.
Por que deve escolher a alimentação macrobiótica?
Se o objetivo é viver de forma mais plena, com energia e saúde, a nutrição macrobiótica pode ser uma solução a equacionar. Aliás, algumas investigações científicas defendem que um regime alimentar baseado em vegetais, pouca gordura e rico em fibras diminui os níveis de colesterol, o risco de contrair doenças cardíacas e alguns tipos de cancro.
Na filosofia macrobiótica, a alimentação é uma fonte de bem-estar físico e psicológico e vale a pena conhecer alguns dos seus benefícios-chave. Deixamos os dez principais.
1. Melhora o funcionamento do aparelho digestivo
Por um lado, o consumo de fibras melhora o funcionamento dos intestinos; por outro, o facto de serem alimentos naturais, bem preparados e cuidadosamente mastigados, auxiliam na digestão.
2. Diminui a tensão arterial
Devido ao tipo e qualidade dos alimentos ingeridos, a alimentação macrobiótica contribui para baixar a tensão arterial.
3. Ajuda a reforçar o sistema imunitário
A cozinha macrobiótica combina alimentos ricos em nutrientes capazes de reduzir estados inflamatórios e fundamentais para o funcionamento pleno do sistema imunitário. Ao diminuir a gordura visceral, a dieta macrobiótica impacta positivamente o sistema imunitário.
4. Previne e controla a diabetes
Uma vez que deixa de fora os alimentos processados e açúcares refinados, permite estabilizar os níveis de açúcar no sangue, facilitando a prevenção ou o controlo da diabetes tipo 2.
5. Diminui o risco do desenvolvimento de cancro da mama
Por defender uma base rica em vegetais com fitoestrogénios, compostos naturais encontrados nas plantas que ajudam a reduzir os níveis de estrogénio em algumas mulheres, a dieta macrobiótica pode diminuir o risco de cancro da mama, segundo o estudo ‘The macrobiotic diet in cancer'.
6. Reduz a tendência para depressões
A filosofia macrobiótica pretende alcançar o equilíbrio entre um estilo de vida natural e tranquilo. Através de um estudo sobre como a dieta e a nutrição afetam a saúde mental, chegou-se à conclusão que uma alimentação mais saudável, que incida sobre o consumo elevado de fruta, legumes e vegetais, melhora a saúde mental.
7. Ajuda a manter o peso
Embora a dieta macrobiótica seja muito mais abrangente do que a estabilidade do peso corporal, a verdade é que os alimentos que estão na sua base contribuem para isso.
Os cereais integrais devem representar 40% a 60% dos alimentos ingeridos diariamente, a que se juntam os vegetais cultivados localmente (20% a 30%), e o restante deve ser composto por feijão, tofu ou vegetais marinhos, como as algas. Além dos ingredientes com pouca gordura, o peixe fresco, os frutos produzidos localmente e os frutos secos também entram no menu semanal.
8. Confere um maior nível de energia
Os alimentos integrais e orgânicos são ricos em nutrientes essenciais, como água, sais minerais, proteínas, vitaminas, lípidos e hidratos de carbono, provocando um aumento geral da energia.
9. Fomenta a concentração
Os alimentos que compõem a dieta macrobiótica são também ricos em nutrientes essenciais para o cérebro, como o ómega-3, o ferro, o zinco, a vitamina B ou a luteína, melhorando o seu funcionamento e a capacidade de concentração.
10. Económica e acessível
Com o número de adeptos da alimentação mais saudável e biológica a crescer, os alimentos macrobióticos chegaram à generalidade das prateleiras dos supermercados. Por isso, não deve ser difícil encontrá-los, sendo que o preço é semelhante à restante oferta.
Comida macrobiótica: o que entra no menu?
A lista de alimentos macrobióticos é longa e variada. Assim, a criação de um conjunto de receitas tão apelativas quanto ricas nutricionalmente não deverá ser uma tarefa morosa. No fundo, o importante é evitar tudo o que for processado, deixando de lado os alimentos de origem animal.
Além disso, existem outras regras a ter em conta: comer devagar, sem distrações e apenas quando se tem fome. Todos os alimentos devem ser mastigados até estarem quase liquefeitos e as bebidas, incluindo a água, só devem ser consumidas para satisfazer a sede.
Os alimentos preferenciais
A pirâmide alimentar macrobiótica tem na base os cereais integrais, de preferência em grão. Entre estes, contam-se o arroz integral, a cevada, o trigo-sarraceno, o carolo de milho ou o bulgur, por exemplo.
No segundo nível, aparecem os vegetais, com diferentes graus de cozedura ou até crus. Alguns podem ser consumidos em sopa, uma ou duas vezes por dia, mas nem todos os vegetais fazem parte da dieta macrobiótica, nomeadamente a batata, a beringela e o tomate (que tecnicamente é um fruto).
As leguminosas e os seus derivados, bem como os vegetais marinhos, surgem no nível seguinte. É o caso do grão, das lentilhas e do feijão, mas também do tofu, do seitan e de alguns tipos de algas, como o wakame ou o kombu.
No topo desta pirâmide, estão todos os produtos que se devem consumir pontualmente. Entre estes, encontram-se as sementes e oleaginosas, como as sementes de abóbora ou os pinhões, fruta de produção local, peixes-brancos, chás tradicionais e os sumos de fruta ou de vegetais.
Bebidas alcoólicas, como o vinho, a cerveja ou o whisky de malte, são permitidas, desde que em pouca quantidade. Para temperar, podem ser usados óleos em que não entrem químicos na sua produção, bem como outros condimentos (como alho ou orégãos).
Os alimentos proibidos
Alimentos processados ou refinados? De uma forma geral, este tipo de alimentos não entra na cozinha macrobiótica. De fora, também ficam as carnes, os ovos, os laticínios e os seus derivados, assim como o açúcar, o café e o chá preto. Frutos ou vegetais que não sejam de origem local também são excluídos.
Filosofia macrobiótica, mas com orientação nutricional
Praticar uma alimentação saudável é um objetivo válido e tangível, mas não deve ser conquistado a qualquer custo. Apesar das vantagens da alimentação macrobiótica serem muitas, este regime não serve para todas as pessoas. Na verdade, a dieta macrobiótica pode não ser recomendada para pessoas com doenças renais, cardíacas ou com alergias alimentares.
Além disso, por ser pobre em gordura animal, laticínios ou frutos, quem segue este tipo de alimentação pode ter défice de proteínas, ferro, magnésio, cálcio ou algumas vitaminas, como a B-12. Por tudo isto, tanto para quem já pratica esta filosofia há muito como para quem acabou de começar, a regra passa pela procura de aconselhamento nutricional.