O Transtorno da Personalidade Borderline: Causas e tratamentos
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Indíce
- 1. O que é o Transtorno da Personalidade Borderline?
- 2. Quais as causas para este transtorno?
- 3. Como é feito o diagnóstico?
- 4. Quais as opções de tratamento?
- 5. Como viver com TPB?
O Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno de saúde mental complexo, caraterizado por uma instabilidade emocional significativa, padrões intensos e instáveis de relacionamento interpessoal e impulsividade.
Pessoas com TPB podem experienciar mudanças de humor intensas, medo do abandono, dificuldade em regular suas emoções e tendência a comportamentos impulsivos, como automutilação ou tentativas de suicídio.
Em casos extremos e graves, a autodepreciação, o medo do isolamento e um estado emocional instável, podem levar o indivíduo a episódios recorrentes de automutilação ou tentativas de suicídio.
Estes sintomas podem levar a um impacto significativo na qualidade de vida e nas relações pessoais.
Quais as causas para o Transtorno de Personalidade Borderline?
Embora a causa exata do TPB ainda não seja completamente compreendida, estudos sugerem que vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.
A predisposição genética pode desempenhar um papel, com uma maior probabilidade de desenvolver TPB em indivíduos que têm parentes de primeiro grau com este transtorno.
Além disso, experiências traumáticas na infância, como abuso físico, sexual ou emocional, negligência ou separações precoces, podem aumentar o risco de desenvolver TPB.
Como é feito o seu diagnóstico?
O diagnóstico do Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) é realizado por profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, por meio de uma avaliação clínica completa. Não existe um teste específico que possa confirmar o TPB, mas sim uma avaliação abrangente que leva em consideração os sintomas, histórico médico e os aspetos psicossociais do indivíduo.Durante a avaliação, o profissional de saúde mental utiliza critérios estabelecidos no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, como referência para diagnosticar o TPB. Estes critérios incluem a presença de um padrão persistente de instabilidade emocional, relacionamentos interpessoais tumultuados, comportamentos impulsivos e uma imagem de si mesmo instável.
É importante ressaltar que o diagnóstico de TPB requer a presença de vários sintomas e a avaliação de seu impacto na vida diária do indivíduo. Além disso, outros transtornos mentais com sintomas semelhantes devem ser descartados, pois o TPB pode coexistir com outros transtornos, como depressão, transtornos de ansiedade ou abuso de substâncias.
Para obter um diagnóstico preciso, o profissional de saúde mental conduzirá entrevistas clínicas, avaliará o histórico de sintomas e comportamentos do indivíduo, além de considerar informações fornecidas por familiares ou parceiros íntimos, se necessário. Esta avaliação completa é essencial para descartar outras condições e confirmar o diagnóstico de TPB.
Quais as opções de tratamento para a Borderline?
O tratamento do TPB geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando terapia psicoterapêutica e a prescrição de medicação, seja para o tratamento na fase aguda, seja para a estabilização do quadro ou para evitar recorrência de crises.
Quanto melhor se adquira o conhecimento e reconhecimento da doença e dos aspetos gerais do tratamento, mais benéfico será para o impacto na saúde mental do paciente.
Alguns dos principais métodos de tratamento incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada para o TPB. Concentrando-se em identificar e modificar padrões de pensamento distorcidos, comportamentos disfuncionais e emoções intensas, ajuda os indivíduos a desenvolver habilidades de coping saudáveis e a melhorar o aparecimento dos sintomas.
- Terapia Dialética Comportamental (TDC): A TDC é uma forma específica de terapia baseada na TCC, desenvolvida especialmente para o tratamento do TPB. Ela enfatiza o desenvolvimento de habilidades de regulação emocional, resolução de conflitos e tolerância ao desconforto, além de promover a aceitação de si mesmo e a melhoria dos relacionamentos interpessoais.
- Psicoterapia Psicodinâmica ou Psicoterapia Psicanalítica: Esta abordagem terapêutica visa explorar as raízes inconscientes dos padrões de pensamento e comportamentos disfuncionais associados ao TPB. Ela pode ajudar os indivíduos a obter uma compreensão mais profunda de si mesmos, a trabalhar nas relações interpessoais e a desenvolver uma maior autoconsciência.
- Medicamentos: Os medicamentos controlam, mas não curam a Doença. É recomendado tratamento na fase aguda, assim como prevenção de crises e estabilização da doença, que é conseguida com medicação. Os medicamentos estabilizadores do humor são a base essencial da prevenção das crises, e, muitas vezes, devem ser associadas aos antidepressivos, dependendo de cada quadro.
O dia a dia com o Transtorno de Personalidade Borderline
Viver com o Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) pode ser desafiante, mas existem estratégias que uma pessoa pode aplicar no seu dia a dia para lidar com os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
É fundamental procurar o apoio de profissionais de saúde mental, como terapeutas, psiquiatras e psicólogos especializados em TPB, que podem fornecer orientação e suporte personalizados.
Além disso, aprender técnicas de regulação emocional, como a prática da atenção plena (mindfulness) e exercícios de respiração, pode ajudar a controlar as emoções intensas que frequentemente acompanham o TPB, quando tais técnicas estejam associadas a terapia e acompanhamento com psiquiatra e psicólogo especializado.
Manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada, exercício regular e boas noites de sono, também pode contribuir para o bem-estar geral.
Além disso, procurar envolver-se em atividades que tragam prazer e promovam o autocuidado, como hobbies, meditação ou arte-terapia, pode ajudar a distrair a mente e aumentar a sensação de bem-estar.
Ter um sistema de suporte social sólido, envolvendo amigos e familiares compreensivos, também desempenha um papel importante no processo de adaptação e recuperação.
Cada indivíduo é único, portanto, é essencial explorar diferentes estratégias e descobrir o que funciona melhor para si, sempre em conjunto com o apoio de profissionais de saúde mental.
Além disto, é de extrema importância realçar a importância de manutenção do acompanhamento, assim como adesão à terapêutica, que, muitas vezes, é abandonada por estes pacientes.
Tais aspetos são essenciais para estabilização da doença e recorrência de crises, que acabam por afetar a saúde mental do paciente.