Varizes e derrames: descubra quais são as principais diferenças
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Indíce
- 1. Varizes vs. Derrames
- 2. O que são varizes?
- 3. O que são derrames?
- 4. Causas e Fatores de Risco
- 5. Sintomas
As varizes e derrames são duas condições médicas distintas, mas ambas surgem quando existe algum tipo de doença venosa. Partilham ainda causas, fatores de risco e até algumas opções de tratamento. Também é possível pessoas com derrames desenvolverem varizes e pessoas com varizes desenvolverem derrames.
Continue a ler para saber mais sobre estes dois problemas, nomeadamente quais as diferenças e as opções de tratamento.
Diferenças entre varizes e derrames
As varizes e os derrames são problemas vasculares comuns que afetam várias pessoas, principalmente mulheres. Embora possam parecer semelhantes, existem diferenças.
Os derrames são mais pequenos do que as varizes e não se projetam. Ambos são vasos sanguíneos danificados, mas os derrames não são realmente veias, são capilares, vénulas e arteríolas, ou seja, são vasos sanguíneos mais pequenos.
O que são varizes?
As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem principalmente nas pernas, pés e tornozelos. São frequentemente visíveis sob a pele e podem ser de cor azulada ou roxa. As varizes ocorrem quando as válvulas nas veias não funcionam corretamente, causando a acumulação de sangue e o aumento da pressão nas veias.
Também se podem formar nos testículos, junto ao escroto. Neste caso, são chamadas de varicoceles e o tratamento é distinto do tratamento das varizes noutras localizações. Podem sentir-se ao realizar o autoexame do testículo, mas, por norma, não trazem complicações para a saúde masculina.
Outro exemplo de tipo de varizes são as hemorroidas, veias inchadas e inflamadas ao redor do ânus ou na parte inferior do reto.
O que são derrames?
Os derrames, também conhecidos como telangiectasias ou veias reticulares, são vasos sanguíneos menores e superficiais que se rompem, formando linhas finas e ramificadas na pele. Podem ser vermelhos, azuis ou roxos e são menos pronunciados do que as varizes.
Também são facilmente visíveis através da pele, mas não se conseguem sentir ao toque como as varizes. Embora possam surgir em qualquer área do corpo, são mais comuns nas pernas e no rosto.
Causas e fatores de risco
As varizes e os derrames são bastante comuns e têm uma componente hereditária. Se na família existe alguém com estas condições, o mais provável é que também as desenvolva.
As mulheres são mais propensas a ter varizes e derrames do que os homens, devido às alterações dos níveis de hormonas, como o estrogénio, desde a puberdade e possível gravidez até à menopausa e pós-menopausa.
Algumas profissões, como enfermeiro, professor ou cabeleireiro, também podem aumentar o risco de problemas vasculares. Estar o dia todo de pé pode causar derrames devido à pressão sobre as pernas. Mas, atenção, o sedentarismo também pode ter o mesmo resultado.
São vários os fatores que podem levar ao desenvolvimento de varizes. Os mais comuns são:
- História familiar de doença venosa;
- Envelhecimento,
- Alterações hormonais;
- Gravidez;
- Pressão interna por ficar de pé por longos períodos;
- Pressão externa devido ao uso de roupas apertadas;
- Obesidade.
Os derrames são ainda mais comuns do que as varizes. Não há uma causa concreta, mas sabe-se que são vasos sanguíneos danificados e estes danos podem acontecer por diferentes razões, nomeadamente:
- Estar sentado ou de pé por longos períodos;
- Alterações hormonais;
- Gravidez;
- Ter histórico familiar de derrames;
- Ter um distúrbio do tecido conjuntivo;
- Lesão ou trauma na área afetada;
- Passar muito tempo ao sol;
- Fumar.
Sintomas associados às varizes e derrames
Ainda que nem sempre aconteça, as varizes podem causar sintomas como:
- Dor e sensação de peso nas pernas;
- Inchaço nas pernas e tornozelos, especialmente ao fim do dia;
- Prurido;
- Cãibras;
- Alterações na cor da pele à volta da veia afetada;
- Pele seca ou descamada nas áreas das varizes;
- Ardor ou latejamento.
Em casos graves, podem desenvolver-se úlceras venosas nas pernas (feridas abertas que não cicatrizam), que requerem atenção médica.
