Cólicas: o que são e como aliviar a dor
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As cólicas manifestam-se através de uma dor forte e intensa que pode afetar órgãos como o estômago, o intestino ou o útero. Existem vários tipos de cólicas, sendo as mais frequentes as cólicas do lactente, menstruais, renais e biliares. Cada uma requer abordagens distintas, de modo a terminar com este desconforto.
Cólicas do lactente
As cólicas do lactente constituem uma situação transitória e benigna, embora causem grande desconforto ao bebé e grande preocupação aos pais. Normalmente, estas cólicas surgem entre o primeiro e o quarto mês de vida do lactente.
Causas
Há algumas circunstâncias que podem propiciar o aparecimento destas cólicas, nomeadamente:
- Deglutição excessiva de ar;
- Refluxo gastroesofágico;
- Mudanças na motilidade intestinal;
- Desregulação da flora intestinal;
- Imaturidade gastrointestinal;
- Desregulação das vias neurossensoriais;
- Ansiedade parental;
- Alergia às proteínas do leite de vaca;
- Tensão emocional.
Sintomas
Alguns dos sinais que podem evidenciar que o bebé sofre de cólicas são:
- Choro frequente, prolongado e estridente;
- Agitação;
- Irritabilidade;
- Dobrar as pernas sobre a barriga distendida;
- Pele vermelha.
Tratamento
Apesar de se tratar de uma situação transitória, é possível ajudar a atenuar as cólicas do lactente, sendo que a forma de o fazer varia em função da causa subjacente às cólicas.
Em alguns casos, o pediatra pode prescrever a toma de probióticos ou de fórmulas hidrolisadas. Além disso, recomenda-se a realização de massagens no abdómen do bebé, respeitando sempre o sentido dos ponteiros do relógio.
Cólicas menstruais
Existem dois tipos de dismenorreia ou de cólicas menstruais: a primária e a secundária.
- A primária corresponde às cólicas que surgem após as primeiras menstruações.
- Já a secundária, pode estar relacionada com certas doenças ginecológicas.
Causas
Na origem das cólicas menstruais, podem estar as contrações uterinas - no caso das cólicas se manifestarem depois da menstruação - ou, então, podem estar associadas a determinadas patologias, como é o caso de miomas ou endometriose, por exemplo.
Sintomas
O principal sintoma de cólica menstrual é a dor na zona do baixo ventre. Porém, este desconforto pode ainda ser acompanhado de outros sintomas como:
- Náuseas e vómitos;
- Diarreia;
- Dor de cabeça;
- Vertigens e desmaios.
Tratamento
Para aliviar o incómodo causado pelas cólicas menstruais, podem adotar-se algumas medidas como, por exemplo:
- Fazer exercícios físicos aeróbicos, ou seja, caminhar ou nadar, por exemplo, para relaxamento do corpo;
- Aplicar calor na zona afetada;
- Consumir alimentos ricos em fibras;
- Tomar analgésicos, prescritos por um médico.
Nota: Quando as cólicas estão associadas a uma doença ginecológica, o tratamento deve atuar na patologia que está na origem das cólicas.
Cólicas renais
De uma forma muito simples, a cólica renal corresponde a uma dor provocada pela passagem de um cálculo renal pelos órgãos que compõem o aparelho urinário alto até ele ser expulso pelas vias urinárias.
Causas
Os cálculos renais resultam da cristalização e conglomeração de substâncias químicas presentes na urina, como é o caso do ácido úrico e do cálcio.
Quanto maior for a "pedra" existente no rim, maior será a obstrução causada por ela e a pressão e o estiramento dos tecidos e, consequentemente, maior será a dor que ela provocará.
Sintomas
Além da dor súbita e intensa na região inferior das costas, na cintura ou nas costelas, as cólicas renais podem fazer-se acompanhar por outros sintomas, tais como:
- Desejo frequente de urinar;
- Ardor, dor e/ou dificuldade em urinar;
- Náuseas;
- Vómitos;
- Sangue com urina, turva e/ou com odor forte;
- Dor nos genitais.
Tratamento
É de extrema importância que um médico urologista seja consultado a fim de ser identificada a causa da dor e consequentemente o tratamento mais adequado, pois algumas medicações, quando tomadas indevidamente ou sem prescrição médica prévia, podem agravar o quadro.
Perante um quadro de cólicas renais, importa inicialmente tentar controlar a dor, tomando:
- Anti-inflamatórios;
- Analgésicos;
- Antiespasmódicos;
- Antipasmótico (relaxantes do ureter).
Outras medicações também podem ser prescritas para uso após a crise, com o intuito de facilitar a eliminação do cálculo e prevenir a recorrência de crises.
Nota: Caso as cólicas não atenuem, é importante consultar um serviço de urgência, de modo a que a situação seja avaliada, a fim de se excluírem lesões de maior gravidade ou lesão renal aguda, podendo ou não equacionar-se alguma intervenção cirúrgica de urgência.
Cólicas biliares
A litíase ou as cólicas biliares ocorrem quando existem cálculos na vesícula. Esta é uma complicação relativamente frequente, sendo uma das que mais afeta as vias biliares.
Causas
Na origem dos cálculos na vesícula, pode estar a cristalização de substâncias presentes na bílis como a bilirrubina e o colesterol, sobretudo se estas existirem na vesícula numa quantidade superior à normal.
Noutros casos, os cálculos na vesícula podem formar-se devido ao mau funcionamento da vesícula ou devido à existência de outras doenças ou patologias.
Além disso, existem fatores de risco a considerar, como, por exemplo:
- Obesidade;
- Alimentação rica em gorduras;
- Sedentarismo;
- Jejum prolongado;
- Toma de hormonas e/ou contracetivos orais;
- Idade avançada;
- Género feminino;
- História familiar;
- Gestação;
- Diabetes;
- Anemia;
- Cirrose.
Sintomas
O principal sintoma das cólicas biliares é uma dor na região do estômago ou sob as costelas, do lado direito, sendo que o desconforto pode irradiar para outras zonas do corpo.
Este incómodo pode, ainda, ser acompanhado por:
- Enjoos;
- Vómitos;
- Suores;
- Palidez.
Tratamento
No caso de haver sintomas e/ou complicações, o principal tratamento indicado para este problema é a cirurgia (colecistectomia) que visa a remoção definitiva da vesícula, através de um corte na parede abdominal ou via "laparoscópica".
Contudo a cirurgia também está indicada na ausência de sintomas, tomando em consideração alguns fatores: doentes diabéticos ou a tomar imunossupressores, alterações na vesícula (vesícula calcificada) ou quando os cálculos migram da vesícula, estando localizados nas vias biliares, por exemplo.