Bulimia: quais os sinais e como tratar
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Causas e Fatores de Risco
- 3. Sintomas
- 4. Complicações
- 5. Existe tratamento?
A bulimia caracteriza-se por episódios frequentes de compulsão alimentar alternados com comportamentos compensatórios inadequados para não aumentar de peso.
Este problema afeta mais as mulheres do que os homens, iniciando-se, geralmente, no final da adolescência ou no início da idade adulta.
Conheça os sinais de alerta e saiba como agir.
O que é a bulimia
A bulimia, ou bulimia nervosa, é um distúrbio alimentar, que se manifesta quando a pessoa come compulsivamente e em excesso, recorrendo depois a uma ou mais do que uma estratégia para não aumentar de peso.
A maneira como o bulímico se “liberta” da comida ingerida é, habitualmente, dividida em dois tipos:
- Tipo purgativo: quando provoca o vómito ou usa de forma indevida laxantes, diuréticos ou enemas, bem como outros medicamentos que ajudam a limpar os intestinos;
- Tipo não purgativo: quando opta por jejuar após os episódios de compulsão alimentar ou pela prática exagerada de exercício físico.
Com estas estratégias, as pessoas com bulimia podem mesmo conseguir manter um peso normal, embora a tendência face à quantidade de comida ingerida fosse ficarem com excesso de peso.
O facto de o peso, na grande maioria dos casos, se manter normal, faz com que consigam esconder o problema por muito tempo, podendo prolongar-se por anos.
Causas e fatores de risco
Embora as causas da bulimia não sejam conhecidas, sabe-se que há vários fatores que podem desencadear este e outros distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa.
As imposições da sociedade parecem assumir especial preponderância, já que as pessoas com estas condições sentem necessidade de controlar o peso para se manterem dentro do que acham ser os padrões de beleza e de aceitação social.
Mas há outras questões que podem originar este problema, nomeadamente:
- Histórico familiar de bulimia;
- Dietas restritivas;
- Peso acima do normal para a idade;
- Problemas psicológicos e emocionais, tais como stress, transtorno de ansiedade, depressão, ou, ainda, transtornos por uso de drogas ou álcool.
Sintomas
Além de ter uma imagem corporal distorcida e muito negativa, quem sofre de bulimia pode revelar estes comportamentos:
- Come repetidamente grandes quantidades de comida, inclusivamente alimentos que normalmente evitaria;
- Adota uma dieta rigorosa ou jejum após os episódios de compulsão alimentar;
- Não gosta de comer em público ou à frente de outras pessoas, mesmo se em família;
- Vai à casa de banho logo após terminar de comer ou mesmo durante as refeições;
- Exercita-se de mais.
Há, ainda, sinais físicos que podem indiciar uma situação de bulimia, nomeadamente:
- Feridas ou calosidades nos nós dos dedos ou nas mãos;
- Perda de peso repentina;
- Dentes e gengivas danificados;
- Cara, pés e as mãos inchados.
Complicações
A bulimia pode ter consequências graves e até mesmo conduzir à morte. Além de uma autoestima baixa e de dificuldades em relacionar-se, a pessoa com esta condição pode sofrer de:
- Desidratação, que pode evoluir para insuficiência renal;
- Problemas cardíacos;
- Cáries dentárias graves e doença gengival;
- Problemas digestivos;
- Ansiedade, depressão, transtorno de personalidade ou perturbação bipolar;
- Períodos irregulares ou ausência de menstruação, no caso das mulheres.
O abuso de álcool ou drogas, automutilação, pensamentos suicidas ou o suicídio são outras das possíveis consequências da bulimia.
Tratamento
O principal objetivo do tratamento da bulimia é mudar a atitude da pessoa perante a alimentação e resolver problemas nutricionais.
Não havendo complicações físicas, o paciente deve ser acompanhado por um psiquiatra ou psicólogo, bem como por um nutricionista, podendo ter de tomar antidepressivos ou ansiolíticos.
Nos casos mais críticos, pode ser necessário internamento hospitalar para correção de desequilíbrios eletrolíticos, que consistem na falta ou excesso de sódio, potássio, cálcio ou cloro no organismo.
O envolvimento da família é muito importante em todo este processo, pelo que, além de terapia individual, o tratamento deste distúrbio inclui terapia familiar.
Prevenção
Embora não haja propriamente formas de prevenir a bulimia, é possível orientar as crianças e os jovens para um estilo de vida mais equilibrado, adotando medidas como:
- Promover e reforçar uma imagem corporal saudável independentemente do seu tamanho ou da forma;
- Ajudar a construir a confiança e a autoestima de outras maneiras além da aparência;
- Fazer refeições regulares e agradáveis em família;
- Evitar falar sobre peso em casa;
- Desencorajar dietas, especialmente quando implicam comportamentos demasiado restritivos, como jejum, uso de suplementos ou laxantes.
É, ainda, essencial conversar com o médico de família, o qual pode identificar os primeiros sinais de um distúrbio alimentar e, assim, ajudar a evitar o seu agravamento.