Embora os derrames raramente causem dor significativa, algumas pessoas podem sentir desconforto leve ou uma sensação de ardor na área afetada. A maioria gera apenas uma preocupação estética. Em caso de desconforto, é importante consultar um médico para avaliar uma possível condição médica subjacente.
Possíveis complicações
Raramente, surgem complicações com varizes. Mas quando acontecem, podem ser perigosas:
- Úlceras venosas nas pernas, antes de se formar, a pele da área afetada, geralmente, muda de cor. Estas feridas não cicatrizam sozinhas, são difíceis de tratar e podem levar a complicações graves. Se suspeita que está a desenvolver uma úlcera venosa na perna, consulte um médico.
- Hemorragia, pois as varizes próximas da superfície da pele podem romper-se. Embora não seja necessariamente grave, é essencial procurar atendimento médico. Em casos de sangramento intenso, deve recorrer-se a um serviço de urgência;
- Insuficiência venosa crónica, varizes graves podem indicar insuficiência venosa crónica (IVC). Se tem varizes e as suas pernas estão constantemente inchadas e sem cor, consulte um médico;
- Coágulos, pessoas com insuficiência venosa crónica têm um risco maior de desenvolver coágulos sanguíneos, como trombose venosa profunda, tromboflebite superficial e embolia pulmonar. É crucial que o seu médico monitorize as veias para detetar sinais.
Ao contrário das varizes, que podem ter várias complicações e indicar um problema de saúde subjacente, os derrames são, por norma, inofensivos.
Que tratamentos existem?
Nem todas as pessoas com varizes ou derrames sentem dor ou outros sintomas. Porém, podem optar por tratar as veias por razões estéticas.
Meias de compressão
Usar meias de compressão bem ajustadas pode aliviar a dor e desconforto, evitando a acumulação de sangue nas veias e ajudando a reduzir o inchaço das pernas.
Mudanças de hábitos
Manter uma boa higiene da pele, perder peso, caminhar regularmente, evitar ficar em pé ou sentado por longos períodos, e não fumar. Usar sapatos de salto baixo, elevar as pernas e evitar cruzar as pernas ao nível dos joelhos ou tornozelos também são recomendados.
Escleroterapia
Trata-se de um procedimento onde uma solução é injetada nas veias, causando o seu colapso e eventual desaparecimento. É simples e feito em ambiente de ambulatório, podendo eliminar dor e melhorar a aparência das veias.
Ablação endovenosa a laser
Um laser é usado para aquecer e colapsar a veia. O procedimento é minimamente invasivo, realizado com anestesia local e tem baixos riscos, apesar de poder causar infeções, inflamações ou, raramente, danos nos nervos.
Oclusão por radiofrequência
Um cateter inserido na veia emite energia de radiofrequência que faz a veia colapsar e fechar. Este procedimento também é minimamente invasivo e realizado com anestesia local.
Cirurgia
Inclui técnicas como ligadura e remoção de veias, realizadas através de pequenos cortes. Outros procedimentos cirúrgicos, como a flebectomia transiluminada, são usados para remover grandes veias superficiais. A cirurgia é normalmente escolhida para tratar varizes grandes ou complicadas.
Lasers e Luz Intensa Pulsada (IPL)
Tratamentos que utilizam energia térmica para destruir seletivamente veias anormais. São mais eficazes para pequenas varizes e derrames e podem ser necessárias várias sessões. Não utilizam agulhas e são uma opção quando outros tratamentos não funcionam.
É possível prevenir varizes e derrames?
Apesar de difíceis de prevenir completamente, há algumas medidas que podem ajudar a evitar o agravamento das varizes e dos derrames, tais como:
- Exercício regular para aumentar o fluxo sanguíneo nas pernas e manter o sistema cardiovascular saudável;
- Evitar longos períodos de pé ou sentado;
- Elevar as pernas ao nível do coração ou acima ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo e combater os efeitos da gravidade;
- Evitar usar roupas apertadas que possam restringir a circulação;
- Manter um peso saudável para reduzir a pressão sobre as pernas;
- Usar meias de compressão para ajudar a manter o sangue a fluir corretamente, principalmente se passa muito tempo de pé.
É também recomendado consultar um especialista clínico com regularidade, para receber aconselhamento adequado.