
Mamoplastia de redução, uma intervenção além da estética
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Razões para fazer?
- 3. Cuidados a ter
- 4. O que acontece durante?
- 5. Pós-operatório
A mamoplastia de redução, também conhecida como cirurgia de redução mamária ou mamoplastia redutora, é uma intervenção cirúrgica que reduz o tamanho e o volume das mamas, proporcionando alívio de sintomas físicos e melhorando a harmonia corporal.
Embora frequentemente associada a questões estéticas, esta cirurgia traz benefícios significativos para a saúde e bem-estar de muitas mulheres. Saiba, a seguir, tudo o que envolve este procedimento cirúrgico.
O que é uma mamoplastia e que tipos existem?
A mamoplastia é um procedimento de cirurgia estética realizado para alterar o tamanho, forma ou estrutura das mamas.
Existem três tipos principais de mamoplastia, cada um com indicações e benefícios específicos.
A escolha do procedimento ideal deve ser feita com o acompanhamento de um cirurgião plástico qualificado, considerando as necessidades e expetativas pessoais.
Mamoplastia de redução
A redução mamária ou mamoplastia redutora é indicada para mulheres que apresentam mamas volumosas e pesadas, o que pode causar desconforto físico.
Neste procedimento, remove-se o excesso de pele, gordura e tecido mamário, tornando as mamas mais proporcionais ao corpo e aliviando os sintomas físicos.

Mamoplastia de aumento
Também chamada aumento mamário, esta cirurgia pretende melhorar o volume, o contorno e a aparência das mamas. Pode ser realizada por diferentes razões, tais como:
- Aumentar o tamanho das mamas, para quem as considera pequenas;
- Restaurar o volume perdido após a gravidez ou perda de peso;
- Corrigir assimetrias mamárias.
O aumento mamário é feito através da colocação de implantes de silicone ou soro fisiológico, que podem ser posicionados sob ou sobre o músculo peitoral. A incisão pode ser feita na axila, ao redor da aréola ou no sulco inframamário.
Reconstrução mamária
A reconstrução mamária é realizada em mulheres que passaram por uma mastectomia devido ao cancro da mama. O objetivo é recriar uma mama com contorno, volume e aparência naturais, podendo envolver:
- O uso de implantes mamários;
- A reconstrução com tecido da própria paciente (retirado do abdómen, costas ou nádegas).
O mamilo e a aréola também podem ser reconstruídos, mas a sensibilidade geralmente não é recuperada, devido à remoção ou lesão dos nervos e glândulas mamárias.
Lifting mamário (mastopexia)
Embora não seja uma mamoplastia propriamente dita, o lifting mamário pode ser realizado isoladamente ou combinado com outros procedimentos.
Esta intervenção é indicada para corrigir a flacidez das mamas (ptose mamária), removendo o excesso de pele e reposicionando os tecidos para um aspeto mais firme e elevado.
Existem diferentes técnicas cirúrgicas, variando consoante a necessidade individual, e todas implicam algum grau de cicatrização.
Quais as principais razões para fazer uma mamoplastia de redução?
Ainda que possam existir motivações estéticas, as principais razões para realizar uma mamoplastia de redução estão relacionadas com o desconforto físico e emocional causado por mamas excessivamente grandes.
Muitas mulheres optam por este procedimento para aliviar sintomas como dores crónicas nas costas, pescoço e ombros, sulcos nos ombros provocados pelas alças do soutien, irritação da pele sob o sulco mamário e até dificuldades respiratórias.
Além disso, o peso das mamas pode limitar a capacidade de praticar exercício físico e outras atividades diárias.
A mamoplastia redutora também pode melhorar a autoestima e a qualidade de vida, ajudando as mulheres a sentirem-se mais confortáveis no seu próprio corpo. Muitas relatam uma redução significativa da dor, maior facilidade em encontrar roupa adequada e uma melhoria no bem-estar geral.
No entanto, algumas condições podem adiar ou impedir a realização da mamoplastia de redução, designadamente:
- Tabagismo, excesso de peso ou problemas de saúde que possam comprometer a recuperação pós-operatória;
- Mamas ainda em crescimento, uma vez que adolescentes e jovens adultos podem necessitar de uma segunda cirurgia, caso as mamas continuem a desenvolver-se;
- Intenção de amamentar no futuro, já que a cirurgia pode afetar a capacidade de amamentação, embora algumas técnicas permitam preservá-la;
- Processo de perda de peso, pois alterações significativas no peso podem impactar o tamanho e a forma das mamas.
É essencial discutir estas questões com um cirurgião plástico, garantindo que a decisão é tomada no momento certo e com todas as informações necessárias.

Que cuidados ter antes da cirurgia de redução de mama?
A preparação para uma mamoplastia redutora é fundamental, para assegurar uma cirurgia segura e uma recuperação tranquila.
Antes do procedimento, é essencial avaliar a sua situação médica com o cirurgião, nomeadamente:
- Historial clínico, como doenças preexistentes, cirurgias anteriores e estado de saúde geral;
- Saúde mental, ou seja, condições psicológicas que possam comprometer o processo de recuperação;
- Medicação atual, incluindo vitaminas e suplementos;
- Alergias e reações a medicamentos, para evitar complicações durante e após a cirurgia.
