Como lidar com a esquizofrenia
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Indíce
- 1. Quais as causas?
- 2. Quais os sintomas?
- 3. Existe tratamento?
- 4. Diagnóstico
- 5. É possivel prevenir?
A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população mundial e, por norma, manifesta-se no final da adolescência, surgindo mais precocemente no sexo masculino, onde ocorre entre os 15 e os 25 anos. No sexo feminino, tende a manifestar-se entre os 25 e os 30.
De acordo com o Censo Psiquiátrico de 2001, em Portugal, as esquizofrenias foram as patologias mais frequentes, com 3595 doentes (21,2%), seguidas das depressões com 2525 (14,9%) e das oligofrenias com 2268 (13,3%).
Segundo o mesmo estudo, entre as doenças psiquiátricas, a esquizofrenia foi a que causou mais internamentos e a terceira com mais procura de consultas.
O que é a esquizofrenia?
Algumas vezes incorretamente apelidada de "desdobramento de personalidade", a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crónica, que pode mesmo ser incapacitante.
A doença carateriza-se por alterações da função cerebral que afetam o pensamento, a perceção que a pessoa tem das coisas, e, como tal, o comportamento e as emoções. Ao afetar o doente ao nível da interação social, produz um forte impacto em todas as dimensões da sua vida.
A doença afeta também a família e, de uma forma geral, todas as pessoas que lidam com o doente.
Causas da esquizofrenia
Não há uma única causa para a esquizofrenia, sendo vários os fatores que podem levar ao desenvolvimento da doença, tais como fatores relacionados com o desenvolvimento neurológico, fatores genéticos e fatores ambientais, como o stress ou o consumo de drogas, nomeadamente canabinoides (um grupo de substâncias derivadas da canábis).
Sintomas mais comuns
Os sintomas mais comuns da esquizofrenia são:
- Delírios: a pessoa convence-se de que está a ser perseguida ou alvo de uma conspiração internacional, entre outras ideias estranhas;
- Alucinações: alterações da perceção, que levam a ouvir vozes e sons que não existem;
- Falta de motivação para trabalhar, socializar ou para as tarefas mais básicas do dia a dia;
- Falta de capacidade para relações interpessoais;
- Dificuldade em sentir prazer;
- Dificuldade em ter raciocínio lógico;
- Transtorno de pensamento, que se torna evidente quando a fala é incoerente ou a pessoa muda de um tema para outro;
- Comportamento bizarro, tais como atitudes de caráter infantil;
- Incapacidade de concentração, para ler ou acompanhar uma história, um filme, e para realizar trabalhos que exijam atenção aos detalhes.
Como é diagnosticada a doença?
O diagnóstico da esquizofrenia assenta, essencialmente, na história clínica do doente, com recurso à análise dos sintomas e sinais da doença e da sua evolução.
O médico poderá recorrer a exames auxiliares de diagnóstico para descartar outras doenças, nomeadamente neurológicas, que podem apresentar sintomas semelhantes.
Tratamento da esquizofrenia
A esquizofrenia não tem cura, mas os medicamentos e os tratamentos atualmente disponíveis permitem o controlo e até a remissão dos sintomas na grande maioria dos doentes.
O tratamento da esquizofrenia é, por norma, feito à base de medicamentos antipsicóticos, por forma a contrariar as alterações da função cerebral.
O doente esquizofrénico pode beneficiar ainda da psicoterapia e de terapias de reabilitação cognitiva, além de ser importante uma intervenção de suporte social, de modo a facilitar a sua reintegração funcional.
Tratando-se de uma doença crónica, é muito importante que o doente adira à terapêutica, prevenindo, assim, as recaídas.
É possível prevenir a esquizofrenia?
Uma vez que a esquizofrenia é uma doença com múltiplas causas, nomeadamente genéticas, não existem métodos infalíveis para prevenir o seu aparecimento.
De qualquer forma, deve evitar-se o consumo de drogas e ter atenção a alguns acontecimentos marcantes da vida, como uma situação traumática na infância ou uma depressão pós-parto, eventos que devem ser acompanhados e tratados por médicos especialistas.