SIDA: saiba mais sobre esta doença
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Como se transmite?
- 3. Quais os sintomas?
- 4. Qual o tratamento?
- 5. Como prevenir?
A Síndrome de Imunoeficiência Adquirida, ou seja, a SIDA é um conjunto de sintomas que surgem devido à deficiência do sistema imunitário. A infeção é transmissível, mas as formas de transmissão estão identificadas e, por isso, devem ser evitadas.
Os primeiros casos surgiram na década de 80 e, de acordo com o relatório conjunto da Direção-Geral da Saúde e do Instituto Ricardo Jorge, em 2019, foram diagnosticados em Portugal 778 novos casos de infeção por VIH, correspondendo a uma taxa de 7,6 casos por 105 habitantes, e 172 novos casos de SIDA, 1,7 casos por 105 habitantes.
O relatório refere ainda que, de 1983 a 2019, foram diagnosticados 61.433 casos de infeção por VIH, dos quais 22.835 atingiram o estadio SIDA. Ainda que, entre 2009 e 2018, se tenha verificado uma redução de 47% de novos casos de infeção por VIH e de 65% em novos casos de SIDA, Portugal destaca-se pelas elevadas taxas de novos casos de infeção entre os países da Europa ocidental, principalmente em idades jovens.
SIDA: o que é, formas de transmissão, sintomas, tratamento e prevenção
Estar infetado com VIH, o vírus da imunodeficiência humana, não é o mesmo que ter SIDA. As pessoas infetadas com VIH são seropositivas e podem ou não desenvolver SIDA.
O diagnóstico é feito por um médico através de testes laboratoriais e baseia-se na análise da saliva ou sangue.
O que é?
SIDA é a fase mais avançada da infeção por HIV que ocorre quando o sistema imunitário está enfraquecido. É o vírus do HIV que ataca o sistema imunitário do corpo humano, destruindo os mecanismos de defesa que o protegem de doenças. Com o sistema imunitário em baixo, surgem as infeções oportunistas como a pneumonia, tuberculose, toxoplasmose, entre outras.
Existem dois tipos de VIH, o VIH-1 e VIH-2. O primeiro é o mais frequente em todo o mundo.
Como se transmite?
Em pessoas infetadas, o vírus VIH está presente no sangue, esperma, fluidos vaginais e também no leite materno.
A transmissão acontece quando existe um contacto direto com estes fluidos corporais, nomeadamente através da via sexual e/ou sanguínea, ou, quando se trata do leite materno, durante a amamentação.
Durante a gravidez e o parto, também pode dar-se a transmissão da mãe infetada para o filho, através do sangue ou secreções vaginais.
Assim, o VIH pode ser transmitido por via sexual, via sanguínea e via vertical (mãe/bebé), ou seja, através de:
- Relações sexuais sem utilização de preservativo com pessoas infetadas por VIH;
- Partilha de agulhas e seringas para drogas ilícitas injetáveis ou outros objetos contaminados pelo VIH;
- Transmissão de mãe infetada por VIH para filho durante a gravidez, parto ou através do leite materno.
É importante referir que o vírus não se transmite através de apertos de mão, abraços, beijos, suor, saliva, partilha de pratos, copos ou talheres, tosse ou espirros, roupa, utilização de casas de banhos, picadas de insetos, conversas ou contactos sociais.
Quais os sintomas?
Nas primeiras semanas, após a infeção inicial por HIV, as pessoas infetadas podem não apresentar sintomas ou apresentar sintomas semelhantes a uma gripe como febre, dor de cabeça, erupção cutânea ou dor de garganta.
No entanto, à medida que a infeção vai enfraquecendo o sistema imunitário, podem surgir outros sinais e sintomas mais graves, nomeadamente:
- Perda rápida de peso;
- Infeções graves;
- Pneumonia;
- Diarreia prolongada;
- Lesões na boca, ânus ou órgãos genitais;
- Perda de memória;
- Depressão.
Que tratamentos existem?
A infeção por VIH não tem cura. No entanto, existem medicamentos antirretrovíricos que permitem baixar a quantidade de vírus para valores mínimos e, assim, atrasar o desenvolvimento da doença, mantendo-se uma boa qualidade de vida durante muito tempo.
O diagnóstico precoce e um controlo médico regular são essenciais para um tratamento eficaz. Também importante é cumprir com a medicação à risca, ou seja, às horas certas e nas quantidades indicadas pelo médico. Pois só assim é possível estabilizar a infeção para que o estado de SIDA seja revertido ou não seja alcançado.
O não cumprimento da terapêutica corretamente vai criar resistência à medicação, tornando-se necessário fazer ajustes até se chegar à última combinação terapêutica possível.
Como prevenir?
A prevenção da infeção por VIH/SIDA depende da eliminação de comportamentos de risco ou da adoção de medidas que evitem a transmissão do vírus que incluem:
- Usar preservativo, masculino ou feminino, durante as relações sexuais;
- Não partilhar objetos que tenham estado em contacto com sangue, nomeadamente agulhas e seringas ou outros objetos;
- Na gravidez, para evitar que o vírus seja transmitido ao bebé, recorre-se à medicação adequada e, depois do nascimento, o aleitamento materno não deve ser feito.
Ainda que não exista nenhuma vacina eficaz contra o VIH, é possível recorrer à profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição.
A primeira consiste numa prevenção feita antes da ocorrência de um comportamento de risco, existe sob a forma de comprimidos e pode ser utilizada por pessoas que não estão infetadas com o VIH com o objetivo de reduzir o risco de infeção.
A segunda consiste num tratamento com antirretrovíricos que são iniciados nas primeiras 72 horas a seguir à exposição a situações de risco para prevenir a infeção pelo VIH.
Estas terapêuticas estão disponíveis em hospitais públicos e privados e dependem da avaliação de um médico especialista face ao risco de contágio.