Com base nesta avaliação, o médico pode solicitar análises ao sangue, além de exames mamários (ecografia e/ou mamografia), dependendo do historial familiar e idade da paciente.
Para minimizar riscos e facilitar a recuperação, é igualmente importante seguir algumas recomendações:
- Parar de fumar pelo menos seis semanas antes da cirurgia, pois o tabaco reduz o fluxo sanguíneo, dificultando a cicatrização e aumentando o risco de infeção;
- Evitar aspirina e anti-inflamatórios, uma vez que podem aumentar o risco de hemorragia;
- Ajustar a medicação, caso o médico considere necessário.
O que acontece durante a mamoplastia redutora?
A mamoplastia de redução é realizada sob anestesia geral.
Nesta cirurgia, o cirurgião remove o excesso de tecido mamário, gordura e pele. Em alguns casos, pode ser usada a lipoaspiração, para remover excesso de gordura. O mamilo e a aréola são reposicionados, e a mama é moldada para um contorno natural.
Por fim, as incisões são suturadas e podem ser colocados drenos temporários para remover líquidos e reduzir o inchaço. A cirurgia dura entre 2 a 4 horas, e a recuperação depende de vários fatores, incluindo os cuidados pós-operatórios.
Que cuidados ter no pós-operatório?
Após a mamoplastia de redução, são necessários cuidados específicos para garantir uma boa cicatrização e minimizar o risco de complicações.
O cirurgião fornecerá instruções detalhadas sobre os cuidados a ter, incluindo:
- Como tratar as incisões cirúrgicas e manter a higiene da área operada;
- Medicamentos analgésicos, para controlo da dor, e cremes, para ajudar na cicatrização;
- Sinais de alerta a monitorizar, como vermelhidão excessiva, febre ou secreção anormal;
- Agendamento de consultas de acompanhamento para avaliar a evolução da recuperação.
Imediatamente após a cirurgia
Após o procedimento, são colocados pensos ou compressas nas incisões cirúrgicas e pode ser recomendada a utilização de um soutien cirúrgico, para fornecer suporte e reduzir o inchaço.
Nos primeiros dias, é normal sentir algum desconforto ou inchaço e podem surgir equimoses ou hematomas.
O repouso é fundamental nesta fase e devem ser evitadas atividades físicas.
Nas semanas seguintes
Durante as primeiras semanas, as mamas podem continuar inchadas e sensíveis ao toque. Para ajudar na cicatrização, é essencial:
- Utilizar um soutien cirúrgico ou desportivo, com fecho frontal, conforme recomendado pelo médico;
- Evitar levantar objetos pesados ou realizar movimentos bruscos;
- Dormir de costas para evitar pressão sobre as mamas;
- Manter um acompanhamento regular com o cirurgião para monitorizar a recuperação.
Quanto tempo demora a recuperação?
A recuperação total da cirurgia de redução mamária pode demorar entre 2 a 6 semanas.
O inchaço pode persistir por alguns meses e as cicatrizes, embora permanentes, tendem a esbater-se ao longo do tempo.
Cada pessoa recupera de forma diferente, sendo essencial respeitar as indicações médicas e esclarecer todas as dúvidas com o cirurgião.
Quais os possíveis riscos e complicações da cirurgia de redução mamária?
Como qualquer cirurgia, a mamoplastia de redução apresenta riscos e possíveis complicações, que podem incluir:
- Reações adversas à anestesia;
- Hemorragia/hematoma;
- Infeção e dificuldades na cicatrização;
- Alterações na sensibilidade das mamas ou dos mamilos, que podem ser temporárias ou permanentes;
- Assimetria mamária ou irregularidades na forma e no contorno das mamas;
- Formação de cicatrizes visíveis ou espessas;
- Necrose de gordura (morte do tecido adiposo sob a pele);
- Acumulação de líquidos sob a pele (seroma);
- Perda parcial ou total do mamilo e da aréola, devido a complicações circulatórias;
- Possível necessidade de cirurgias adicionais para corrigir resultados insatisfatórios.
Em casos raros, podem surgir complicações mais graves, como trombose venosa profunda ou problemas cardíacos e pulmonares.
O acompanhamento pós-operatório é essencial para minimizar riscos e detetar precocemente qualquer complicação. É fundamental seguir todas as recomendações médicas e entrar em contacto com o cirurgião perante sinais de infeção, sangramento anormal ou outras reações inesperadas.
Mamoplastia de redução: vale a pena?
A decisão de fazer uma cirurgia de redução mamária é pessoal e deve ser bem ponderada, considerando os prós e contras. É fundamental consultar um cirurgião plástico qualificado e garantir acompanhamento médico antes e depois do procedimento.
Este procedimento tem uma das maiores taxas de satisfação entre as cirurgias estéticas.
A maioria das mulheres sente-se satisfeita com o novo tamanho e formato das mamas, relatando um alívio significativo das dores nas costas, pescoço e ombros, bem como maior facilidade para realizar atividades físicas, referindo melhorias na postura, qualidade de vida e bem-estar geral.
Os resultados são visíveis de imediato, mas o inchaço pode demorar algumas semanas a desaparecer completamente.
A longo prazo, o efeito da cirurgia é duradouro, mas fatores como envelhecimento, oscilações de peso e gravidez podem alterar a forma das mamas.